Cracolândia, uma diversidade de urgências
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- Raphael Sanz, da Redação (texto e fotos)
- 30/05/2017
Helicópteros sobrevoam periodicamente a região
A cidade de São Paulo vive há dez dias um cotidiano de operações policiais na região da Cracolândia, no seu centro. Por volta das cinco da manhã de 21 de maio, domingo, durante a realização da Virada Cultural, polícias civil e militar empreenderam a primeira megaoperação desta série recente sobre a chamada “feira livre de venda e consumo de drogas”, como definiu o discurso oficial.
A partir desse horário o centro de São Paulo passou a conviver com o barulho dos helicópteros, da polícia e também da imprensa, e o perímetro em torno da Cracolândia, em especial, com as incursões e violência policial, além do vaivém dos usuários.
Ao vivo nos principais canais de televisão, as câmeras seguiam policiais civis fortemente armados atirando balas de borracha e abordando frequentadores do bairro. Cães policiais latiam desesperadamente e a destruição total de tudo o que havia sobrado pela rua passava na televisão em tempo real. Tudo isso com narração e comentário ao vivo, como em um jogo de futebol. Mas o cenário era de filme apocalíptico.
Essa espetacularização a partir da imagem em tempo real, por suposto, gerou alta audiência e nela a polarização. A existência de uma Cracolândia é algo que muitos poucos aprovem por si só, a polêmica está na raiz do debate. E para fugir desse drama de telespectador, o mais adequado é ouvir o que dizem os presentes nesse 21 de maio.
Raphael Escobar trabalhou durante quatro anos como assistente social na Cracolândia. Hoje, em outro serviço, continua na região através do Craco Resiste, um movimento social presente desde janeiro no bairro. O movimento acredita que a solução para a Cracolândia é de longo prazo e deve partir de outros pressupostos, diferentes dos apresentados na última semana pelos governos estadual e municipal.
Ele conta como foi a manhã de 21 de maio: “chegamos aqui por volta das cinco da manhã, estava bem vazio e vimos uma movimentação de policiais civis. Fomos seguir para ver o que era e não parecia nada de anormal. Quando voltamos havia uma tropa de cerca de 500 policiais civis, de grupos especiais e fortemente armados. Começaram a entrar e quando jogaram a primeira bomba os policiais comemoraram. Então, aquela massa de policiais entrou no “fluxo” (onde o mercado e o consumo se desenrolam) destruindo tudo. Parecia que pisavam em formigas. Nada passava por eles. Começaram a fechar com escudo todas as áreas em volta: a Dino Bueno e a Helvétia dos dois lados, não dando possibilidade para ninguém da assistência ou da mídia entrar, a não ser da Globo, que facilmente passou por eles. Depois de muito negociar eu consegui entrar e os vi cortando as barracas e destruindo tudo o que havia ali. De pessoas a coisas, tudo estava espalhado pelo chão. As coisas todas destruídas, as pessoas todas sendo abordadas pelos policiais, indo todos para a delegacia”.
Ele termina o relato dizendo que os policiais estavam acusando todos de tráfico, mas como conhecia as pessoas sabia que a maioria era de usuários de crack ou moradores que sequer usavam drogas. “Duvido que qualquer um dos traficantes, que dizem que tem por aqui, estivesse ali naquela hora. O que vemos é um monte de morador de rua encaminhado pra DP. Eles trouxeram até mesmo atiradores de elite para esta operação, como plano B, segundo a imprensa. Não deixaram as pessoas pegarem os RGs na hora que passaram os caminhões de lixo e limpeza nas ruas do fluxo. As pessoas pediam pelo amor de Deus pra resgatarem seus documentos e eram agredidas com borrachadas e balas de borracha. Foi sangrento, horrível”, denunciou.
