Correio da Cidadania

“Pátria Amada”

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A realidade que, hoje, vivemos no mundo é de uma enorme atrocidade. Mas, para mascará-la, para esconder os seus aspectos cruéis, eles, os burgueses que levam a vida farta e confortável, criam e massificam vários discursos que são colocados em nossas cabeças de forma que sequer percebamos. Desses muitos discursos dispersos levados a cabo pela burguesia está a propaganda que se faz em torno da "pátria amada". Que dizem eles da nossa "amada pátria"? Seus céus são mais azuis, seus bosques têm mais flores, sua alma mais amores, e por aí vai. É claro que a burguesia não poderia nunca dizer a verdade, pois mentir e enganar é seu ofício e ela o faz de forma brilhantíssima e poucos se levantam para dizer: isso é mentira!

 

Imagine só a burguesia dizer: salve minhas terras, minhas fábricas, minhas minas, meus transportes de massa e cargas, meu grande comércio, meus lucrativos bancos. Claro que eles não podem fazer esse discurso. Eles têm que dizer: a pátria é nossa (um país de todos).

 

Como podemos dizer com convicção: esse é o nosso país? Quando sabemos que a imensa maioria não dispõe das terras, nem das riquezas que elas produzem. Para muitos infelizes patriotas restam apenas as favelas, os transportes superlotados, a fome, o desemprego, o baixo salário, a violência e tantos outros males sociais. Aí, sim, está a nossa pátria, a pátria da escassez, a pátria das privações.

 

Como poderiam eles levarem seus soldados para as trincheiras de guerra, com o seguinte discurso: vamos matar, vamos torturar, vamos amputar, em nome da defesa dos nossos lucros, da nossa causa, que são os ganhos astronômicos, que a nossa pátria essa, sim, verdadeiramente nossa, nos oferece. É evidente que o povo se recusaria a apoiar tamanha desgraça que são as guerras, mas para esconder essa realidade é que eles constroem o discurso de amor à pátria, como se ela fosse de todos nós na hora dos ganhos, na hora das vantagens. Nessa hora só eles aparecem. Para nós a defesa da pátria, quando em guerra, é a defesa do patrão, e ela termina com uma legião de mortos, mutilados, órfãos, e eles sempre ricos e poderosos.

 

Gilvan Rocha é presidente do Centro de Atividades e Estudos Políticos – CAEP.

Contato: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

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