Movimentos sociais do Peru se juntam pela Amazônia e contra o TLC
- Detalhes
- Andrea
- 13/08/2008
Organizações nacionais indígenas, camponesas e de produtores agrários, junto a associações trabalhistas, anunciaram no último dia 11 a formação de um novo movimento social que articulará e conduzirá a agenda reivindicativa nacional.
Expressaram também o respaldo e solidariedade com a Mobilização Indefinida, iniciada no sábado (09), Dia Internacional dos Povos Indígenas.
Em coletiva de imprensa, anunciaram uma plataforma de luta que, neste momento, tem como principal ponto a derrogatória dos 102 decretos legislativos emitidos pelo governo para implementar o TLC (Tratado de Livre Comércio) com os Estados Unidos.
Miguel Palacín Quispe, coordenador geral da Coordenadoria Andina de Organizações Indígenas (CAOI), disse que a consolidação da articulação dos movimentos sociais dá continuidade aos acordos da Cúpula dos Povos, reunida na Universidade Nacional de Engenharia, em maio passado, que deu um mandato de unidade para enfrentar as políticas econômicas neoliberais e a criminalização do protesto por parte do governo aprista presidido por Alan García Pérez.
Os dirigentes das organizações participantes se declararam em mobilização permanente até conseguir a derrogatória dos inconstitucionais decretos legislativos que atentam contra os direitos territoriais das comunidades andinas e amazônicas, que estão se projetando para facilitar o saque dos bens naturais por parte das transnacionais e orientados a fazer desaparecerem as comunidades.
Ao expressarem sua solidariedade com a luta da Amazônia, advertiram que se atingem os povos amazônicos estarão atingindo a todos os peruanos. Logo em seguida, Alberto Pisango, presidente da Associação Inter-étnica de Desenvolvimento da Selva Peruana (Aidesep), informou que o governo ordenou o deslocamento de efetivos militares nas áreas do Amazonas, Marañón e Ucayali. "Nossa mobilização é pacífica. Se existe violência, ela será produzida pelas provocações do governo e o governo será responsável pelas conseqüências", advertiu o dirigente amazônico.
Informou, além disso, que 600 indígenas de nove povos tomaram a estação 5 da Petroperú, em Loreto, enquanto outros três mil indígenas, dos povos Aguajún e Wambisa, ocuparam a hidrelétrica no distrito de Aramango (Bagua, Amazonas), e às 10hs da segunda-feira os Machigüenga ocuparam os poços A e B e o heliporto da Camisea, no rio Urubamba.
Participaram da Assembléia e da coletiva de imprensa, dirigentes regionais e nacionais da CAOI, a Confederação Nacional de Comunidades Afetadas pela Mineração (Conacami), a Confederação Camponesa do Peru (CCP), a Confederação Nacional Agrária (CNA), a Central Única Nacional de Rodadas Camponesas (Cunarc), a Associação Nacional de Professores de Educação Intercultural Bilíngüe (Anamebi), a Associação Nacional de Empresas Camponesas do Peru, a Confederação Nacional de Trabalhadores Portuários e a Associação de Vendedores Ambulantes e de Mercados.
Publicado originalmente em Adital
Fonte: Coordenação Geral da CAOI.