Correio da Cidadania

Seminário ‘Quebrando as Grades’

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Pela liberdade de Rafael Braga e todxs xs outrxs! Inscreva-se.


Programação

30 de agosto

Mesa 1: 9h

Crise estrutural do capital: trabalho e sociabilidade no capitalismo contemporâneo

Palestrantes: Profa. Maria Orlanda Pinassi e Profa. Terezinha Ferrari

Mesa 2: 13h30

A mercadoria “droga” e as mercadorias bélicas ao acúmulo do capital

Palestrantes: MOPAT (Movimento Palestina para Todos), Adriana Eiko, Marcela Pontes

31 de agosto

Mesa 1: 9h

 A Justiça como instrumento de controle da classe trabalhadora

Palestrantes: Alberto Alonso, Mauricio Stegemann Dieterr , Carlos E. Martins (IDDH- advogado de Rafael Braga)

Intervenção Cultural: 13h30

Ruivo Lopes (poeta e artista dos direitos humanos) e Grupo de Rap Pânico Brutal (rap nacional).

Mesa 2: 14h

Encarceramento, Genocídio/Feminicídio e Eugenia

Weber Lopes , Silvio Almeida , GCCRIMDH - IBCCRIM


01 de setembro

Mesa 1: 9h

Encarceramento Hoje

Palestrantes: Isabela Miranda, Paula Sacchetta, Givanildo Manoel

Mesa 2:

Libertem Rafael e tod@s outr@s!

Palestrantes: Amparar, Mães de Maio, Brigadas Populares, Coletivo Herzer, Pastoral carcerária, Campanha pela Liberdade de Rafael Braga RJ

Mesa 3:

Lançamento do Livro: Quebrando as grades: Liberdade Incondicional

Com falas dos apoiadores e produtores: Amparar, Tribunal Popular, Fundo Brasil de Direitos Humanos e Sefras

Inscrições:

Haverá apenas 100 vagas por conta da limitação de capacidade do local

Para se inscrever, envie um e-mail com o título “Inscrições para o Seminário” para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. 


QUEBRANDO AS GRADES: pela liberdade de Rafael Brasil e todxs xs outrxs

“A propriedade é sagrada; ela soa como uma música aos ouvidos burgueses, mas, para quem nada possui, esse caráter sagrado desaparece automaticamente. O deus deste mundo é o dinheiro. O burguês toma do operário o dinheiro e, assim, faz dele praticamente um ateu.”
Friedrich Engels


O Seminário “Quebrando as Grades: Libertem Rafael Braga e todos(as) os(as) outros(as)!” surge da necessidade de discutir e construir resistências frente à política econômica capitalista de criminalização e barbarização da vida social. Este movimento do capital atinge historicamente os segmentos mais empobrecidos da classe trabalhadora, sobretudo os habitantes das periferias das grandes metrópoles, configurando, portanto, um entrelaçamento das questões de classe, raça e gênero, cujas principais vítimas são os (as) trabalhadores (as) negros (as) e indígenas – e seus (as) filhos (as).

A crise estrutural do capital, acirrada pelo avanço tecnológico, impõe um enorme excedente de produção, expulsando um grande contingente da classe trabalhadora do sistema produtivo. Esta crise configura uma nova forma de gestão do Estado capitalista, que retira os direitos sociais da classe trabalhadora impondo uma desproteção social cada vez mais profunda. Este processo ganha nova configuração na medida em que o Estado reitera o avanço da política de segurança ao apostar no recrudescimento de seu aparato repressivo com vistas à manutenção do status quo e da perpetuação dos interesses da burguesia, sofisticando os mecanismos de controle social, forjando assim uma sociedade militarizada e marcada pelo Encarceramento em Massa.

