Correio da Cidadania

Privatização do Banco do Brasil?

0
0
0
s2sdefault

O Correio publica abaixo carta de Andrei F. Teixeira - delegado sindical da base de funcionários do Banco do Brasil, de Curitiba (PR) - ao ministro do Trabalho Carlos Luppi, referente a mudanças que estariam sendo programadas na estrutura do funcionalismo do banco. Segundo divulgado posteriormente pelo próprio Andrei, a carta teria chegado ao ministro no dia 9 de maio.

***

“Exmo. Sr. Ministro Carlos Luppi,


Venho clamar pela sua atenção e interveniência, a respeito de um assunto que interessa a todos os brasileiros, principalmente aos trabalhadores.

 

Nesta segunda-feira, dia 07, o Banco do Brasil anunciou um pacote de medidas administrativas drásticas, decididas "na surdina", que acabarão por fomentar o desemprego e a precarização do trabalho, através da terceirização de mão-de-obra, que será paga pela metade do salário dos bancários e sem os seus devidos benefícios. Condições decentes de trabalho, conquistadas ao longo de décadas, pela brava luta de uma categoria que, na História Brasileira, sempre co-protagonizou todos os seus momentos de contestação e conquistas de direitos.

 

Não bastando a dramaticidade das medidas impostas, que se acredita servirem como preparação para uma futura privatização do BB, assim como as conseqüências para as vidas das famílias dos bancários diretamente atingidos, o BB veste-se da carapuça negra e assume seu perfil mais perverso, inimaginável em um banco público administrado por um governo popular e democrático. A situação que segue ilustra a minha preocupação.

 

Neste momento, milhares de bancários estão sendo assediados moralmente, pelos seus superiores hierárquicos, numa clara demonstração de despreparo e irresponsabilidade da administração do banco. Eles têm UMA SEMANA para decidir o que farão com o futuro das suas famílias. Deverão "escolher" uma entre três opções – assim como divulgado pelo banco:

 

1º) Ir para outro Estado da Federação, para o mais próximo dos cinco centros de serviços internos que permanecerão ativos (Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Curitiba);

 

2º) Permanecer na sua cidade, onde estão família, amigos, bens, compromissos, com redução dos rendimentos para menos da metade do que ganham atualmente; ou

 

3º) Pedir DEMISSÃO do Banco, através de um dos programas de demissão ou aposentadoria voluntários, nos moldes dos aplicados em governos anteriores ao do presidente Lula.

Exmo. Sr. Ministro, o motivo primário desta mensagem deve-se ao ataque explícito que os funcionários do Banco do Brasil estão sofrendo. A situação urge! Já tivemos momentos negros como o que está se desenhando, e os resultados foram catastróficos para as vidas das pessoas. Muitos enlouqueceram, outros cometeram crimes passionais, outros se deprimiram e alguns cometeram suicídio. Não é exagero Sr. Ministro. A vida do bancário não é fácil – motivo pelo qual a sua jornada máxima, nem sempre garantida pela Justiça, é de 30 horas semanais. Mas esse é outro assunto, que revela o desatino por lucros e a hipocrisia dos bancos, federais ou não, que tanto exploram em campanhas comerciais o discurso da "Responsabilidade Sócio Ambiental".

Porto Alegre, 09 de maio de 2007".

 

0
0
0
s2sdefault