Festival de cinema exibe culturas árabes e islâmicas
- Detalhes
- 28/03/2012
A Associação Cultural Cecília promove, entre 29 de março e 1º de abril, em São Paulo, o Festival de Cinema das Culturas Árabes e Islâmicas.'
A Associação Cultural Cecília promove, entre os dias 29 de março e 1º de abril, em São Paulo, o “Festival de Cinema das Culturas Árabes e Islâmicas”.
Documentário A Catástrofe, que integra o festival - Foto: divulgação |
O evento mostrará ao público diferentes tradições culturais, com uma seleção de títulos de países como Síria, Palestina, Turquia, Paquistão, Irã, Afeganistão e China. Por meio da exibição de filmes e debates, o Festival pretende contribuir para aprofundar a compreensão sobre o Oriente Próximo, Médio, e povos islâmicos do Extremo Oriente, caracterizados em geral pela mídia ocidental de maneira bastante simplificada.
Os debates contarão com as presenças de Marcia Camargos (jornalista com pós-doutorado em história pela USP); Arlene Clemesha (historiadora e diretora do Centro de Estudos Árabes da USP); Isabelle Somma (jornalista e doutorando em História Social/USP); e Luiz Gustavo Soares (mestrando na USP com projeto sobre História e Literatura no Oriente Médio.
Todos os filmes têm legenda em português, e a entrada é franca. A programação pode ser vista no blog do Festival (Link) http://www.festivaldecinemaarabeislamico.blogspot.com.br/
Serviço:
Festival de Cinema das Culturas Árabes e Islâmicas
De 29 a 1º de abril
Associação Cultural Cecília (Rua Vitorino Carmilo, 449 - Santa Cecília, Centro)
Entrada franca
Filmes e países:
PALESTINA
Os Palestinos de Israel
(The owners of the homeland - 2011– Palestina – 98 min)
Direção: Rawan Damen
Idiomas: Árabe, Hebraico,Inglês
O que significa ser palestino e israelense ao mesmo tempo? Sentir-se sobrecarregado pelo sofrimento dos primeiros e ter no bolso um passaporte do Estado de Israel? Este é um dilema raramente compreensível a qualquer um, exceto ao milhão e meio de cidadãos que tentam encontrar respostas a perguntas irrespondíveis. Muitas vezes ignorada e até mesmo considerada inexistente, esta comunidade é focada pelo documentário que segue sua jornada por 62 anos, desde o estabelecimento de Israel.
Al Nakba I e II (A Catástrofe)
(Al Nakba – 2007 – documentário – Catar – 100 minutos cada parte, total 200 min)
Direção: Rawan Damen
Idioma: Árabe e inglês
Produto de um trabalho inédito de pesquisa rigorosa em arquivos ingleses do período do governo britânico da Palestina (1922-1948), o documentário revela momentos pouco explorados da história palestina, acompanhados de uma reflexão profunda de estudiosos tanto israelenses, como palestinos e ingleses. Aborda, como um todo, o período que vai de 1799 a 1947, denunciando o papel do mandato britânico na colonização da Palestina e a preparação da chamada al nakba, a tragédia do povo palestino. Levanta, em última instância, a noção de que o mesmo processo de expulsão, desapropriação e desenraizamento da população palestina, iniciado em 1947, continuam vigentes até os dias de hoje.
SÍRIA
Inundação no País do Baath
(Toufan fi Balad Al-Baath–2005- Síria – 48 min)
Direção: Omar Amiralay
Idioma: Árabe
Em 1970, um jovem cineasta sírio, mobilizado pelo fervor revolucionário, faz um filmepoema para celebrar os grandes avanços do seu país rumo à modernização. Trinta e cinco anos depois, o diretor Omar Amiralay, já amadurecido, retorna ao local do seu primeiro filme. A barragem, cuja construção descreveu, entrou em colapso, e o mesmo vai acontecer com todas as demais obras de infraestrutura. Na aldeia de Al-Machi, Amiralay olha atônito para o que representa um triste desfecho para o sonho do socialismo árabe. O filme retrata os efeitos devastadores de 35 anos de governo do partido Baath sírio. Um raro exemplo contemporâneo de cinema combinando maestria formal a coragem política.
Um Prato de Sardinhas
(Tabaq al-Sardin ou A primeira vez que ouvi falar sobre Israel - 1997- Israel/ Síria / França – 17 min)
Direção: Omar Amiralay
Idioma: Árabe
A ideia do filme é introduzida pela passagem: “A primeira vez em que ouvi falar de Israel, eu estava em Beirute e a conversa era sobre um prato de sardinhas. Naquela ocasião, eu tinha seis anos de idade e Israel, dois.” Em companhia do produtor Mohammad Malas, o cineasta Omar Amiralay revisita as ruínas da cidade de Al-Qunaytera, na Síria, destruída em 1974, e ocupada por Israel durante sete anos. Sobrou um só edifício: o cinema.
