Correio da Cidadania

Bom senso evita invasão de Assentamento Nova Sarandi por cerca de 1200 policiais no RS

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Após o dia 17 ter sido de muita tensão, bom senso evita invasão do Assentamento Nova Sarandi (antiga Fazenda Anonni), do MST-RS, por cerca de 1200 policiais fortemente armados. Um acordo entre sem terras, poder judiciário, diversos prefeitos da região, entre outras autoridades, com o apoio do mandato Luciana Genro (PSOL-RS), de setores da imprensa nacional e internacional e das Nações Unidas evitou o pior: um possível massacre de sem terras diante da determinação do secretário de segurança do governo Yeda, o ex-diretor da velha guarda da Polícia Federal, José Francisco Mallmann, em invadir o assentamento.
 
Mallmann, em uma reação totalmente desproporcional e ancorado em um mandado judicial de busca e apreensão concedido pelo Juiz de Carazinho, Orlando Fachini Neto, alegava buscar um anel sem especificação, uma máquina fotográfica e armas supostamente furtadas de uma outra fazenda, a Coqueiros, de propriedade da familia Guerra, ocupada recentemente pelos sem terra. Para isso, o secretário mobilizou mais de 1000 homens da polícia civil e da brigada militar, estes últimos liderados pelo conhecido truculento Cel. Mendes, para realizar a busca em dois acampamentos do MST e no assentamento Nova Sarandi. A familia Guerra, lembra o Prefeito de Coqueiros do Sul, Acacio Scheide de Souza (PDT), detém a propriedade de 26% do território total do município e gera apenas 2 empregos diretos. "O município não tem como se desenvolver se não realizar a reforma agrária nesta fazenda", declarou ele hoje aos sem terra cercados pela polícia.
 
Os sem terra foram surpreendidos na madrugada do dia 17 de janeiro pela chegada do imenso contingente policial, que foi crescendo ao longo do dia, integrado pelo Batalhão de Operações Especiais (BOE), do Pelotão de Choque e diversos outros pelotões da BM, todos com seus oficiais, além de delegados e policiais civis. Os militantes do MST descansavam do XXIV Encontro Estadual do movimento, que ocorre anualmente, quando a polícia desembarcou no local.
 
O confronto foi iminente ao longo de todo o dia, com os policiais fortemente armados chegando a aproximar-se cerca de 20 metros do cordão organizado pelos sem terra, no limite do território do assentamento. Após muita pressão internacional, da imprensa e de diversas autoridades, e depois do secretário Mallmann haver ameaçado renunciar se a Brigada Militar não invadisse o assentamento, demonstrando o grau de irracionalidade que o dominou, o governo do Estado foi obrigado a recuar e a aceitar o acordo proposto pelo MST e todas as demais autoridades. Assim, um grupo de 70 policiais civis e militares procedeu a uma vistoria pacífica em busca dos alegados furtos e armas sem nada encontrar. A direção estadual do MST disse haver observado, no entanto, que a BM estava orientada a efetuar provocações, o que cumpriu rigorosamente ao longo de todo o dia, contribuindo para o aumento da tensão.

O Prefeito de Carazinho, que esteve no local, relatou que testemunhou a invasão da BM em um dos dois acampamentos do MST na região, antes de chegar na Nova Sarandi. Disse que os policiais militares entraram quebrando e desmontando tudo, causando muita revolta.
 
No final da tarde, após o acordo, o contingente policial foi sendo desmobilizado aos poucos e o clima de tensão arrefeceu. Agora, é seguir alerta porque este fato aponta claramente para um endurecimento do governo Yeda no sentido de intimidar e criminalizar o movimento social, em especial o MST.
 
Fonte: Movimento Esquerda Socialista 
 
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