Correio da Cidadania

Bolsonaro presidente: o inevitável gran finale da conciliação de classes

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A vitória da extrema-direita nas eleições presidenciais brasileiras coloca-nos algumas tarefas óbvias: caracterizar corretamente o bolsonarismo, entender como chegamos a ele e como combater o novo governo. Estes três desafios são obscurecidos pela narrativa lulista, que fornece três respostas equivocadas: a ascensão do fascismo, o golpe de 2016 e a frente ampla pela democracia e contra a onda conservadora, respectivamente.

Razões sociais do bolsonarismo

O bolsonarismo, como resultado necessário da crise do lulismo enquanto regime de conciliação, ganhou as massas trabalhadoras das metrópoles incidindo sobre algumas tensões de classe secundárias, acirrando-as:

- a oposição entre grupos sociais que usam mais ou menos capital cultural em seus mundos profissionais correspondentes (por exemplo: entre jovens formados/formandos de universidades públicas e seus familiares/amigos com menor acesso à educação – caso do “tiozão do churrasco”);

- o ressentimento social de quem hoje sofre com a crise econômica (quase todos) diante dos que ascenderam ou adquiriram algum prestígio nos anos de ouro do lulismo – no entanto, ambos temem o futuro, pois nosso capitalismo periférico não reserva empregos suficientes de qualidade para quem tem diploma ou maior capacitação laboral (daí se disseminar o anti-intelectualismo bolsonarista);

- a velha rivalidade entre setor público e privado (explorada desde os governos neoliberais de FHC) e entre trabalho formal e informal – mobilizada por jovens (supostos) empreendedores conservadores, nerds ou hipsters recalcados;

- a dualidade entre a socialização violenta do mundo do trabalho precarizado que o lulismo fomentou, por um lado, e a integração social moderada pela bolha burocrática/acadêmica pertinente às políticas públicas lulistas, por outro – como a primeira é mais abrangente que a segunda, o consumismo alienado leva vantagem sobre a “conscientização” do “povo”;

- a já antiga disputa por atribuições institucionais na sociedade contemporânea, entre Estado e família (como Habermas e outros pensadores apontaram), a opor gerações velhas e novas, instrumentalizada por setores cristãos conservadores através da Escola Sem Partido, da “ideologia de gênero” e de outras invencionices dirigidas às classes populares, em reação homofóbica/transfóbica/machista/racista às conquistas dos movimentos sociais identitários da juventude trabalhadora.

Muitos analistas esquecem que o crescimento econômico da década passada – qualquer crescimento, aliás – demanda maior disciplina da classe trabalhadora, o que Weber identificou como espírito do capitalismo.

Nosso desenvolvimento capitalista recente teve como mais firmes respostas a teologia da prosperidade dos evangélicos pentecostais e o reempoderamento do ultraliberalismo – em detrimento do progressismo do PT, do PSDB, da Rede Globo e cia.

Esse é o fundamento econômico da pauta moral da extrema-direita. Ela ecoa socialmente, não é alienígena. Como sempre acontece historicamente com as políticas de colaboração de classe, o lulismo criou sob sua hegemonia seu próprio algoz, o neoconservadorismo da extrema-direita do século 21. Toda integração social via consumo capitalista converte-se em reacionarismo.

De nada adianta reagir a tais macroprocessos sociais com marcas elitistas de distinção social (para usar os termos de Bourdieu). Votar no segundo turno levando um livro debaixo do braço foi apenas uma sinalização antipopular de tanta gente progressista ou de esquerda que se vê como mais civilizada do que os “pobres de direita”. Maior sinal do caráter burguês do lulismo não há: desprezar e não compreender a opção antipetista, que botou abaixo os raciocínios economicistas da ciência política nacional – os quais julgavam eterna a “gratidão” dos pobres a Lula. Este registro desnuda quão forte foi o voto antissistêmico em 2018, já que a intelectualidade universitária foi o que restou do status quo anterior.

Ao invés de conservadorismo, vimos as eleições consagrarem outsiders, políticos que fingem não sê-los. Dado o cansaço democrático com os fracassos do neoliberalismo de FHC e do neodesenvolvimentismo petista (como nos revelou junho de 2013), sem haver alternativa real de esquerda (pois Boulos pajeou Lula em vez de superá-lo), as classes populares puniram tudo que cheirasse à velha política: PT, PSDB, MDB, DEM, inclusive símbolos do conservadorismo impossibilitados de se apresentar como algo novo, casos de Magno Malta, não-reeleito, e Eduardo Cunha, que, preso, não elegeu sua filha. Por outro lado, a esquerda, ainda radical, dobrou sua pequena representação parlamentar federal, com o PSOL – expressando a força das mulheres e negros(as). Ademais, votos brancos e nulos foram numerosos como nunca (1).

