Sem dinheiro para comprar água, favela sofre com a má qualidade do serviço
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- Claudia Magalhães, Voz das Comunidades
- 24/01/2020
A crise causada pela má qualidade das águas no Rio de Janeiro vem afetando e mudando a rotina de muitos cariocas. Em vários pontos da capital e da Baixada Fluminense, os moradores tem recebido em suas casas uma água com coloração amarelada, forte odor e sabor de terra. Com isso, precisaram mudar seus hábitos de consumo, e não estão usando mais a água de suas torneiras nem para lavar louças ou roupas, já que o medo de problemas de saúde por conta do contato com a água vem assustando a todos.
Através de suas redes sociais, o Voz das Comunidades vem recebendo relatos de moradores do Complexo do Alemão que passaram mal com náuseas, dores de cabeça e até febre após o consumo da água e também da dificuldade que muitos estão encontrando para comprar a mineral.
“Aqui em casa meu marido está desempregado, vive de bico, sou eu, ele e mais três crianças, é tudo contado. Não temos condições para comprar água mineral todo dia e a água está mais cara”, contou uma moradora.
Além da dificuldade financeira, a água virou um artigo raro nos mercados da região. Devido o aumento na procura, as garrafas e galões estão mais caros e em grandes redes de supermercado há o aviso nas prateleiras que somente 6 garrafas de 1,5 litro podem ser levadas por clientes.
O que diz a CEDAE
Segunda a CEDAE, o que causou alteração na qualidade da água distribuída foi a proliferação de um enzima chamada geosmina, que é produzida por algas. A companhia afirmou ainda que essa enzima não causa malefícios à saúde da população. Com o caos causado pela qualidade da água que vem sendo distribuída, o assunto chamou atenção do Ministério Público e da Polícia Civil, que estão acompanhando de perto a estação de tratamento do Guandu, local de onde parte a água fornecida pela CEDAE.
Tratamento com carvão ativado
Para solucionar o problema, a CEDAE informou que irá usar um tratamento feito com carvão ativado nas águas. Segundo a companhia, os equipamentos que faltavam já estão na estação de tratamento de água do Guandu, em Nova Iguaçu. A companhia já iniciou a montagem do sistema, mas ainda não informou quando exatamente irá começar a funcionar.
Claudia Magalhaes é jornalista do Jornal Voz das Comunidades, onde a matéria foi originalmente publicada.