Correio da Cidadania

Haddad é mais um erro do Lula

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É impressionante como Lula tem acumulado erros políticos, desvios ético/morais, oportunismos econômicos e vacilação de classe nos últimos anos.

Entre 2006 e 2015, Lula acumulou um patrimônio de certa de 10 milhões de reais. A maior parte, depois que saiu da presidência, fazendo palestras para grandes empresas e bancos, nacionais e internacionais (uma casta extremamente podre da burguesia foi agraciada com pelegosas palestras de Lula).

Estas mesmas empresas, logo em seguida, apoiaram em peso todo o conjunto da regressão social em curso; elas sempre arrancaram o couro dos trabalhadores brasileiros e de outros países. Foi dos meandros desta lambeção de Lula com a burguesia que a operação Lava Jato encontrou os indícios de que precisava para condenar o ex-presidente sem provas.

Desde que saiu da presidência, o ex-presidente não articulou nenhuma campanha em defesa dos interesses concretos dos trabalhadores. Até usou atividades prestabelecidas como palco, mas não articulou nada.

Ainda em 2012 já vinha indicando Meirelles para ministro da Dilma, a fim de atender os interesses da grande burguesia monopolista financeira com a qual se comprazia em salões nobres pelo mundo. Foi fiador maior da guinada à direita do governo Dilma II, que jogou o país numa recessão profunda e aplicou um arrocho severo contra os trabalhadores (é sempre bom lembrar que no primeiro trimestre de 2016 o desemprego já estava acima de 11%).

Na sequência, Lula fez corpo mole contra o golpe e não moveu uma palha para derrubar o golpista Temer e seus desfeitos. Buscou, o tempo todo, algum tipo de solidariedade com o temeroso mandatário com o intuito de enfrentar a Lava Jato pelo alto, sempre flertando com a famosa frase do Romero Jucá.

Logo depois, com a cúpula do PT levantou a tese do golpe dentro do golpe, aliviando a barra de Temer. Só veio em busca dos setores populares quando sua situação jurídica já estava realmente complicada, mas mesmo assim nunca abandonou as tentativas de se safar através de um acordo por cima.

Para encurtar a conversa, foi covarde e antipedagógico na forma que se entregou ao ser condenado. A massa dos trabalhadores passando por horrores para sobreviver e Lula se colocando como vítima central da conjuntura, mas sem se mover em defesa da classe trabalhadora. É certo que Lula é vítima de uma perseguição jurídica insana, mas não é o cristo crucificado, muito menos o salvador. Lula é cúmplice de cada milímetro desta conjuntura adversa para a classe trabalhadora do país.

O ex-presidente usa sua sagacidade para sacramentar os interesses escusos da cúpula petista e esterilizar qualquer possibilidade de crítica e autocrítica pela esquerda. Não aprendeu nada com os reveses que sofreu e continua, mesmo preso, sua articulação espúria com o que há de pior da política brasileira.

Acabou de referendar um novo poste para disputar a presidência, depois de ver todas as suas apostas ingênuas serem derrotadas no STF – onde boa parte dos ministros havia sido indicada por ele.

Até agora, Lula despolitizou propositalmente as massas, entrega um candidato com fortes inclinações tucanas, que já beijou a mão de banqueiros e golpistas, e que não tem um projeto claro de resistência para o momento regressivo pelo qual passa o país. Para piorar, Haddad é o candidato que mais dá condições para a eleição de Bolsonaro.

Fernando Luz é historiador e professor em João Pessoa (PB).


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