Via Campesina e Assembléia Popular ocupam ferrovia da Vale em MG
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- Andrea
- 12/06/2008
Cerca de 1.500 trabalhadores e trabalhadoras da Via Campesina e Assembléia Popular ocuparam a ferrovia da Vale no município de Governador Valadares, ao lado da BR 381, na manhã desta quinta-feira (12/6), para exigir que a mineradora abra negociação com as 500 famílias da comunidade Pedra Corrida, que será desalojada pela barragem de Baguari, construída pela empresa na divisa dos municípios de Valadares e Periquito. Até o momento, nenhuma negociação foi realizada.
A atividade denuncia também que as pautas apresentadas na ocupação dos trilhos no município de Resplendor não foram atendidas. Em março, o protesto denunciou que a construção da Barragem de Aimorés, pela Vale e Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), expulsou 1.000 famílias de quatro municípios, que não foram reassentadas. Além disso, essa barragem inviabiliza o sistema de esgoto da cidade, inundando 2 mil hectares de terra (2 mil campos de futebol).
"A barragem em Valadares vai expulsar mais famílias, enquanto não forem resolvidos os prejuízos da obra em Aimorés. Os crimes ambientais e sociais cometidos pela Vale continuam e, até o momento, não aconteceu o assentamento das famílias. A Vale expulsa famílias de suas casas para construir obras que não beneficiam as comunidades, gerando energia apenas para suas atividades", afirma o integrante da Via Campesina, Vanderlei Martini.
Energia
A Vale consome 5% de toda a energia produzida pelo país. Acaba de fechar um contrato com distribuidoras de energia para pagar R$ 0,03 por cada kwatt/h, quando o povo paga R$0,62. A Lei Kandir beneficia as empresas mineradoras determinando que as atividades primário-exportadoras sejam isentas de pagamento de ICMS (18%).
Além disso, os royalties pagos pelo setor são irrisórios. Em 2007 quando as exportações do setor somaram R$ 16 bilhões foram pagos apenas R$ 153 milhões em royalties, ou seja, menos de 1%. A Vale acaba de receber benefícios do BNDES de R$ 7,3 bilhões a pagar em 40 anos sob juros irrisórios, graças a sua influência política. Ao passo que um trabalhador da VALE chega a receber R$550,00, pagando seu salário em 6 horas de trabalho.
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