Correio da Cidadania

Desnudar o caos aéreo faz legítima a ação dos controladores

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Há aspectos obscuros nessa crise. Ela estourou simultaneamente no Brasil, na Argentina e no Uruguai. Não é coincidência demais?

 

Alguns pontos não parecem, no entanto, nada nebulosos. Há um gargalo na infra-estrutura aeroviária, semelhante ao da portuária, ferroviária, rodoviária e energética. O ganho financeiro viaja no virtual e faz pouco caso do mundo produtivo. O volume de investimento requerido para enfrentar com eficácia tais problemas não cabe na lógica do modelo dominante. Sendo assim, é assunto para empurrar com a barriga.

 

O governo, se tem, não sustenta com firmeza qualquer posição. Deixa azedar, protela, dilui responsabilidades e forja bodes expiatórios. Condição para a qual se encaminha a categoria dos controladores do tráfego aéreo, as primeiras vítimas da crise do sistema. O governo dá uma no cravo e outra na ferradura. Quando se reúne com os controladores se compromete com a sua pauta de reivindicações. Quando se reúne com a cúpula militar adere ao “prende e arrebenta”.

 

Se a questão da greve nos setores militares ainda suscita grandes dúvidas e polêmicas, por enquanto, uma questão é certa: o movimento dos controladores de vôo está além das suas próprias reivindicações, pois estão fazendo o enorme serviço de denunciar à população as péssimas condições de trabalho, as condições precárias de infra-estrutura e os riscos que tal situação traz para a vida de milhares de pessoas.

 

Veja o {ln:editorial050407 'editorial} e as análises de {ln:lince050407 'Léo Lince} e {ln:tostao050407 'Fernando Silva}.

 

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