Correio da Cidadania

Racismo à argentina: os desafios do movimento negro por inclusão e visibilidade no país

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Não existem negros argentinos. Os escravizados trazidos para cá ou morreram em combate na Guerra do Paraguai, ou durante a epidemia de febre-amarela, na década de 1870. Os que sobreviveram, fugiram para o Uruguai. Essas afirmações resumem o senso comum presente na sociedade argentina sobre a existência de pessoas negras no país.

Contraditoriamente, o país conhecido como “a Paris da América” e por suas fortes características europeias, na gastronomia, na arquitetura e no fenótipo da população, teve como seu primeiro presidente um homem negro, Bernardino Rivadavia, e deve ao continente-mãe as criações mais emblemáticas e características da nação: o tango, o assado e o doce de leite.

Além disso, a Mãe da Pátria argentina é negra. María Remedio del Valle, durante a Guerra da Independência da Argentina, foi designada capitã do Exército pelo general Manuel Belgrano por sua bravura ímpar nos campos de batalha. Morreu em 8 de novembro de 1847 com o título de sargento-maior do Exército argentino.