Correio da Cidadania

Avanço da soja transgênica preocupa agricultores

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Na safra 2008/09, a área plantada com soja transgênica (RR) no Brasil deverá alcançar 58% de um total de 21 milhões de hectares do plantio do produto. É o que afirma pesquisa realizada por uma empresa de pesquisas alemã e publicada no jornal Valor Econômico esta semana.

 

O levantamento (do qual participaram 2.277 produtores de 14 estados brasileiros) mostra que, apesar de já ocupar mais da metade do total de áreas plantadas, o ritmo de crescimento da soja geneticamente modificada diminuiu em relação à safra anterior. Em 2005/06, os transgênicos eram responsáveis por 32% das terras com soja no país; na safra de 2007/08, a área cultivada com sementes modificadas subiu para 51%.

 

A pesquisa destaca que a redução do ritmo do plantio está relacionada ao menor interesse dos produtores em plantar soja transgênica em determinadas regiões, como o Cerrado, por causa de sua baixa produtividade e do alto custo do herbicida Roundup.

 

"A soja transgênica é uma opção que traz benefícios para as empresas, e não para o produtor nem para os consumidores. Os dados estão nos jornais: a soja transgênica usa mais herbicida, o produto está 40% mais caro, produz menos e a taxa cobrada pelo uso da semente patenteada subiu 17%. Num contexto de crise dos alimentos, tudo que o produtor não precisa é se amarrar a um modelo que fragiliza seu retorno financeiro", comenta Gabriel Fernandes, assessor técnico da AS-PTA (Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa).

 

Ainda segundo o jornal, um levantamento sobre a safra 2007/08 mostrou que no Rio Grande do Sul, 100% da soja plantada foi transgênica. Em Santa Catarina, alcançou 88% da área total.

 

Segundo Fernandes, o alto poder de contaminação preocupa agricultores que optam pelo platino da variedade convencional. "Evitar a contaminação é um desafio enorme, e o ônus tem caído sobre os que não querem plantar soja transgênica. São esses agricultores que têm que isolar suas lavouras, limpar o maquinário e garantir a procedência da semente. A prática vem mostrando que a soja RR contamina na colheita, no transporte ou no armazém".

 

Fonte: MST

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