Correio da Cidadania

Famílias Guarani serão despejadas até sexta-feira no Mato Grosso do Sul

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A Polícia Federal determinou que as 36 famílias Guarani Kaiowá da aldeia Laranjeira Nhanderu, no município de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul, deixem o local até 11 de setembro (sexta-feira). Por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), os indígenas devem ser retirados do pedaço de sua terra tradicional onde vivem há quase dois anos. As famílias não têm para onde ir. Os guarani, incluindo 60 crianças e adolescentes, devem ficar acampados à beira de uma estrada perto da área retomada. 

 

Hoje, 9 de setembro, pela manhã, quatro viaturas da Polícia Federal foram à aldeia conversar com a comunidade. A PF deu prazo de dois dias para os indígenas desocuparem a área. Segundo as lideranças do povo, como prova da intenção dos Guarani de sair da aldeia, a PF recolheu um móvel dos indígenas.

 

No dia 26 de maio, a Desembargadora Federal e Presidente do TRF3, Marli Ferreira, suspendeu a ordem de reintegração que já havia sido dada pela Justiça Federal de Dourados e deu mais 90 dias para a comunidade permanecer na área. Nesse período, a Fundação Nacional do Índio (Funai) deveria realizar estudos para identificar se a área ocupada é território tradicional Guarani.

 

Porém, os estudos não ocorreram. Além do clima de perseguição aos antropólogos da Funai que persiste no sul do Mato Grosso do Sul, uma decisão liminar do próprio TRF3º suspendeu os estudos dos Grupos de Trabalho de identificação de terras indígenas.

 

Apoio local e internacional

 

Representantes de movimentos sociais de Mato Grosso do Sul devem apoiar os Guarani Kaiowá, acompanhando a saída das famílias da aldeia. No plano internacional, a Anistia Internacional lançou uma campanha contra o despejo dos Guarani. Ela conclama os brasileiros e cidadãos de todos os países a pedirem a urgente demarcação da terra Laranjeira Ñanderu.

 

Fonte: Cimi (Conselho Indigenista Missionário).

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