Correio da Cidadania

Conflito de terra no Paraguai deixa 18 mortos

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Onze sem-terra e sete policiais morreram após tentativa de reintegração de posse de uma fazenda de um ex-senador do Partido Colorado.

 

Onze trabalhadores sem-terra e sete policiais morreram ontem (15), em meio a um tiroteio durante uma operação de desocupação de uma fazenda na cidade de Curuguaty, a 400 km da capital Assunção.

 

O massacre ocorreu após a chegada pela manhã de 200 policiais que tinham como objetivo despejar 100 famílias sem-terra que ocupavam uma propriedade, de acordo com os sem-terra "irregular", do ex-senador conservador, do Partido Colorado, Blas Riquelme.

 

Entre os mortos, encontra-se também o comandante das forças especiais do corpo da polícia que participou da operação. O confronto ainda deixou cerca de 80 feridos, alguns em estado grave.

 

O ministro do Interior, Carlos Filizzola, foi destituído pelo presidente Fernando Lugo horas após o conflito.

 

José Rodríguez, dirigente dos sem-terra que ocupavam a propriedade, disse a um jornal paraguaio que "o problema não se soluciona enviando mais armas e balas, por esse caminho as coisas só vão piorar".

 

Os sem-terra pertencem à chamada Liga Nacional dos Carperos (aqueles que vivem em "carpas", barracos, ou seja, sob a lona).

 

Já o ex-senador Riquelme é considerado uma pessoa que era bem próxima do falecido ditador Alfredo Stroessner.

 

Um documento publicado na semana passada pela Comissão da Verdade e Justiça do Paraguai assinala que durante os 35 anos de ditadura Stroessner, cerca de 7 milhões de hectares foram entregues de maneira irregular a latifundiários - o que representa quase 19% das terras de todo o país. A Comissão também identifica Riquelme como um dos principais beneficiados por essa entrega de terras.

 

Mais sobre o assunto:

Pronunciamento da Via Campesina sobre o massacre de camponeses no Paraguai

Fonte: Brasil de Fato.

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