Movimento defende última floresta de São Paulo
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- Correio da Cidadania
- 03/06/2019
Somos um grupo de pessoas que a partir da Associação dos Moradores e Amigos da Água Funda (AMAAF) decidimos criar o movimento Lute pela Floresta SP, a fim de defendermos uma das últimas florestas da cidade de São Paulo e lutar contra a concessão e a exploração do Parque Estadual Fontes do Ipiranga (PEFI), proposta na Assembleia Legislativa através do Projeto de Lei 183 de 2019.
O PEFI possui o maior fragmento de Mata Atlântica inserido na Região Metropolitana de São Paulo, com as nascentes do riacho do Ipiranga, uma fauna silvestre diversa e a presença de espécies ameaçadas de extinção. Fazem parte desta área o Jardim Botânico, o Instituto de Botânica, o Zoológico de São Paulo e o Zoo Safari.
Tal floresta dentro da cidade de São Paulo melhora a qualidade de vida de toda a região metropolitana. Com a PL183 de 2019 o governo estadual tem plano de vender para iniciativa privada o direito de explorar esta região e suas instituições através de uma concessão com prazo mínimo de 35 anos. Isto é uma ameaça a uma das nossas últimas florestas.
Atualmente, a lógica de administração desta área é a da preservação da flora, da fauna e dos recursos hídricos, além de privilegiar a pesquisa e a educação ambiental. Com a exploração através da concessão, a lógica da administração será a de buscar lucratividade trazendo impactos nocivos para a floresta. As florestas em São Paulo estão ameaçadas de extinção.
Precisamos lutar para salvar o PEFI, pois sua mata originária é uma das nossas últimas florestas. Além disto, o bairro da Água Funda – onde está localizado o PEFI – com aumento exponencial no número de pessoas, carros e ônibus sofrerá grande impacto no trânsito e na poluição ambiental. O projeto que autoriza a exploração é muito amplo, sendo que diversos artigos e incisos levantam dúvidas e deixam em aberto questões essenciais envolvendo a preservação.
Destacamos ainda os trabalhos de preservação e de educação das instituições – Jardim Botânico, Instituto de Botânica, Fundação Parque Zoológico de São Paulo e Zoosafari – que estão ameaçados com este projeto do Governo Estadual, por exemplo, com a concessão de todas as edificações onde atualmente as pesquisas são realizadas, incluindo laboratórios, herbários, coleções, salas de aula. E, ainda, o Projeto de Lei não resguarda o direito do Estado à propriedade intelectual e acesso ao patrimônio genético.
Delegar tais funções para a iniciativa privada fere de forma acintosa a autonomia do Governo Estadual e Federal em sua responsabilidade de preservação da biodiversidade brasileira, na conservação da vegetação, no avanço de pesquisas científicas, na percepção de fenômenos biológicos, no desenvolvimento sustentável e educacional e no acesso da população e das escolas a visitas monitoradas.