Fascismos e outros “ismos” mais adequados

Daí o diagnóstico do fascismo não caber na realidade brasileira atual. Como é possível, se Bolsonaro não se vende como antiliberal e corporativista, duas propriedades fascistas basilares? Se o fascismo do século 21 é tão diferente do original, não mereceria novo nome? No entanto, o progressismo de esquerda opta sempre pelo caráter propagandístico do termo, em detrimento de sua potência explicativa.

Historicamente, não é algo novo: a ditadura militar de 1964 era denunciada como fascista, mas todos intelectuais sabiam que não era o caso. Autoritarismo genérico não é fascismo em particular. O desafio é separar o agitprop da categoria analítica, tarefa ainda por se realizar no atual momento que vivemos.

Outra distinção importante é entre o suposto fascismo de Bolsonaro e o de seus eleitores, que obviamente não o são, como muitos ingenuamente supõem. A esquerda não analisa o fascismo de indivíduos, mas o de atores coletivos.

Observadores argutos da conjuntura atual propõem o conceito de “bolsonarismo”, caso da antropóloga Rosana Pinheiro-Machado, buscando compreendê-lo na trajetória brasileira antes como continuidade do que como ruptura (2) – sugestão que sigo aqui. Como, porém, parte da esquerda (convertida ao lulismo via Boulos) trata Bolsonaro como algo inédito em nossa história, acaba fazendo uma análise catastrofista da realidade, para justificar o inusitado reencontro do PSOL com o PT.

Assim, perde-se em entendimento de nossa sociedade, assumindo um derrotismo que transforma socialistas em socialdemocratas, além de desanimar os trabalhadores em suas lutas.

Felizmente não é o caso de importantes setores da esquerda, seja no PSOL ou fora dele, que mantêm-se na defesa da autonomia da classe e identificam Bolsonaro mais prudentemente como neofascista (3) ou mesmo como bonapartista (4). Outra caracterização que parece produtiva é a do populismo de direita, usada por Slavoj Zizek, por exemplo.

Por sua vez, sindicatos combativos como o ANDES-SN não perdem de vista que a conciliação de classes representada por PT e PCdoB é da ordem da política burguesa (5) – o que parte do PSOL parece ter esquecido. Outra analista importante, a socióloga Maria Orlanda Pinassi ressalta que Bolsonaro não é retrocesso, mas avanço coerente do capitalismo brasileiro (6).

A vitória bolsonarista também deslegitimou a cada vez menos verossímil narrativa lulista do golpe. Haddad já quis abandoná-la durante a campanha. O “povo”, que sempre ignorou tal discurso para consumo restrito de um público universitário/militante, lançou a pá de cal na aura de invencibilidade eleitoral petista.

Lulistas e progressistas em geral nunca acreditaram de fato no “golpe” e no “fascismo”, pois continuam apostando na via eleitoral para enfrentar fenômenos que só seriam devidamente combatidos nas ruas com ação direta de massas. Importantes intelectuais nacionalistas já criticam o discurso-padrão do PT, caso de Wanderley Guilherme dos Santos: “É bom informar o público que um governo reacionário é uma possibilidade democrática (7).”

Ação classista ou frente democrática?

A esquerda necessita com urgência de uma avaliação própria da crise brasileira, significativamente diferente da narrativa lulista, a qual só tem levado a derrotas para os trabalhadores e a vitórias para a extrema-direita.

As classes populares julgam quase da mesma maneira várias expressões da política burguesa, do neoliberalismo ao neodesenvolvimentismo passando pelo fisiologismo, porque nosso capitalismo nacional tem rumado, de FHC a Lula chegando a Temer, na mesma direção: manutenção da desigualdade estrutural, trabalho precário, violência urbana e rural, encarceramento em massa da juventude negra e pobre.

Defender a democracia liberal em seus próprios termos não é papel de nós socialistas, ainda mais quando os “de baixo” já percebem não ser ela, costumeira violadora dos direitos humanos das maiorias, a solução para seus problemas. Nossa tradição é apostar na radicalização da democracia participativa, por meio da qual os trabalhadores constroem sua alternativa societária.

