Correio da Cidadania

Quase três meses após o golpe, Zelaya volta a Honduras e é abrigado pela Embaixada brasileira

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Quase três meses após ser deposto e expulso de Honduras, o presidente constitucional Manuel Zelaya está de volta ao país. Em entrevista à rede de tevê venezuelana Telesur, primeiro veículo a dar a notícia, Zelaya contou que "transpôs diversos obstáculos" durante quatro dias e conseguiu chegar a Tegucigalpa na segunda-feira (21) pela manhã.

 

O governo golpista de Roberto Micheletti negou a presença de Zelaya, mas a informação foi confirmada pelo porta-voz do Departamento de Estado estadunidense, Ian Kelly, pelos presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e da Guatemala, Alvaro Colom, e pela Embaixada Brasileira em Tegucigalpa, onde Zelaya está abrigado.

 

Consultada pel.o Opera Mundi, a assessoria do Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que ficou sabendo da volta de Zelaya a Honduras pelas agências de notícias e que não tinha conhecimento até então de que o Brasil seria mediador da crise. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, vai se pronunciar sobre o assunto em uma coletiva de imprensa em Nova York ainda nesta tarde.

 

 "Com uma estratégia pacífica para não provocar a violência, conseguimos chegar", afirmou o presidente. Logo após a notícia, centenas de pessoas foram às ruas celebrar a volta de Zelaya. Os partidários se concentraram em frente à sede da ONU (Organização das Nações Unidas), onde Zelaya estaria, segundo relatos preliminares. Mas após a confirmação de que ele estava na representação diplomática brasileira, eles partiram para lá. Houve confrontos com a polícia, que reprimiu manifestantes, segundo relato da Telesur.

 

Micheletti negou a volta de Zelaya e disse a jornalistas que o presidente "está tranqüilo em uma suíte de um hotel da Nicarágua". Além disso, um porta-voz das Forças Armadas de Honduras afirmou hoje que era falso que Zelaya estivesse de volta ao país, como afirmou sua vice-chanceler, Beatriz Valle.

 

Pouco antes, a chanceler de Zelaya, Patrícia Rodas, disse que o presidente deposto esperaria na sede da ONU para se reunir com os representantes do governo golpista, com a intenção de negociar uma saída para a crise política que se instalou no país desde o golpe de Estado, em 28 de junho.

 

Fonte: Opera Mundi

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