CUT denuncia líder do ''Cansei'' por ingerência política
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- 17/08/2007
A denúncia foi motivada por anúncio publicado no último dia 27, veiculado em meia página pelos principais jornais do país, em que a empresa conclamava seus funcionários e a população em geral a participar de um ato de protesto com objetivo político-partidário. É a Philips enganjada té o último fio do cabelo no Movimento pelo Direito dos Brasileiros, vulgo ''Cansei'', que nesta sexta-feira (17).
Esta atitude da Philips desrespeita a “Declaração sobre o Investimento Internacional e as Empresas Multinacionais”, diretrizes formuladas pela OCDE que disciplina as atividades das multinacionais em outros países. Em seu item 11, (em II–Políticas Gerais), o documento assim define o comportamento das multinacionais nas políticas dos países onde estão instaladas: ''abster-se de qualquer ingerência em atividades políticas locais''. Leia a íntegra do documento.
OCDE
Fundada em 1948 pelos países do Hemisfério Norte, com o nome de Organização para Cooperação Econômica Européia, nasceu com o objetivo de reconstruir a Europa arrasada pela 2a Guerra. Em 1961, passou a ter a denominação atual –OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) – quando adotou a resolução de impedir a interferência direta das multinacionais nas políticas internas da América Latina, após os sucessivos golpes militares na região apoiados por grandes grupos empresariais. Posteriormente à derrubada de Allende, no Chile, a OCDE, constrangida, elaborou em 1975 o documento “Declaração sobre o Investimento Internacional e as Empresas Multinacionais”.
O documento da OCDE não impede, no entanto, que a interferência se dê nos bastidores. Seu item 11 recomenda algo que poderia ser comparado a um código de postura, logo, quebrá-lo, como no caso da Philips do Brasil, é algo gravíssimo porque demonstra um total menosprezo da empresa em questão às regras básicas. Se a OCDE der visibilidade à denúncia, a principal punição à multinacional pode ser um arranhão na sua imagem – consumidores mais politizados podem passar a rejeitar seus produtos, por exemplo.
''Especialmente na Europa, onde fica a sede da Philips, a população costuma se posicionar contra esses desmandos'', comenta Nelson Canesin, assessor da Secretaria de Relações Internacionais da CUT.
Fonte: Portal Mundo do Trabalho