Correio da Cidadania

Reforma Agrária (2): demandas ao governo

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1-Agilização da desapropriação de fazendas improdutivas, como prevê a Constituição, priorizando algumas regiões em cada estado, de preferência próximas a centros consumidores para facilitar acesso ao mercado e o desenvolvimento da produção de alimentos.

2-Prioridade à desapropriação das fazendas de empresas estrangeiras, que vieram aqui implantar seus monocultivos (de eucalipto, soja e cana) predatórios para o meio ambiente, com uso intensivo de agrotóxico e expulsando os trabalhadores brasileiros do interior.

3-Realização de um verdadeiro mutirão de todos órgãos públicos envolvidos na questão agrária para assentar em poucos meses todas as 140 mil famílias que estão há muito tempo acampadas, esperando e vivendo debaixo de lonas pretas.

4-Valorização da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), ampliação dos seus recursos e garantia a toda família camponesa, assentada ou de pequenos agricultores, ao acesso ao programa de compra de todos os alimentos produzidos.

5-Atualização da portaria que mede a produtividade das fazendas, que ainda se baseia em dados de 1975.  Mobilização da base parlamentar do governo, que é a maioria no Congresso, pelo projeto já aprovado no Senado Federal, que determina a expropriação das fazendas que ainda têm trabalho escravo - que são muitas e envergonham a todos brasileiros.

6-Organização de um novo modelo de assentamento, combinando um novo crédito rural, especial para os assentados, com a produção de alimentos e a instalação de agroindústrias na forma cooperativa.  Assim, as famílias obteriam maior renda do seu trabalho e seria gerado emprego para juventude que vive no meio rural.

7-Desenvolver um amplo programa de educação no campo, que comece com uma campanha nacional de erradicação do analfabetismo e onde sejam ampliados os cursos e vagas de cursos técnicos a serem destinados especificamente para a juventude do campo. Ampliação dos recursos do Pronera (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária), viabilizando a demanda de cursos e convênios com as universidades brasileiras para dar acesso aos jovens camponeses em regime de alternância nos cursos superiores.

8-Implantação de um programa nacional de reflorestamento nos lotes da reforma agrária e nas comunidades camponesas de forma subsidiada, para que cada família seja estimulada a plantar pelo menos dois hectares de árvores nativas e frutíferas em cada área. Assim, contribuiríamos para preservação da natureza, evitando o aquecimento do clima, provocado pela monocultura predadora do agronegócio.

9-Criação de um novo formato institucional para viabilizar a assistência técnica e extensão rural pública nos assentamentos. Para isso, é necessário que se tenha um órgão público responsável pela assistência técnica e capacitação dos agricultores.

10-Vinculação direta do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) à Presidência da Republica e a formação, junto com a Conab e com o órgão de assistência técnica, de um novo formato institucional para viabilizar e acelerar a reforma agrária.

Com essas medidas, poderíamos esperar que, de fato, a Reforma Agrária comece a sair do papel.

 

Fonte: Direção Nacional do MST

 

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