Adriana Eiko é psicóloga, professora da UFF, doutora em psicologia social e em sua pesquisa de doutorado aborda a questão da Cracolândia. Quando perguntada como avalia a operação, pontuou que essa situação pouco tem a ver com políticas de saúde mental e combate à dependência química, mas um embate de modelo e projeto de cidade. “Há uma disputa pelo território e isso está invertendo os valores de uma vida humana em relação aos interesses do capital imobiliário”.
O Padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, avalia que “essa operação militar é semelhante a outras. Algumas mais cinematográficas que outras, umas com mais contingente policial, outras com menos, mas todas agem da mesma forma. Atuam na cena de uso, sempre de forma inesperada. Dessa vez, a polícia ocupou a região para evitar que os usuários se reaproximem de lá, o que se configura uma disputa de território. Em todas as operações anteriores a questão imobiliária esteve presente e dessa vez parece ser mais decisiva na medida em que demolem prédios, despejam pessoas e fazem controle de entrada e saída de pessoas. Tudo leva a crer que é para abrirem concessões ao mercado imobiliário”, analisa.
Especulação imobiliária, saúde mental e “showrnalismo”
Para os três entrevistados, há um uso do apelo midiático que favorece interesses imobiliários. O Padre Júlio lembra que por exemplo a Porto Seguro está presente no bairro. “Construiu ali, já há algum tempo, um teatro de 34 milhões de reais”. Antes disso mencionou a existência de interesses imobiliários ligados ao turismo e concordou com Adriana Eiko ao afirmar que “vemos mais uma vez o capital se sobrepor à questão humana, já que não há nenhuma garantia de que essas pessoas serão atendidas, cuidadas ou acompanhadas: o que há é uma pulverização das pessoas por toda a cidade. É mais do mesmo”, concluiu o Padre Júlio.
Comércios lacrados pelo poder público na Avenida Dino Bueno
“O bairro vem sofrendo especulação já faz muitos anos e a Cracolândia impedia a realização dos empreendimentos”, relata Escobar, do Craco Resiste. “Sabemos que o Dória é o prefeito que quer transformar a Luz em Nova Luz e o Bom Retiro em Little Seul, então essa limpeza do território está a serviço disso. Ele agora usou a imprensa para dizer que a Cracolândia acabou, e nem as grandes mídias fizeram coro a isso. As cracolândias agora estão repartidas por todo o centro de São Paulo. Há vários focos de Cracolândia, em todo lugar. Uma situação bem parecida com 2012”, concluiu Escobar, recordando os tempos de Gilberto Kassab em que a operação Dor e Sofrimento, como foi apelidada, estava na ordem do dia.
Adriana Eiko, por sua vez, vê o forte apelo midiático como um controle pela narrativa do território. Ela diz que a narrativa que vem ganhando mais espaço com essas coberturas ao vivo é aquela que induz a desumanização dos indivíduos que lá frequentam, sejam eles usuários de crack, moradores do bairro, comerciantes, quem quer que seja.
“Esse processo é o que torna possível a autorização social para que seja feita uma operação deste tamanho. É esse o alvo do apelo midiático, que permite que ações violentas como essa sejam possíveis. Então, para além da coisa concreta, há também uma dimensão subjetiva da realidade em disputa”, explica a doutora em psicologia social. E enquanto uns se chocam com as imagens ao vivo da repressão, outros vibram. Mas todos estão conectados aos grandes meios de comunicação e suas imagens ao vivo da tragédia coletiva.
O jornalista e professor José Arbex Júnior cunhou o termo “showrnalismo” em sua obra Showrnalismo, a notícia como espetáculo, lançado pela Editora Casa Amarela em 2001. Neste livro, Arbex analisou uma série de casos de coberturas midiáticas que, dadas as devidas proporções (em especial tecnológicas), se assemelham a esta que vemos com a cobertura dos incidentes na Cracolândia. Ele mostrou como os meios de comunicação em massa contribuíram com a desumanização de lugares como o Haiti, criando as “barreiras do preconceito” que impediam a circulação de qualquer informação mais consistente sobre a crise humanitária que vivia (e vive ainda hoje) este país – além de outros exemplos como os vistos na Nicarágua à época da Revolução Sandinista e do escândalo Irã-Contras (que aliás tem muito a ver com crack, vide o livro Aliança Sombria, do jornalista estadunidense Gary Webb) e da cobertura da Guerra do Golfo na qual, segundo o autor, foi feita uma polarização tão grande do conflito, uma espécie de “bem contra o mal”, que gerou reações positivas na opinião pública a respeito da realização de guerras e ocupações militares nesses locais.
