Correio da Cidadania

O caráter socialista

0
0
0
s2sdefault

 

A implantação do socialismo é um processo que não se desenvolve linearmente. Lênin prescreveu: dois passos à frente, um passo atrás.

 

O que pode ser considerado um passo à frente?

 

Toda melhoria econômica que aumente a força da classe trabalhadora na disputa com a classe burguesa e todo avanço na consciência de classe.

 

Nesta campanha eleitoral, grandes avanços podem ser conseguidos no plano da consciência. Basta propor soluções reais para os problemas concretos que o povo está vivendo. Os candidatos da direita não podem concordar com as soluções e nessa discordância consiste o debate.

 

Por exemplo: enquanto a direita propõe a desapropriação limitada às fazendas improdutivas, o programa socialista propõe a desapropriação de imóveis de mais de 1.000 hectares, sejam eles produtivos ou improdutivos.

 

Vejam bem: não se está propondo a eliminação da propriedade privada da terra, pois as fazendas menores de 1.000 hectares não serão tocadas, e por outro lado as novas unidades criadas com as terras desapropriadas serão propriedades privadas, que assinam a forma de propriedades familiares ou de cooperativas de produção.

 

Qual é o avanço socialista?

 

Altera-se completamente a correlação de forças entre os trabalhadores e a burguesia rural e, portanto, faz-se avançar o processo de implantação do socialismo. Se a proposta não for aprovada, o socialismo avançará na consciência de massa trabalhadora, pois sua mera discussão elevará essa consciência mais fortemente do que cinqüenta anos de seminários e classes sobre o socialismo.

 

Caio Padro Jr. deixou isto muito claro ao explicar como se deu o processo de implantação do socialismo em Cuba. Fidel na Serra Maestra não propôs uma ruptura socialista. Convocou o povo para lutar ao lado dele a fim de resolver um problema concreto que o povo cubano tinha pela frente: a crudelíssima ditadura de Fulgêncio Batista. A consecução desse objetivo deflagrou uma seqüência de contradições que desembocaram na conjuntura socialista.

 

{moscomment}

Comentários   

0 #3 João Baptista Parisotto 01-10-2010 13:37
A economia centralmente planificada levou á insolvência de todos os países que a adotaram c\o a União Soviética p.ex..Já o neo-liberalismo enfrenta consequencias funestas para o proletariado.Será possível que não tenhamos aprendido as lições históricas e ainda fiquemos restritos aos modelos propostos por Marx,Adam Smith,etc. há uma eternidade?È necessário sim nos esforçarmos por desenvolver uma 3ª via,moderna e que contemple os desafios do futuro próximo e que contemple todos os setores da sociedade sem ódio entre as pessoas e de caráter pacífico e pacifista,democraticamente.Est a faltando inteligência,criatividade e capacidade política de transformar o mundo ,com isenção de ânimos.
Citar
0 #2 Reforma agráriaRemindo Sauim 19-09-2010 14:01
Voto no PT desde sua fundação e acho que a solução para a Refórma Agrária passa por ele. Se tenho alguma coisa a reclamar do meu partido é que ele não tenha a feito ainda. Terra não falta. O estado brasileiro tem milhões de hectares não usados, outros milhões em terras griladas, que é fácil retotmar. Outra forma é criando um imposto alto para as terras não produtivas. Acredito que a Dilma possa desencadear este processo.
Citar
0 #1 luta de classesweslei venancio 27-08-2010 13:08
Muito bom artigo!
Eu acho que a maior chave para "explodir" a social-democracia e o social-liberalismo é a "luta de classes". A impossibilidade de concessão e a escolha de um lado! O maior problema do petismo foi a "abertura" para alianças, a idéia de que é possível governar com todos, de um melhorismo "ganhariamos correlação de forças". Acho essencial isto, somo por "bandeiras democráticas" hoje, dentro da ordem, sem gritar "socialismo ou morte". Mas, tendo em vista o irreconciliavel caráter das classes!

Bandeiras democráticas vermelhas!

Abraços
Citar
0
0
0
s2sdefault