Costa Rica: movimento não reconhece vitória do ‘Sim’
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- 09/10/2007
Menos de 24 horas após a votação de do dia 07 de outubro, o povo costarriquenho já sabia o resultado do Referendo sobre o Tratado de Livre Comércio entre América Central, República Dominicana e Estados Unidos: o Sim teve 51,7% dos votos, e com uma pequena diferença para o Não que teve 48,31% da preferência dos eleitores, venceu a disputa e assim o TLC será ratificado.
O Movimento Nacional Patriótico divulgou, em comunicado, o não reconhecimento do resultado do Referendo. Os integrantes do Movimento acusam o Tribunal Superior Eleitoral de ser "cúmplice direto do regime dos Arias ao permitir o desrespeito à trégua eleitoral". Para dar prosseguimento a luta contra o TLC, o movimento chama a todos os cidadãos para iniciar hoje um período de resistência cidadã: todas as manhãs o povo deve ir às ruas, em cada canto do país.
As denúncias de irregularidades na votação chegam à Campanha Não ao TLC vindas de várias cidades. Em uma delas, fotos mostram que o Sim contratou guardas de segurança armados para intimidar os eleitores que iam aos centros de votação. Em Colima, o vice-prefeito, Federico De Faría, denunciou que na madrugada de sábado para domingo apedrejaram a sede do Não.
Uma estudante de direito da Universidade da Costa Rica, Noelia Murillo, foi agredida por simpatizantes do Sim, quando vestia uma camiseta dos quiosques informativos da U.C.R. Também houve denúncias de boca de urna.
Até a numeração dos votantes estava confusa. A campanha disse que em todos os livros de votação no país, ela estava duplicada. Questionado sobre as inconsistências, o representante do TSE, Geovanny Córdoba Solórzano, disse que a única forma de diferenciar um votante do outro era pela ata que acompanhava a urna no momento de abrir cada pacote com os votos, o que não explicou porque a numeração foi feita de forma duplicada.
Como mais de 60% dos eleitores do país compareceram ontem às urnas, o resultado da votação é vinculante, ou seja, não terá que passar pela ratificação no parlamento. O governo precisa estabelecer um diálogo nacional para por o TLC em prática, pois a pouca diferença entre o Sim e o Não mostra que grande parte da população do país não está satisfeita com os rumos que a Costa Rica pode tomar com a ratificação desse Tratado.
Em algumas províncias, o Não inclusive saiu vencedor. Em
Puntarenas, o Não teve 50,59% dos votos contra 49,41% do Sim.
O Parlamento terá que votar até março de 2008 um pacote de
leis complementares ao TLC. Entre essas leis estão a abertura dos monopólios
das telecomunicações e dos seguros. Março é o prazo limite para por em
funcionamento o Tratado.
Fonte: Adital