Para tanto, é necessário continuar investindo nas lutas, sem ilusões com os espaços estatalmente regulados da democracia representativa. As mobilizações de rua das classes populares constituem a principal via de oposição real ao governo Bolsonaro. De pouco adianta uma oposição meramente discursiva e concentrada nas bolhas lulistas que restaram entre setores instruídos da sociedade, caso das universidades públicas – como inadvertidamente pontua André Singer (8). Apenas a greve geral de 2017 e a greve dos caminhoneiros em 2018 afetaram concretamente o ilegítimo governo Temer.

De qualquer forma, quem estará na linha de frente contra as medidas antipopulares do bolsonarismo serão os mesmos atores que enfrentavam os governos do PT: sindicatos como os vinculados à CSP-Conlutas, movimentos estudantis, de mulheres, de moradia, entre outros.

Nosso desafio é neutralizar o burocratismo e o eleitoralismo que o dirigismo da CUT e da UNE sempre tenta impor às mobilizações populares. Mas cada vez menos as organizações sociais lulistas logram capturar e apassivar o ímpeto de luta dos trabalhadores e da juventude.

Foi este o caso das grandes movimentações das mulheres sob a insígnia do EleNão em 2018, que combateram Bolsonaro de maneira autônoma, ao contrário do que almejava o lulismo – torná-las mero palanque para Haddad. Mas a continuação da Primavera Feminista seguiu trilhando caminho próprio, com suas próprias lideranças anônimas e sua horizontalidade, lições mobilizatórias visibilizadas desde junho de 2013 – e recusadas até hoje pelo lulismo da Frente Brasil Popular e pelo boulismo da Frente Povo Sem Medo, cujos palanques sempre têm as mesmas figuras manjadas da velha política. Pelo jeito, a juventude trabalhadora só vai às ruas por Marielle ou Rafael Braga, não por Lula e outros supostos líderes populares...

Evidentemente, não faltaram homens para culpar as mulheres pela ascensão eleitoral de Bolsonaro (9) – qualquer um pode ser responsabilizado, até o “identitarismo” (o que também é negado pelos fatos, aqui e em outros lugares (10)), mas nunca o próprio lulismo!

Sindicatos combativos como o ANDES-SN também preservaram uma ação nitidamente classista no segundo turno. Suas bases militantes optaram pelo EleNão ao invés da adesão a Haddad. Não hipotecaram o futuro dos sindicatos dos trabalhadores em nome de um imediatismo eleitoreiro. Além disso, o apoio ao candidato do PT não só facilitava a vitória da extrema-direita como diluía a resistência das ruas na grande frente democrático-burguesa gestada nos gabinetes da política institucional.

Antes o PT já poupara o candidato do PSL imaginando um segundo turno “ideal” – e o foi, para Bolsonaro, por óbvio (11). Haveria prova mais contundente de que o lulismo tergiversou na luta contra o “fascismo” e de que este discurso era uma farsa?

Atualmente, a confusão política que as eleições burguesas provocam na militância socialista é tão grande que muitos psolistas chegaram a defender o voto em Eduardo Paes no segundo turno para governador do Rio de Janeiro. Impressionados com a verborragia fascista de Wilson Witzel, esqueceram-se da prática fascista do MDB no Rio de Janeiro, cujas gestões na prefeitura (com Paes à frente e vice do PT) removeram casas de moradores pobres marcando-as com tinta, à moda nazista – política elitista devidamente criticada pelo PSOL de então.

Mal-estar intelectual e eleitoral

É preciso, portanto, discernimento maior da esquerda para elaborar suas políticas na atual conjuntura. Construir a ampla unidade de ação contra o governo Bolsonaro não implica ignorar que o PT é inimigo de classe dos socialistas. Urge combater o obscurantismo também entre nós: incomodar-se com as críticas corretas de Mano Brown em pleno palanque midiático do lulismo e iludir-se com a possibilidade de virada de Haddad na reta final do segundo turno resultaram exclusivamente em mais vitórias da extrema-direita. Enfurnar-se em surto autoprotetor, supondo-nos como iluminados diante da “barbárie” do voto dos trabalhadores em Bolsonaro, apenas nos aproxima das “classes médias” lulistas e nos distancia ainda mais das classes populares. O insulamento intelectual na Academia e na burocracia das políticas públicas é fenômeno correlato a tal processo.

Aparentemente, ainda estão em fase de negação a direção e a artificial maioria do PSOL, responsáveis pelo desastre eleitoral do partido nas eleições presidenciais. Esses mesmos incompetentes que, fazendo o PSOL convergir com o PT, nos levaram ao “fascismo”, pretendem continuar ditando regras de como combater o mesmo... “fascismo”! (12).