Pois bem, no showrnalismo brasileiro, em pleno 2017 (com suas inúmeras inovações tecnológicas comparado ao jornalismo de finais dos 90), o discurso oficial dos governos estadual e municipal tem sido repetido com frequência nos últimas dias – inclusive em comentários ao vivo. Diz que estão primeiro fazendo etapa policial da operação, a fim de “limpar o bairro”, para depois pensarem na questão da saúde e da assistência.
A esquina da Cracolândia
Adriana Eiko aponta que a solução não passa por esse tipo de operação e enfatiza a necessidade de contrapor esta narrativa. “É uma estratégia midiática que apresenta uma mentira institucionalizada como versão oficial para ir constituindo um efeito de polarização social”. Ou seja, quanto mais cristalizada estiver a situação de desumanização desses sujeitos – moradores, usuários etc. – maior é a autorização social para qualquer operação na região. E nós sabemos muito bem onde esse tipo de coisa desemboca: na Alemanha dos anos 30, por exemplo. Ou até mesmo em um hipotético ano de 1984, pensado por um jornalista escritor inglês.
“Tudo o que é ofertado hoje leva contornos de uma política que segue parâmetros de segregação, internação em prisões ou manicômios e criminalização desses sujeitos. Esses argumentos que vêm do campo manicomial e criminal já foram rebatidos em diversos estudos e pesquisas científicas, e nos mais amplos meios técnicos e científicos. Mas manipulação da opinião pública consegue permitir com que políticas tão atrasadas sejam postas em prática sem muito questionamento”, problematiza Adriana Eiko.
Para a psicóloga, o modelo da internação compulsória e da criminalização manifestam efeitos negativos na “produção de subjetividades, já que os colocam no lugar do indesejável e do exterminável”. Explica que esse modelo vem sempre a reboque de políticas higienistas, hoje com força no campo das políticas públicas.
Legenda: Dino Bueno vazia, sem fluxo e com prédios demolidos
Assim como os militantes da Craco Resiste e o Padre Júlio Lancelotti, Adriana defende que “iniciativas, projetos e políticas para essa população devem ser pensados a partir de um outro olhar, mais próximo do campo da acolhida, da redução de danos e de uma assistência que compreenda as necessidades do sujeito e construa conjuntamente com esse sujeito um projeto terapêutico singular. São as saídas para que possamos de fato dar conta dessas necessidades que estão sendo colocadas”.
Os três concordam que é preciso ir além da redução de danos e da geração de renda. Escobar afirma que “o crack às vezes é o último degrau de toda uma construção ou situação social que levou o indivíduo para a Cracolândia”. Já Adriana Eiko propõe “oferecer uma escuta adequada a essas pessoas, afinal são pessoas que estão em situação vulnerável, em sua maioria vivendo na rua, com falta de acesso a direitos como saúde, educação, falta de condições de trabalho, ou seja, um problema cada vez mais estrutural na nossa realidade e precisamos oferecer um atendimento adequado”.
Manifestação contra demolições e despejos
Na quarta-feira, 24 de maio, a Craco Resiste chamou uma manifestação que se concentraria às dez da manhã na esquina da rua Helvétia com a Avenida Rio Branco. A manifestação seria por paz, pelo fim das incursões policiais e por políticas públicas “mais progressistas” que visassem um projeto de longo prazo sem intervenções policiais. Mas no dia anterior, em meio ao terror que se seguiu no bairro, um prédio foi demolido pela prefeitura e, durante sua demolição, uma parede caiu sobre uma pensão vizinha, lesionando ao menos dez pessoas, algumas em estado grave.
