Correio da Cidadania

Governo federal não tem plano algum para o setor aéreo

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Durante anos, a população brasileira que freqüenta aeroportos e voa nacional e internacionalmente “dormiu em berço esplêndido”. Parecia que não havia problema algum em nossa aviação civil e comercial, que tínhamos uma excelência no transporte aéreo rara de se encontrar em países emergentes. Além de portador de tecnologia avançada, era pontual e eficiente.

 

Repentinamente, uma avalanche de problemas, quase um colapso. Haveria interesses escusos, algo conspiratório ou mesmo desconhecido por trás disso tudo?

 

Difícil não se fazer essa pergunta em um país em que as negociações de bastidores, visando aos interesses particulares de grupos poderosos, nacionais e estrangeiros, permeiam toda a complexa tomada de decisões públicas, políticas e econômicas.

 

Ao mesmo tempo, não chega a ser algo absolutamente surpreendente um apagão aéreo para quem já experimentou um apagão elétrico, cujas causas passaram bem longe da ausência de chuvas e foram em boa parte encontradas, e comprovadas, na inépcia do governo fernandino.

 

{ln:entrevista100407 'Uébio José da Silva}, presidente do Sindicato dos Aeroviários de São Paulo, corrobora, para o setor aéreo, essa mesma tese da inépcia do governo. Para Uébio, o problema transcende obviamente o governo Lula, vem de longe. Segundo narra, “o acidente com o grupo Mamonas Assassinas, ocorrido há dez anos, foi um erro de controle do tráfego aéreo, que poderia ter corrigido a rota e evitado sua colisão”.

 

Mas o governo atual não fica devendo nada aos anteriores na medida em que está, segundo o presidente do sindicado, completamente perdido, empurrando os problemas com a barriga e sem qualquer plano para implementar no setor. As análises e soluções que anunciou até agora não passaram, portanto, de bravatas inconseqüentes.

 

Quanto aos controladores, apesar de não terem apelado para as formas convencionais para fazerem valer suas demandas, ficam sua ações legitimados pelo descaso com que vêm sendo tratados e por terem, ao final, feito emergir essa situação dramática.

 

Ainda segundo Uébio, não parecem estar envolvidos em qualquer tipo de conspiração: “o que ocorreu é que os controladores se viram à mercê de serem responsabilizados penalmente por homicídio culposo devido ao acidente da Gol, e isso foi a gota d’água para que se abrisse a caixa-preta da aviação civil no Brasil”.

 

Leia a {ln:entrevista100407 'entrevista exclusiva}.

 

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