Correio da Cidadania

Ato reforça luta das famílias do MST por Reforma Agrária no Distrito Federal

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As 600 famílias do MST que ocupam desde a semana passada a fazenda Toca da Raposa, em Planaltina (DF), receberam na tarde de terça-feira (13/3) o apoio de parlamentares, professores e representantes de movimentos sociais e sindicais em um ato político no acampamento, batizado de 8 de março em referência à data da ocupação, durante a Jornada das Mulheres Camponesas 2012.

 

Para o deputado federal Domingos Dutra (PT-AM), presidente da Comissão de Direitos Humanos na Câmara, a ocupação da área é legítima e legal. “Vocês não estão praticando nenhum crime. A Constituição estabelece que todo brasileiro tem direito a terra para morar e produzir. Esse acampamento é mais uma demonstração de que o Brasil ainda é injusto. Estamos pedindo audiência com o governador Agnelo Queiróz, com o presidente da Terracap para discutir o assunto para que até quinta-feira possamos ter conversas com eles. Amanhã, vamos relatar o caso na Comissão de Direitos Humanos”, disse.

 

“Vocês estão aqui representando o sonho de milhares de trabalhadores. A terra não foi feita para oprimir ninguém, é um bem a ser dividido. A cerca que divide a terra cerca também o futuro, o desenvolvimento, o sonho. Quando a gente rompe, está dizendo que esse Brasil tem que ser do povo. Sei quem é o Mario Zinatta (grileiro da terra), que acha que é dono do mundo, e sei que essa terra não é dele. A luta de vocês é para repartir a esperança”, saudou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

 

O parlamentar gaúcho Marcon (PT) lembrou de sua trajetória de luta pela terra no MST na região metropolitana de Porto Alegre e reforçou o compromisso de seu mandato com os trabalhadores. “Sei muito bem que ninguém acampa embaixo de uma lona preta debaixo de 40 graus porque acha bonito, vem pra cá em busca de dignidade. Antes de despejar os trabalhadores, a polícia deveria prender quem rouba terra pública”.

 

O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf), Vicente Almeida, criticou a postura do governo distrital no tocante à Reforma Agrária. “Elegemos pessoas que consideramos progressistas para fazer disputa para projeto de país sem latifúndio. Queremos que o governador esteja aqui, queremos saber se o compromisso dele é com o trabalhador honesto ou com os grileiros. A secretaria de agricultura está em conluio com os grileiros”.

 

Ao final do ato, foram plantadas árvores no local. O acampamento 8 de março foi formado em parte da Fazenda Toca da Raposa, pertencente à Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) – grilada pelo produtor de soja Mário Zanatta. A área possui cerca de 1700 hectares e estima-se que 40% do total pertence ao governo do DF. A Justiça, por sua vez, concedeu a reintegração de posse em favor do grileiro, mesmo sem o pronunciamento do GDF sobre a área pública reivindicada.

 

Fonte: MST.

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