Por outro lado, a constituição do encarceramento em massa inaugura uma nova forma de exploração da força de trabalho da classe, que se caracteriza pela extração da mais valia absoluta. Dessa maneira, o mecanismo de exploração é instituído sob a  forma de gestão do sistema prisional (que na verdade gere as pessoas encarceradas), em que os sujeitos aprisionados agora operam de acordo com a normativa das empresas capitalistas. A exploração da força de trabalho dos sujeitos em cárcere revela a face violenta da configuração deste Estado Penal, demarcado pela relação íntima entre Estado e capital, que encarcera a classe trabalhadora principalmente jovem, indígena e negra.

Justiça com recorte de classe, Penalismo Popular, Estado de Exceção e Justiça Racista são alguns dos conceitos chaves construídos ao longo dos últimos 20 anos, sendo estas nomenclaturas reveladoras da face perversa do Estado de Direito Penal que tem transformado radicalmente a vida da classe trabalhadora no Brasil. O Estado brasileiro, fundado sobre a égide da violência, figura agora com números recordes na estatística mundial de criminalização e encarceramento da sua população.

Soma-se ao quadro de acirramento da violência do Estado brasileiro o forte apelo midiático e de setores reacionários da sociedade brasileira que clamam por segurança, junto à consolidação de legislações penalizadoras e punitivistas. Associa-se também às transformações profundas operadas pelo capital, no seu modo de reprodução, em que as cidades passam a atender integralmente sua lógica, respondendo às necessidades com o fornecimento de recursos naturais e força de trabalho para o sistema produtivo.

O mecanismo de recrudescimento do aparato repressivo do Estado brasileiro poderia por si só provocar imensa resistência dos diversos setores da classe trabalhadora e movimentos sociais frente a estes ataques. Porém, sob a justificativa de insegurança social, foi implantada a política de Tolerância Zero, que garantiria a Lei e a Ordem e junto a estes a contenção de revoltas sociais. Esta política típica de um Estado militarizado e baseada em operações de guerra é expressa nas ações repressoras do Estado, como a Operação Saturação em São Paulo e das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro.

O “Quebrando as Grades: Libertem Rafael Braga e todos(as) os(as) outros(as)!” tem por objetivo refletir os processos de mudança no mundo do trabalho, que culminou no ataque aos direitos sociais da classe trabalhadora, instituindo no Estado o uso permanente da violência como gestão das contradições sociais, existentes na sociedade capitalista. Entender essa nova dinâmica do capital nos impõe enorme desafio de análise e prática política.

O encarceramento em massa perpetrado pelo Estado revela uma institucionalidade racista em seu mecanismo de gestão, que vem junto da hegemonização de um pensamento desumanizador, a se colocar como legítimo. O discurso de legitimação da violência é consolidado pelos meios de comunicação empresariais, seja através da mídia tradicional ou dos novos meios de comunicação e redes sociais controladas pelo capital.

A maior expressão das violações provocadas pelo capital é o encarceramento do jovem Rafael Braga, preso em um dos momentos que ocorreram uma das maiores manifestações populares da história deste país, intitulado Jornadas de Junho de 2013, onde o Estado brasileiro teve nas ruas manifestações massivas da incredulidade da sociedade brasileira com o seu sistema de gestão.

Neste momento de convulsão social, Rafael teve decretada a sua prisão por portar uma garrafa de desinfetante e ser enquadrado pela polícia, somando-o, assim, aos milhões de sujeitos encarcerados neste país. Nenhum dos crimes atribuídos a Rafael são verdadeiros, o que expõe as contradições do aparelho repressivo do Estado brasileiro, ao mesmo tempo em que tornou o jovem Rafael Braga símbolo político das denúncias do Estado penal em curso no país.


Informações

Seminário: Quebrando as Grades
Pela liberdade de Rafael Braga e todxs xs outrxs!

Dias 30, 31 de agosto e 1 de setembro.
Das 9h às 16h30.
Local: Rua Antônio de Godói, 88. República, São Paulo-SP.

No dia 1 de setembro haverá o Lançamento do Livro "Quebrando as Grades: Liberdade Incondicional!" , produzido pela Amparar e pelo Tribunal Popular, com apoio do Sefras.

Evento no facebook: https://www.facebook.com/events/138866620039760/

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