Correio da Cidadania

O eco distante da tormenta

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O eco da grande tormenta que abala até o centro do mundo ainda não chegou ao Brasil. Ainda navegamos no mar calmo das economias prósperas. Até quando?

 

Ninguém desconhece que a dinheirama depositada diariamente em nosso Banco Central evaporar-se-á em menos de 24 horas se as economias dos países ricos experimentarem um leve respiro.

 

A consciência dessa probabilidade deveria servir para aproveitar esse tempo emprestado a fim de preparar-se para a hora da inevitável explosão. Mas o que se vê não é isso, e sim o estímulo governamental a um consumismo irresponsável.

 

Estimulam-se pessoas de baixa renda a adquirir bens de consumo outrora acessíveis apenas a pessoas das classes médias e altas. O iludido membro da ‘classe C’ imagina, ao adquirir uma geladeira ou uma passagem aérea, que ascendeu à classe B.

 

Pura ilusão, pois, no mesmo dia em que a geladeira entra na sua casa, seus filhos estão em escolas públicas que não ensinam, selando, desse modo, um futuro de maus empregos e baixos salários.

 

Ao subir, faceiro, no avião, o deslumbrado passageiro de primeira viagem não se dá conta de que, sem um plano médico (que não tem condições de pagar) será obrigado a buscar tratamento na rede pública, levará meses para conseguir uma consulta e mais de ano para fazer uma operação.

 

O pior é que, inconsciente dessa realidade, atribui a causa de seu presente bem-estar a quem não tem absolutamente nada a ver com ele. Com efeito, a atual bonança econômica é o efeito contraditório da própria crise, e não das políticas econômicas do governo. É que, sem oportunidade de investir em seus países devido à recessão que sobre eles se abateu, esses capitais buscam desesperadamente valorização financeira nos países subdesenvolvidos. Como o Brasil pratica a maior taxa de juros do mundo, eles correm para cá.

 

Mas a massa despolitizada é incapaz de compreender as sutilezas da economia; toma a nuvem por Juno. E, desse modo, Lula torna-se uma liderança política imbatível, capaz de eleger quem lhe der na telha. Não há democracia possível nessas condições.

 

Comentários   

0 #2 Vamos trocar de povo!Tupamaro 09-03-2012 09:59
As análises não conseguem fugir do molde pronto: crise de direção; o problema está na despolitização das massas; a revolução é um problema de vontade da vanguarda. Quanta falta de marxismo!!!
Que grande problema o trabalhador comprar uma geladeira! Como a classe média fica assustada com isso!
As análises do Correio da Cidadania não percebem o movimento para onde vamos: essa mesma classe trabalhadora que está tendo conquistas pontuais no Brasil vai se mobilizar na hora que tudo isso for pro espaço e a crise bater.
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0 #1 Qual a Saída?Esdras Pereira Alves 27-02-2012 15:59
Então tudo bem!!!!!
Qual a saída para com que essa economia que hoje está se desenvolvendo no Brasil de fato atenda ao "povão"?
Pois que eu saiba nunca teve tão bom para os trabalhadores desse Brasilzão.
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