Correio da Cidadania

Agronegócio, favelas e marginalidade

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Ribeirão Preto, região de São Paulo conhecida como “Califórnia Brasileira”, onde se expande há anos o agronegócio, tem hoje uma população carcerária de 3.813 pessoas, segundo dados da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SAP) - quantidade muito superior à da população rural, em torno de dois mil habitantes. A produção de etanol projetada para 2007 é de 38,6 bilhões de litros, mais que o dobro da produção de 2005.. Ao mesmo tempo, no final de 2005, eram 31 favelas com 18 mil moradores, e, em 2006, 34 favelas, com 20 mil habitantes (Folha de Ribeirão, de 4 de março).

 

Para a professora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP-USP), Lucília Maria Sousa Romão, o que existe nos arredores da cidade atualmente são os condomínios de luxo. “Os camponeses que vivem no campo não existem no sentido de fixarem suas raízes na área rural”, afirma. Ela completa que os cortadores de cana moram e vivem nas cidades em moradias provisórias e são transportados de ônibus para as lavouras.

 

As agrovilas são espaços de miséria absoluta nas cidades satélites de Ribeirão Preto. Nelas, as pessoas dependem diretamente do corte da cana e convivem com o desemprego por conta da mecanização e do caráter sazonal desse tipo de trabalho. Isso contribui para a ociosidade de uma quantia considerável de homens e mulheres, acarretando problemas sérios relacionados ao alcoolismo.

 

Os que realmente vivem no campo e contemplam a função social da terra estão nos assentamentos de reforma agrária, que são fruto do movimento sindical rural da região. 80% do que se consome de alimentos em Ribeirão vêm de Minas Gerais, de Campinas (SP) e do Nordeste. Praticamente, não existe produção de alimentos, segundo relata o MST regional.

 

Fonte: Agência Brasil de Fato

 

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