Correio da Cidadania

ONG incentiva doação de sangue para celebrar o dia da Consciência Negra

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Militantes da ONG Educafro inovaram no modo de celebrar a data destinada à comunidade afrodescendente. Por volta das 9h, os integrantes da organização se concentraram no Largo São Francisco, após a realização de uma missa na paróquia ali localizada. Eles tinham um objetivo um tanto quanto inusitado: doar sangue.

 

Esse ato simbólico, segundo Douglas Belchior, um dos coordenadores do movimento, teve como objetivo mostrar a disposição do povo negro em doar seu sangue, que durante os muitos anos de escravidão teria sido arrancado à força, mas que agora seria oferecido de maneira espontânea e solidária àqueles que dele necessitam. Afinal, para a Educafro, a data não existe apenas para festa, mas sobretudo para reflexão, exercício de cidadania e reivindicação. E a pauta levada por eles inclui mais verbas para educação, cotas para negros, aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e aplicação efetiva da lei 10 639, que institui a obrigatoriedade da disciplina História e Cultura Afro-brasileira no currículo oficial dos estabelecimentos de Ensino Médio e Fundamental do país.

 

A caminhada saiu do Largo São Francisco em direção à Avenida Paulista, onde aconteceria a IV Marcha da Consciência Negra, da qual participam diversas entidades e movimentos sociais. A pausa para a doação aconteceu aproximadamente ao meio-dia, no Hospital Beneficência Portuguesa, na região central. Mesmo debaixo de sol forte, boa parte das mais de 5 mil pessoas presentes quiseram doar sangue, o que só foi permitido a 223, devido à pequena estrutura da unidade receptora.

 

De acordo com os responsáveis pela atividade, o hemocentro utilizado foi o único da região que se dispôs a receber os doadores no feriado, e que a iniciativa permitirá que aqueles que não puderam realizar a doação na ocasião se animem a fazê-lo em outra oportunidade, dirigindo-se em pequenos grupos a hospitais de suas próprias regiões.

 

Não houve incidentes nem tumultos. Ao contrário, os freis ligados à Educafro e os policiais militares responsáveis pela segurança trocaram elogios em relação ao comportamento de ambos os grupos durante a atividade.

 

 

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