Movimentos cobram punição a Siemens e Alstom por propinoduto tucano
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- 06/09/2013
Cerca de 2.000 jovens do Levante Popular da Juventude e trabalhadores rurais do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) fizeram uma manifestação em frente às sedes das empresas Siemens e Alstom, na Marginal Tietê, na região da Lapa, em São Paulo, na manhã desta quarta-feira (4/9).
Denúncias apontam que essas empresas montaram um esquema de corrupção para fraudar licitações das obras, reformas e fornecimento de equipamentos para o sistema de metrô e trens em São Paulo. No esquema, que ficou conhecido como propinoduto tucano, as empresas combinavam os resultados das disputas e, com a intermediação de políticos do PSDB, elevavam os preços dos serviços, aumentando os gastos do Estado para lavar dinheiro que era repassado aos tucanos.
“Precisamos fazer um acerto de contas com as empresas corruptoras, que sempre ficam invisíveis nos escândalos de corrupção. A Siemens e a Alstom precisam ser investigadas e punidas, além dos políticos do PSDB. Ńão podemos admitir que a população sofra todo dia com a falta de qualidade e abrangência do sistema de transporte público, enquanto empresas estrangeiras desviam recursos”, disse o dirigente do Levante Popular da Juventude, Thiago Pará Wender.
Os manifestantes fizeram uma marcha pela Marginal Tietê e realizaram intervenções em frente às empresas. “Não é mole não, a tucanada é só corrupção”, cantavam os jovens durante o protesto. Foi feita uma pichação em frente à sede do grupo francês Alstom denunciando que é uma "empresa corruptora" .
Os jovens rebatizaram a rua Werner Siemens com o nome de Rua 12 de janeiro de 2007, data do desmoronamento do canteiro de obras da expansão do Metrô de São Paulo na Linha Amarela, que deixou dezenas de feridos às margens da Marginal Pinheiros. Em frente à sede da Siemens, houve também uma homenagem aos sete mortos no desmoronamento. O nome de cada um deles foi saudado pelos manifestantes e foi colocada uma cruz para cada um deles em frente da empresa alemã.
“Essas empresas eram responsáveis pelas obras na Linha Amarela e têm culpa na morte desses trabalhadores, que são símbolos da falta de respeito com o povo brasileiro. É preciso fazer justiça. Enquanto não houver justiça, haverá escracho popular”, prometeu Pará.
O MAB denunciou que a Siemens e a Alstom, que também atuam na área da energia, são responsáveis pelas obras de construção de barragens e são acusadas de formar um cartel para superfaturar os preços dos serviços. Em 2006, as duas empresas foram incluídas em processo aberto pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, por conta de cartel internacional no mercado de aparelhos eletro-eletrônicos de direcionamento de fluxo de energia elétrica com isolamento a gás e a ar entre 1998 e 2006.
“As empresas corruptoras na obras de metrô e barragens têm nomes: Alstom e Siemens. Essas empresas se sustentam em um modelo corrupto. Os recursos públicos devem ser voltados para melhorar o transporte público no campo e garantir os direitos das famílias atingidas por barragens”, disse Robson Formica, dirigente do MAB.