Legenda: Buraco onde durante demolição de prédio vizinho parede caiu sobre pessoas que estavam em uma pensão
Assim, moradores da região organizaram um protesto em frente ao prédio que serve como Secretaria Municipal de Segurança Pública e Comando Geral da GCM contra os despejos, demolições e os lacres no comércio. Na esquina da Rio Branco com a Helvetia, houve apenas uma apresentação de teatro e caminhada pelas ruas do bairro. O calor do momento se concentrou na frente do Comando Geral da GCM, entre a Sala São Paulo e o prédio central da Estação da Luz, em uma praça que bordeia o final da Avenida Duque de Caxias, quase atravessando a linha do trem no sentido Bom Retiro.
Naquela mesma hora e local de quarta-feira, estava armado um estande onde passou o prefeito João Dória e alguns empresários anunciaram a construção de novos conjuntos de prédios no perímetro da Cracolândia.
“Foi muito rápido e não deu pra entender ao certo. O que vimos é que mostraram um projeto para a região com a construção de prédios por aqui. Isso pegou a população de surpresa. A gente viu a Cracolândia ser dispersada da maneira que foi, ao vivo na TV, violenta, tanto no domingo como na segunda, daí na terça demoliram prédios e machucando pessoas que estavam dentro do prédio vizinho. Daí hoje, depois disso tudo, já montaram um estande de venda de apartamentos pra mostrar o tal projeto que ninguém está sabendo, nunca foi discutido, ninguém soube, não está em plano diretor nenhum, em nada, como se fosse uma grande inovação”, criticou Lucas, um jovem que trabalha na região. “Para mim, parar aqui foi um exercício de cidadania. Nos dias anteriores vi a violência na TV, o pessoal sendo retirado, daí passei aqui hoje e estava o Dória de um lado e a manifestação de outro. Parei pra ver o que estava acontecendo”.
Roberta Costa, da Craco Resiste, explica que foram anunciadas 260 moradias, que serão construídas naquele terreno, “do lado de onde era o fluxo”, o local onde os usuários de crack se concentravam. Lembra que no ano passado já tinham anunciado um novo prédio residencial ali. “O projeto deles é construir um complexo de prédios para um outro perfil de morador. Estão gentrificando o bairro”. Ela ainda relatou que durante o anúncio da prefeitura um manifestante foi agredido pelos seguranças do prefeito Dória.
Comerciantes e moradores protestam contra lacres, despejos e demolições
Legenda: Comerciantes da Região protestam contra lacres e demolições
Conceição de Maria Santos Veloso tem um comércio na rua Helvétia há mais de 30 anos. Seu estabelecimento ainda não havia sido lacrado na última quarta-feira por estar mais perto da Avenida Rio Branco e alguns metros um pouco mais distante do fluxo. “Ainda não chegaram lá para lacrar, mas já está tudo marcado e estão dizendo que vão lacrar os comércios de todo mundo”, protesta.
Junto dela, um grupo de comerciantes da região, ambulantes e donos estabelecimentos, tentam fazer sua voz ser ouvida. “A gente vive de vender café, pão e bolo, do que é que vamos viver? Minha filha foi criada por conta desse comércio, foi a minha mãe que criou tudo isso e já é uma idosa. A gente vive de cada pedaço de bolo e café que vende, daí eles vêm do nada e dizem que vão lacrar nosso comércio e nem prazo nos dão”, denunciou Conceição.
