Correio da Cidadania

Peruanos vão às ruas para protestar

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Organizações sociais de alcance regional realizam hoje (8) e amanhã (9) uma paralisação nacional contra diversas medidas tomadas pelo presidente Alan Garcia. Para amanhã, estão previstas marchas conjuntas das entidades em várias cidades peruanas. Em resposta, o presidente Alan Garcia resolveu colocar as Forças Armadas nas ruas para intervir junto à Polícia Nacional a fim de conter os protestos.

 

De acordo com pesquisas, o governo peruano está sendo reiteradamente desaprovado por 70% dos cidadãos do país. Em algumas regiões, como o Sul e o Oriente, esse índice chega a 90%. Essa medida, qualificada como inconstitucional e perigosa para a democracia por analistas políticos, só aumenta o descontentamento com o governo de Garcia.

 

A Resolução Suprema 242-2008-DE dispõe que Exército, Marinha e Força Aérea participem da segurança interna do país de hoje até quinta-feira (10). Segundo o governo, a medida pretende evitar protestos violentos e o bloqueio de estradas. Analistas acreditam que essa atitude evidencia o desespero que tomou conta do governo de Garcia.

 

Dirigentes de entidades que participam da paralisação afirmam que o evento é legal, está disposto na Constituição e não pretende desestabilizar o governo, mas sim expressar o descontentamento da população. Eles enfatizam que, se houver violência nos protestos, a responsabilidade será diretamente do governo. Para muitos, essa resolução incita a uma guerra civil.

 

Em comunicado, a Coordenação Nacional dos Transportadores declarou seu apoio à paralisação e pediram a reorganização do Ministério dos Transportes e Comunicações: "Pedimos de imediato a troca da ministra de Transportes por desviar-se de sua responsabilidade com os grêmios de transportes, assim como a troca de todos os funcionários corruptos e assessores aliados aos grupos de poder no transporte".

 

O Movimento etno-nacionalista Uchku Pedro também critica as atitudes do governo e apóia a luta do povo peruano. No entanto, o movimento lembra aos peruanos que não lutem somente por esmolas e migalhas, mas por uma verdadeira libertação nacional que salvará a nação da fome, da miséria e da prostração geral. Eles dão ênfase ao fato de que os recursos naturais peruanos foram entregues às grandes corporações estrangeiras.

 

A Aliança de Federações de Mãe de Deus, que também participa do manifesto, rechaçou a maneira de como o governo central vem ditando leis para formalizar o despejo das terras habitadas e utilizadas pela população amazônica há séculos. A entidade destaca que o protesto também é uma resposta à indiferença das autoridades locais diante da situação.

 

"O primeiro dia da paralisação convocada pela Aliança de Federações de Mãe de Deus começa com contundência, êxito e respaldo de uma multidão, o que é sinal da consciência que a população tem sobre o caráter antidemocrático das medidas do governo central e de seus perigosos efeitos sobre o povo peruano", afirma a entidade.

 

Publicado originalmente em Adital.

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