PT, CUT e movimentos populares exigem saída da Syngenta do país
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- 26/10/2007
O PT, o PCdoB, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e movimentos populares do Paraná pedem que a empresa transnacional suíça Syngenta Seeds abandone o país depois do assassinato do Sem Terra Valmir Mota de Oliveira, em Santa Tereza do Oeste, no Paraná.
Além disso, denunciam que a empresa coloca a biodiversidade brasileira em perigo com a realização de experimentos ilegais com milho e soja transgênicos, que desrespeitavam a distância mínima de 10 km da chamada Zona de Amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu. Desde 1986, o parque é considerado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
"A ocupação tornou os crimes ambientais da transnacional conhecidos em todo o mundo. Não bastasse a Syngenta associar o seu nome a crimes ambientais no Estado, associa agora o seu nome de forma definitiva ao sangue derramado de um trabalhador rural. Houvesse um mínimo de respeito à sociedade brasileira, a Syngenta retirar-se-ia do território nacional", diz nota pública do conjunto das entidades, divulgada nesta sexta-feira (26/10).
Abaixo, a íntegra da nota pública.
Syngenta fora do Brasil
A truculência do latifúndio associado ao agronegócio transnacional fez mais uma vítima no Estado do Paraná. No dia 21 de outubro, o trabalhador rural Valmir Mota de Oliveira, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Via Campesina foi executado à queima roupa na área de experimentos da multinacional Syngenta Seeds em Santa Tereza do Oeste (PR).
O movimento social do Paraná responsabiliza a multinacional Syngenta, a Sociedade Rural da Região Oeste (SRO) e o Movimento dos Produtores Rurais (MPR) da região pela execução Valmir Mota e pelo terror que vem espalhando na região contra os trabalhadores e trabalhadoras rurais.
Essas organizações têm responsáveis com nome, sobrenome e, endereço. Esperamos, confiamos, e exigimos que se faça justiça. É chegada a hora de dar um basta a truculência das oligarquias rurais do Estado do Paraná que se armam e organizam milícias privadas para aterrorizar o movimento social.
Três dias antes do assassinato do militante da Via Campesina, várias de nossas organizações participaram de uma Audiência Pública junto a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados (CDHM). Na oportunidade se denunciou que o latifúndio e o agronegócio estavam contratando seguranças e organizando milícias privadas para promover o despejo dos militantes que ocupam a áreas improdutivas do Paraná.
A morte de Valmir Mota estava anunciada. O presidente da Sociedade Rural do Oeste, Alessandro Meneghel, reiteradas vezes declarou à imprensa e publicamente que os próprios ruralistas iriam retirar os sem-terra das propriedades. O movimento social paranaense exige a imediata prisão do presidente da Sociedade Rural por julgar que o mesmo representa uma ameaça à integridade física dos trabalhadores e trabalhadoras organizados no MST, na Via Campesina e em outros movimentos.
Registramos ainda que a ocupação da área de testes da Syngenta – realizada em março de 2006 - foi motivada por denúncia do Ibama. Constatou-se na época que os experimentos com plantação de milho e soja transgênicos não respeitavam a distância mínima de 10 km da chamada Zona de Amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu - um dos últimos redutos da biodiversidade na América do Sul.
A ocupação tornou os crimes ambientais da transnacional conhecidos em todo o mundo. Não bastasse a Syngenta associar o seu nome a crimes ambientais no Estado, associa agora o seu nome de forma definitiva ao sangue derramado de um trabalhador rural. Houvesse um mínimo de respeito à sociedade brasileira, a Syngenta retirar-se-ia do território nacional.
Os movimentos sociais do Paraná pedem uma apuração independente, rigorosa e transparente. Exigimos ainda exemplar punição aos mandantes - Syngenta, Sociedade Rural da Região Oeste (SRO) e o Movimento dos Produtores Rurais (MPR) da região – pela violência injustificável perpetrada contra os trabalhadores e as trabalhadoras rurais e a proteção dos demais trabalhadores e trabalhadoras ameaçados pelo latifúndio e o agronegócio na região. Justiça e o fim da impunidade é o mínimo que a sociedade paranaense aguarda.
PT - DIRETÓRIO MUNICIPAL DE CURITIBA;
CUT-PR CENTRAL UNICA DOS TRABALHADORES;
PCdoB - DIRETORIO ESTADUAL
UNB - UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES;
ASSEMBLEIA POPULAR-PR;
CEPAT - CENTRO DE PESQUISA E APOIO AOS TRABALHADORES;
CEFURIA - CENTRO DE FORMAÇÃO IRMA ARAUJO;
CONSULTA POPULAR – PR;
APP- SINDICATO;
SINDICATO DOS BANCARIOS DE CURTIBA E REGIÃO METROPOLITANA;
SINDSAUDE;
SISMMAC;
SISMUC;
SINDSEAB;
SINDIQUIMICA;
SINTCOM ;
SITRAVEST;
SINDJUS;
MANDATO PROF. JOSETE;
GRUPO NUSPARTUS;
MARCHA MUNDIAL DE MULHERES;
CENTRO DE FORMAÇÃO MILTON SANTOS-LORENZO MILANI;
CASA DO TABALHADOR
Fonte: MST