MST realiza ocupações e exige Reforma Agrária no RS
- Detalhes
- 13/04/2007
O MST deu início no dia 11 a uma série de ocupações no Rio Grande
do Sul. As mobilizações fazem parte de uma jornada nacional de luta por
Reforma Agrária. Cerca de 2 mil trabalhadores ocupam três latifúndios
no Rio Grande do Sul e realizam uma marcha em São Gabriel.
Em Coqueiros do Sul, o MST voltou a ocupar a Fazenda Guerra, latifúndio
de nove mil hectares. Desta vez, foi ocupada a sede da fazenda. Cerca
de 700 trabalhadores participam da ocupação. O MST também está no
município de Pedro Osório, ocupando uma fazenda de mais de 2 mil
hectares. A Estância Pantano pertence à família Eichenique Lopes, que
possui mais de nove mil hectares só em Pedro Osório. Participam cerca
de 400 trabalhadores sem terra.
Na região metropolitana de Porto Alegre, cerca de 700 pessoas ocupam
uma fazenda em Nova Santa Rita, às margens da BR 386. Conhecida como
Granja Nenê, a área de 1,5 mil hectares é toda a arrendada. Em São
Gabriel, cerca de 350 pessoas marcham até o centro da cidade, para
defender a desapropriação da Fazenda Southall, uma área de 13 mil
hectares com vários crimes ambientais verificados.
Reivindicações
No Rio Grande do Sul, a principal reivindicação do MST é o assentamento
imediato das 2.500 famílias Sem Terra que vivem em acampamentos de
beira de estrada. Pra isso, o Movimento cobra as desapropriações das
fazendas Southall e Guerra.
No final de março, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) divulgou o laudo de vistoria realizada na Fazenda
Southall. O Incra verificou a prática de uma série de crimes
ambientais, como a destruição de 75% da Área de Proteção Permanente da
fazenda. O fazendeiro já havia sido notificado sobre isso em 2001, mas
não tomou nenhuma providência.
Já a Fazenda Guerra possui nove mil hectares e sua desapropriação é uma
reivindicação de toda a região Norte do Estado. No ano passado, 22
prefeitos da região assinaram um documento pedindo a transformação do
latifúndio em um assentamento da Reforma Agrária. Juntas, as fazendas
Southall e Guerra podem ser destinadas para mais de mil famílias de
trabalhadores rurais, o que pode gerar, pelo menos, cinco mil empregos
diretos.
O MST pressiona o Governo Federal para acelerar o processo de
assentamentos no Rio Grande do Sul. Nos quatro anos do Governo Lula,
apenas 744 famílias foram assentadas no Estado.
O MST também cobra uma política de Reforma Agrária do Governo do
Estado, que fechou o gabinete da Reforma Agrária, mesmo que o Estado
tenha mais de 30 projetos de assentamento criados.
Fonte: MST
http://www.mst.org.br/mst/pagina.php?cd=3231