Vídeo denuncia perseguição a índios
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- 11/05/2007
Em vídeo, produzido pela Associação de Jovens Índios (AJI) do Brasil,
os índios Guarani-Caioá denunciam a perseguição que sofrem por parte da
polícia e da imprensa local. O vídeo descreve um confronto entre
policiais que invadiram as terras indígenas sem a permissão da FUNAI e
dois jovens da comunidade. No confronto dois policiais morreram e um
ficou ferido.
Segundo um morador da comunidade indígena de Dourados (MS), um dos
jovens que participou do confronto disse que "O policial puxou a
espingarda de dentro do carro e foi logo engatilhando. O índio veio e
puxou a arma dele, a arma caiu. O policial pegou de novo uma arma e
engatilhou, foi quando a arma disparou e pegou no policial. Que caiu".
Os jovens disseram que durante confronto atiraram no primeiro policial
morto, mas que o segundo foi um disparo ambiental feito por outro
policial.
Para a polícia da região de Dourados, no entanto, os índios tornaram-se
imediatamente culpados. Assim como para a imprensa, que logo os
descreveu como bárbaros criminosos. A diferença de tratamento dado para
quando um índio é a vítima e para quando é agressor é prova da
discriminação que essas comunidades sofrem. Imprensa e rádio local
desenham uma imagem dos índios como selvagens e truculentos.
Leonardo, morador da comunidade, disse que quando um policial chegou na
reserva indígena "Ele não vem pra defender alguém, ele vem pra matar.
Matar o Carlito. Por isso eles não vão vestidos de policiais, vão a
paisana. Matar o Carlito é a missão deles". Carlito Oliveira é o líder
da comunidade, e junto com mais 7 jovens índios (Ezequiel, Vicente,
Rosalina, Cipriano, André e Ermínio Romeiro), está preso na prisão de
Dourados pela morte dos policiais.
O líder Carlito se apresentou para prestar depoimento e foi preso sem
ter estado presente no dia do confronto. Em depoimento à juíza Dileta
Terezinha Souza Thomaz, da 1a. vara, três índios confirmaram que o
líder não participou dos confrontos. O mandado de prisão contra Carlito
e os jovens da comunidade foi expedido pela juíza pela mesma juíza. No
confronto entre os índios e os policiais, só havia dois índios, com
arcos e pontas de flechas, contra os policiais armados de pistolas e
fuzis.
Os 250 índios da comunidade Caioá aguardam homologação das terras, pelo
governo Federal, de Passo Piraju.
Fonte: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=27453