Greve dos bancários questiona ausência de negros no setor
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- 21/09/2013
Proposta apresentada pela categoria pede reserva de pelos menos 20% das vagas para negros. Desigualdade salarial entre homens e mulheres ainda é uma característica do sistema financeiro.
Bancários de todo o país entraram em greve por tempo indeterminado nesta quinta-feira (19). Ampliada para além das questões salariais, a pauta traz uma novidade. Entre as reivindicações está a exigência da contratação de pelo menos 20% de negros e negras.
É a primeira vez que a ampliação da diversidade racial aparece como ponto de pauta da categoria. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Carlos Cordeiro, o baixo número de negros no sistema bancário esteve presente nos debates da categoria no último período.
Cordeiro destaca que a desigualdade é ainda maior quando observada a ascensão na categoria profissional. “Raramente você vê um gerente negro e uma mulher negra gerente. E nas questões das direções dos bancos, quanto mais você vai subindo na hierarquia do banco, mais você vai vendo a ausência de mulheres e, especialmente, a ausência de negros”.
Outro ponto de pauta do movimento de mobilização é em relação à segurança bancária. Cordeiro destaca a necessidade imediata da implantação de medidas de prevenção contra assaltos.
“Só no primeiro semestre deste ano 30 pessoas foram assassinadas nas agências bancárias. Em 2012 foram 57. Então, nós estamos exigindo dos bancos medidas eficientes na segurança para proteger a vida de bancários, clientes e usuários”.
Entre as reivindicações também estão o reajuste salarial de 11,93% e o nivelamento do piso ao salário mínimo sugerido pelo Dieese, que é de R$ 2.860,21. Além disso, o fim das metas abusivas e do assédio moral.
A greve foi decidia em assembleia pelos trabalhadores no último dia 12, após quatro rodadas de negociação, sem acordo, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Por Daniele Silveira, da Radioagência NP.