Talvez seja melhor resumir tudo sem mediações: a política que levou o lulismo à hegemonia nacional na década passada – a conciliação de classes – é a mesma que resultou na sua crise e na vitória do bolsonarismo no país. Por que o PSOL deve repeti-la, aliando-se ao PT? Por que a esquerda deve retroceder seu programa até o nível do reformismo lulista, como faz Boulos? Por que responder ao extremismo da direita com a moderação da esquerda?

Outras respostas são possíveis, como indica Zizek: “a única maneira de redimir, de salvar aquilo que há de bom na tradição liberal será na base de uma política mais radical de esquerda”. Caso contrário, a consequência inevitável, a longo prazo, de uma grande frente democrática, onde os socialistas não demarquem seu revolucionarismo de classe, será voltarmos “à situação que ensejou o nascimento do populismo de direita” (13).

No curto prazo, todos sabem o que aconteceu: isolando Ciro Gomes, o PT sabotou a “frente antifascista” que dizia defender (e na qual só os iludidos ou apavorados acreditaram), implodiu qualquer racionalidade eleitoral pragmática em torno do voto útil diante do mal maior – lógica que não é a de nós, socialistas – garantindo assim a vitória do bolsonarismo.

Daí o combate ao colaboracionismo de classe lulista ser pré-condição para uma Frente de Esquerda Socialista (PSOL-PSTU-PCB) auxiliar os movimentos populares no enfrentamento a Bolsonaro. De outro modo, a extrema-direita terá chegado para ficar mais tempo do que a tosquice ideológica e o despreparo político do novo governo prenunciam.

A mamadeira de piroca da esquerda    

É necessário sair do transe irracionalista que o lulismo impôs às parcelas menos militantes e mais burocratizadas da esquerda. E afastar-se do velho elitismo populista expresso historicamente hoje pelo PT, o qual avalia que “um pouco mais da metade do país simplesmente não estava à altura” da candidatura Haddad (14).

Enquanto muitos socialistas confiarem em suas próprias fakenews (como a do sucesso da candidatura Boulos, o exato inverso da realidade (15)), estaremos repetindo o que percebemos apenas no bolsonarismo com suas “mamadeiras de piroca”: o emburrecimento de aferrar-se a certezas inconcebíveis e a intolerância em ouvir o outro.

Certamente era possível ao PSOL ter melhor performance na eleição presidencial, pois o velho Plínio e Luciana Genro tiveram votações maiores em conjuntura mais difícil, durante o auge da hegemonia lulista, quando candidatos antissistêmicos tinham muito menos audição do que na eleição de 2018.

O alarmismo que lulistas e boulistas têm disseminado só semeia imobilismo e desesperança nos trabalhadores. Pintar Bolsonaro como monstro (que ele é) não demanda grandes esforços, mas o desafio é mostrar que as mobilizações populares contra a extrema-direita se fortalecem, seja no Brasil, seja na Europa e resto do mundo (16).

Neste sentido, a falsa bandeira lulista contra o fascismo está tendo o mesmo fim melancólico que as insígnias anteriores (“Não vai ter golpe”, “Diretas Já”, “Lula Livre”): o desprezo popular. Não por acaso tantos professores universitários lulistas rapidamente abandonaram os comitês antifascistas logo após o segundo turno, revelando o caráter eleitoreiro da iniciativa.

Ao enfrentar Bolsonaro, todos nós precisamos gastar menor energia com as eleições e maiores esforços com a rearticulação dos movimentos sociais e sindicais.

Neste ínterim, o debate interno no PSOL é fundamental. O Bloco de Esquerda psolista e um campo político articulado em torno da pré-candidatura de Plínio Jr. devem cumprir importante papel na manutenção do PSOL como alternativa socialista autônoma dos trabalhadores. Contra a coerência da história do PSOL articulam-se não apenas a Unidade Socialista, mas um novo campo centrista, formado por Insurgência e Resistência (17), que já mostraram-se determinados a subordinar a combatividade popular ao lulismo, quando sabotaram a campanha do EleNão em favor de HaddadSim – assumindo que a luta não era contra Bolsonaro, mas sim a favor de Lula.