Ela explica que quando ouviu do prefeito que iria acabar a Cracolândia imaginou que se tratasse dos traficantes e dos usuários, “aqueles coitados que ficam pra cima e pra baixo”. Acabou sendo surpreendida negativamente pelo poder público. “Ontem aconteceu uma guerra lá. Sobrou para nós que não somos nem usuários e nem traficantes. Espero que nos deixem trabalhar porque hoje mesmo eu não sei se vou conseguir comprar comida pros meus filhos. Moro numa pensão velha, pago mil e poucos reais de aluguel e não tenho nada. Vendo os bolos e café ali para poder sobreviver. Aqui não tem só traficante e usuário, tem de tudo: crianças, idosos, jovens, tem médico, tem advogado, policial, tem de tudo ali. Quero ver o que vão fazer com nós, comerciantes. Já lacraram um monte de comércio, você passa para falar com eles e nem olham na sua cara”, concluiu.
Seus companheiros de realidade – aqueles que também cuidam de pequenos comércios e moram ali em pensões humildes (e caras), mas nada têm a ver com uso ou tráfico de drogas – concordavam e reforçavam seu discurso com algumas frases que foram possíveis de serem gravadas em meio ao depoimento dela. Uma pessoa comentou: “Não deram nada em contrapartida. Falou-se que iam cadastrar todo mundo mas era mentira, não cadastraram ninguém e chegaram lá com bomba, polícia e caminhão”. Uma outra pessoa afirmou que “a Cracolândia só mudou de lugar”.
José dos Santos vive de comércio ambulante. Disse que trabalha bastante ali próximo e também na Santa Ifigênia. Ele concorda com Conceição e afirma que se fecharem o estabelecimento da entrevistada, ela terá de se tornar ambulante e aí terá ainda mais problemas. “Porque se for pra vender na rua, eles não deixam. Põem guardas pra tomar a mercadoria, além de não nos dar licença pra trabalhar. Enchem o caminhão com a nossa mercadoria e ninguém mais vê a cor dessa mercadoria. E os guardas ainda riem da nossa cara”, desabafa.
José dos Santos, ambulante
No decorrer da manifestação, Marquinho Maia, do Craco Resiste, criticava o prefeito quando recebeu informação da Defensoria Pública de que haviam sido liberadas 400 internações compulsórias. “Como se fosse linha de produção. A questão é: como vão fazer isso? E quem foi o juiz que liberou algo dessa magnitude? Nossa preocupação é que saiam pegando pessoas na rua, internem de uma maneira que ninguém veja, fazendo uma espécie de limpeza social que dialogue com a tal cidade linda do Dória”, criticou.
No final da quarta-feira, movimentos de moradia junto do Craco Resiste ocuparam a Secretária Municipal de Direitos Humanos, também no centro da cidade, reivindicando o fim das operações policiais e mais recursos públicos para que o problema da dependência química possa ser tratado da forma como recomendam os pesquisadores e especialistas, além, claro, de políticas mais eficazes de moradia, em contraposição aos interesses imobiliários tantas vezes citados.
Na sexta-feira houve uma outra manifestação chamada pelo Craco Resiste e até o fechamento desta reportagem (segunda-feira à noite), o que se via era mais do mesmo: de um lado a resistência dos moradores, comerciantes e movimentos sociais; de outro lado, a polícia e o poder público seguiam ocupando as ruas da Cracolândia; e, por todos os lados do centro de São Paulo concentravam-se os usuários de crack expulsos daquele perímetro, sem ter para onde ir.
Nesse meio tempo a Secretária de Direitos Humanos foi desocupada (a secretária Patrícia Bezarra, do PSDB, considerou a operação inaceitável e pediu demissão) e a Justiça impediu a prefeitura de demolir edifícios da região sem o cumprimento dos procedimentos legais para tal ação. A prefeitura recorre. Novos protestos e ações de moradores e movimentos serão convocados. Os ingredientes estão postos, resta ver o que acontecerá nos próximos dias.
GCM monta guarda em frente a sua sede durante protesto de moradores.
Praça Júlio Prestes vazia
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Raphael Sanz é jornalista do Correio da Cidadania.