Correio da Cidadania

Deputado espera que novo ministro das Cidades não tenha herdado “truculência” do avô latifundiário

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O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), em discurso na Câmara dos Deputados, disse esperar que o atual ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, não tenha herdado a cultura e a truculência de seu avô Aguinaldo Veloso Borges, acusado de ser o mandante do assassinato do líder das Ligas Camponesas, João Pedro Teixeira e da sindicalista paraibana, Margarida Alves.

 

“Eu espero que esses ensinamentos de truculência, de perseguição, de assassinato não tenham sido aprendidos por ele. Inclusive uma CPI na Paraíba também assim identificou e todo o movimento social brasileiro sabe que o avô do ministro foi o mandante do assassinato de João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas, e também de Margarida Alves”, completou Valmir.

 

A manifestação foi baseada na matéria do jornal Diário de Pernambuco, de 12 de fevereiro, cujo título foi “O passado bate à porta do Ministro”. Para Valmir, “as pessoas, a priori, não têm responsabilidade pelos atos dos seus pais e dos seus avôs”, mas espera que o ministro das Cidades não tenha herdado “a prática e a cultura do seu avô” na condição de ministro da presidenta Dilma.

 

Assassinato

As provas do assassinato de João Pedro Teixeira foram colhidas pela Assembleia Legislativa da Paraíba, através da CPI aprovada pelo deputado estadual Agassiz Almeida. No entanto, a ditadura militar destruiu as provas que incriminavam o avô do ministro das cidades. O processo que corria no Tribunal de Justiça desapareceu e o acusado ganhou um mandato de deputado estadual, após afastar quatro suplentes e o titular, para garantir a imunidade.

 

Já Margarida Alves foi assassinada em agosto de 1983 por organizar os trabalhadores dentro do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, Paraíba. A sindicalista foi morta com um tiro de espingarda no rosto na porta de sua casa e na frente de seu filho de apenas 10 anos. Considerada como um símbolo da luta pela terra e pelos direitos dos trabalhadores rurais, Margarida Alves costumava dizer que “é melhor morrer na luta do que morrer de fome”.

 

 

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