Nota sobre assassinato de sem terra, lideranças do MLST, em Uberlândia (MG)
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- 29/03/2012
O tríplice homicídio, que ceifou as vidas de Milton Santos Nunes, 52 anos, Clestina Leonor Sales Nunes, 48 anos, e Valdir Dias Ferreira, 39 anos, líderes do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), barbárie realizada dia 24 de março de 2012, clama por justiça.
Há muito, os movimentos sociais do campo, pastorais e organizações da sociedade civil vêm denunciando a violência do latifúndio e sua impunidade na região do Triângulo Mineiro. Não é possível que a vida humana seja considerada como um nada, diante da voracidade do agronegócio e das ações de grupos armados, ligados a latifundiários.
As famílias sem terra do Triângulo Mineiro, e em particular aquelas acampadas na Fazenda São José dos Cravos, estão vivenciando na carne a Semana Santa, que se aproxima com a paixão e morte de Jesus Cristo. O sangue derramado por Clestina, Milton e Valdir, covardemente executados pelo latifúndio, se junta ao sangue de Jesus Cristo e de tantos outros irmãos e irmãs, martirizados por causa de conflitos agrários e dos crimes do agronegócio.
O ser humano tem o direito sagrado a terra, base da vida. Não é justo que famílias fiquem neste nosso país, acampadas sob tensão e em condições inumanas, enquanto sobra terra, nas mãos de uns poucos.
Não é justo que monoculturas, como a da cana, se espalhem tomando territórios, para satisfazer as necessidades de lucro dos negócios de mercado. Não é justo que o direito constitucional e a função social e ambiental da terra não seja aplicado, e não se desapropriem os latifúndios.
Que a ressurreição, já vivida pelos que foram assassinados, venha para os sem terra com a reforma agrária e que se faça justiça em mais essa tragédia na luta agrária, no nosso querido Brasil.
Uberlândia, 28 de março de 2012
Comissão Pastoral da Terra - CPT/Triângulo Mineiro
Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade - AFES
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