Não há nenhuma novidade nesse atual processo. Em outras vezes, a esquerda brasileira enfrentou vitoriosamente suas próprias inclinações ao liquidacionismo e à adesão ao populismo (nossa tradição nacionalista-burguesa). A respeito, vale resgatar um pequeno momento da história do antigo PCB, ainda antes do fim da II Guerra Mundial, quando alguns militantes propunham a dissolução do partido em consonância com a extinção da III Internacional por Stalin:

“Neste período, aqui esteve participando de uma comitiva de deputados norte-americanos que visitava o Brasil para apoiar a luta pela anistia, o Presidente do PC dos Estados Unidos, Earl Browder (...). Alegando a necessidade de reforçar a frente contra o nazi-fascismo, defendia a proposta de dissolver os partidos comunistas sob pretexto de que se tornavam empecilhos para esta frente. Fernando de Lacerda e Octávio Brandão, dirigentes do PCB, voltaram do exílio na União Soviética, via Estados Unidos, com as mesmas propostas, criando confusão entre os militantes do partido. (...) Na Ilha Grande os comunistas dividiram-se. As lideranças (...) manifestaram-se pela dissolução do PCB. Dos trezentos e oitenta presos, meia dúzia, entre eles José Duarte, defenderam a manutenção do partido, entendendo que esta era uma forma que a burguesia estava usando para liquidá-lo. (...) Sofriam uma pressão muito grande os poucos que se opunham ao que entendiam por liquidação. (...) De São Paulo chegou ao presídio uma comitiva de operários para visitar José Duarte e saber qual seu posicionamento. Tal visita deu-lhe maior respaldo”. (18)

Os socialistas lutam pela emancipação social, não pelo desenvolvimento nacional. Se a atual geração que construiu o PSOL trocar a primeira pelo segundo, como já fez o PT, os trabalhadores novamente criarão eles mesmos as condições para a renovação da esquerda. As movimentações da juventude trabalhadora continuam a abrir caminhos, desde o início desta década. Junho de 2013 surgiu sob Dilma; seus legatários foram protagonistas da luta contra Temer e seguirão em frente, agora contra Bolsonaro.
 
Notas:

1 https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/agencia-estado/2018/10/29/brancos-e-nulos-batem-recorde-e-equivalem-a-populacao-de-portugal.htm

2 https://www.xapuri.info/entrevista-2/a-renovacao-da-esperanca-dos-frustrados/

3 https://movimentorevista.com.br/2018/10/parar-bolsonaro-o-trump-brasileiro/

4) https://www.pstu.org.br/a-ameaca-bonapartista-de-jair-bolsonaro/

5) http://www.andes.org.br/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=9731

6) http://www.correiocidadania.com.br/2-uncategorised/13577-novo-governo-nao-e-retrocesso-e-renovacao-ampliada-da-dependencia-brasileira

7) https://www.conversaafiada.com.br/brasil/so-uma-frente-apartidaria-contera-o-governo-de-ocupacao?fbclid=IwAR0fpYU-u7C41wADGyo49mctiCbePnQkINeVUGpHou2JUnHJTCgFdYeRE4s

8) https://www1.folha.uol.com.br/colunas/andresinger/2018/08/alckmin-contra-a-universidade.shtml

9) https://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2018/10/02/tracking-confirma-bolsonaro-em-alta-e-debate-moral-pode-te-lo-ajudado/ 

10) https://fpabramo.org.br/2018/12/12/pauta-identitaria-ajuda-a-ganhar-eleicao-diz-socialista-portuguesa/

11) Caso do dirigente lulista-stalinista Breno Altman, que rapidamente foi ridicularizado nas redes sociais, por sua empáfia e futurologia furada.

12) O PSOL boulista, assim, emula os lulistas em que se espelham, na ausência de qualquer autocrítica – veja-se por exemplo: http://jornalggn.com.br/blog/cintra-beutler/a-culpa-nao-e-do-pt-por-cintra-beutler#.W7vqfXfZtoA.email

13) https://blogdaboitempo.com.br/2018/12/04/zizek-a-eleicao-de-bolsonaro-e-a-nova-direita-populista/
14) https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Mal-vindos-ao-taliba-tropical/4/42224

15) Trata-se de uma fakenews exatamente por ser um discurso criado por quem sabe não ser ele verdadeiro, com o fim premeditado de enganar os outros (no caso, por conta da disputa interna no PSOL).
16) https://www.dw.com/pt-br/acirramento-do-clima-pol%C3%ADtico-chega-%C3%A0s-ruas-europeias/a-46778875

17) Tal movimento não deixa de repetir o trajeto centrista da Democracia Socialista no PT dos anos 1990, que abandonou a esquerda partidária para acomodar-se ainda mais na burocracia interna.

18) José Duarte foi importante militante operário e dirigente do PCB e depois do PCdoB. Veja-se: José Duarte – uma maquinista da história, de Luiz Momesso, Ed. Oito de Março, SP, 1988.

Marco Antonio Perruso é professor de Sociologia da UFRuralRJ e membro do PSOL.

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