IRÃ
Pergunte ao Vento
(Az Bad Beporsid – 2010 - Irã – 15 min)
Direção: Batin Ghobadi
Idioma: Farsi
Algumas universitárias viajam com a escola de arte a uma aldeia para tirar fotos. Um vento sopra forte e leva embora o véu de uma delas. Desesperada, ela sai correndo atrás do lenço e no trajeto descobre o corpo de um jovem. A polícia é acionada e a partir daí começam os desentendimentos e as perseguições. Este pequeno drama com toques surrealistas é uma crítica à situação da mulher no Irã e ao absurdo do uso compulsório do véu no país.
Todas as Restrições Terminam
(Payane hame ye mahdoodiyatha – 2011 - Documentário – Irã – Cor –30 min)
Direção: Reza Haeri
Idioma: Farsi
Para Baudelaire, a moda é o espelho dos tempos e por isso funciona como metáfora do que acontece em um país. Nesta linha segue o instigante documentário de Reza Haeri, em que se costuram ligações entre as roupas e o mundo muçulmano. Tendo no vestuário seu leitmotiv, o cineasta vai desfiando a história do Irã. Com imagens de arquivo, entrevistas e flagrantes de rua, a narrativa, num formato experimental, revela uma nação que por séculos vem se debatendo entre o Oriente e o Ocidente, presente e passado, liberdade e repressão.
Por Trás da Roda da Vida
(Poshte Farman-e Zendegi – 2008- Documentário – Irã/GB – 26 min)
Direção: Sahar Salahshoori
Idioma: Farsi
Ao volante de seu carro, Nasrin, motorista profissional e mãe solteira na grande cidade caótica de Teerã esforça-se para conquistar sua independência. Esse filme abre uma janela para a luta diária das mulheres no país para conseguir ter uma vida própria, com autonomia e dignidade.
Segunda Voz
(Sedy-e dovom – 2011 – Irã – 40 min)
Direção: Mojtaba Mirtahmas
Idioma: Farsi
Legendas em português
Vinte e quatro anos após a Revolução Islâmica de 1979, a proibição legal ao canto solo feminino no Irã continua a ser questionada. Rumores sobre mulheres que obtiveram permissão de formar duetos encorajaram cantoras a tomar iniciativas para a gravação e lançamento de seus álbuns musicais.
Contagem Regressiva
(Shomaresh-e Makous – 2008 - Documentário – Irã/ GB – 52 min)
Direção: Khatereh Hanachi
Idioma: Farsi
Faça sol ou faça chuva, a vida da jovem Parisa Pouladi gira em torno de um exclusivo objetivo central: estudar para o vestibular. Com 18 anos, ela espera ser admitida em uma faculdade de primeira linha, mas sabe que de todos os candidatos, menos do que a metade vai conseguir passar no exame. Neste filme sensível, a diretora Khatereh Hanachi registra a luta de Parisa, que reflete a de milhões de jovens iranianas da sua faixa etária.
EGITO
Estrada para o 25 de Janeiro
(Road to January 25 – 2011 – Documentário – Egito – 50 min)
Direção: Rawan Damen
Idioma: Árabe
Enquanto acontecia a revolução, esse trabalho pioneiro documentou os esforços para impulsionar e organizar o movimento de protestos. Como 1300 jovens reunidos via Facebook levaram a cabo uma campanha contra a tortura policial? Como conseguiram aglutinar 70 mil egípcios no mundo cibernético em apenas duas semanas e estabelecer 25 de janeiro como o “dia 1” de uma revolução de alcance nacional?
AFEGANISTÃO
A Noiva Afegã
(Aroos-e-Afghan – 2003 – Irã - 85min)
Direção: Abolghassem Talebi
Idioma: Farsi
Elenco: Hossein Yari, Noora Hashemi, Mohsen Hosseini, Kevamat Roodsaz
Um professor, preso por suas objeções à política talebã de restringir a educação às mulheres, é libertado quando todos já prensam que está morto. Ao descobrir que o pai de sua noiva irá casá-la com outro, inicia uma jornada pela reconquista pela mulher amada. Baseado em uma história real.
CHINA
Na Corda Bamba
(On a Tightrope - 2007 - Canadá/Noruega - 72min)
Direção: Petr Lom
Idioma: Uighur
Os uighurs são uma minoria muçulmana da China de cerca de 8 milhões de pessoas, submetidos a uma política de assimilação cultural para prevenir o separatismo na região de Xinjiang.
IÊMEN
O Artesão
(Saana’Alhadaia –2011- Ficção – Iêmen– Cor – 40 min)
Direção: Ziryab Al-Gharbi, Abdurahman Hussain
Idioma: Árabe
Um fabricante de bombas, que leva uma vida obscura e sem esperanças, vê-se diante de uma experiência que o faz questionar sua atividade. Por meio desta parábola, o diretor discute as perspectivas de mudança e melhoramentos para seu país, o Iêmen, enquanto os protestos continuam.