Metroviários denunciam Serra na OIT
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- Andrea
- 28/05/2008
Dando continuidade às atividades contra a criminalização dos movimentos sociais, a Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro) protocolou uma queixa na OIT (Organização Internacional do Trabalho), onde denuncia os ataques e a violação ao exercício da liberdade sindical. A representação será avaliada pelo "Comitê de Liberdade Sindical", que poderá condenar tanto o governo Serra e o metrô de São Paulo quanto o governo brasileiro.
Imediatamente após o encerramento de uma paralisação de duas horas, contra a "Emenda 3, a Companhia do Metropolitano de São Paulo procedeu com o afastamento sumário de cinco dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Metroviário de São Paulo - Paulo Pasin, Pedro Augustinelli Filho, Ronaldo de Oliveira Campos, Alex Fernandez Alcazar e Ciro Moraes – sob a alegação de que teriam sabotado a operação de trens, bem como desligado a energia elétrica dos trilhos próximos à estação da Sé, conforme amplamente divulgado pela imprensa.
Após inúmeras negociações, o governo Serra manteve o afastamento para averiguação de falta grave de Paulo Pasin e Alex Fernandez Alcazar, sendo que o companheiro Alex Fernandez retornou ao trabalho por decisão da Justiça do Trabalho.
A segunda onda de demissões se deu em retaliação ao apoio massivo da categoria à greve ocorrida em agosto de 2007, por conta da política adotada pela empresa na negociação do pagamento ‘Participação nos Resultados’. A Companhia do Metrô e o Governo do Estado demitiram 60 funcionários, dentre eles muitos sindicalistas.
O documento elaborado pela FENAMETRO diz que o governo do Estado também afronta o princípio da liberdade sindical quando anunciou publicamente a contratação de 100 (cem) empregados em caráter permanente, no intuito exclusivo de substituir os trabalhadores metroviários que aderirem a paralisações futuras.
A FENAMETRO também denuncia a Opportrans, concessionária do metrô carioca, que em uma postura totalmente irresponsável, tem desprezado processos operacionais, deixando de realizar serviços essenciais e de manutenção, além de reduzir drasticamente o quadro de funcionários. Ao tentar denunciar este quadro, sindicalistas cariocas têm sofrido retaliações e represálias. Um exemplo dessa arbitrariedade é a demissão de dois membros da direção do sindicato sem qualquer alegação.