Correio da Cidadania

Marchas da Maconha foram maiores que atos de Bolsonaro

0
0
0
s2sdefault


Fotografia (de capa) mostra uma multidão reunida na concentração da Marcha da Maconha em BH. Foto Leonardo Koury / Mídia Ninja.

Na mesma semana que Bolsonaro marcou e convocou atos a seu favor e contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, as Marchas da Maconha já tinham sido confirmadas em três cidades: Belo Horizonte, Fortaleza e Natal. Nas três capitais, os eventos da maconha foram visivelmente bem maiores.

Os atos do Bolsonaro contaram com ampla divulgação e cobertura da mídia, que tentou dizer que os mesmos eram a favor da reforma da Previdência Social e do pacote anticrime do ex-juiz e atual ministro da Justiça Sérgio Moro. A mídia oficial sempre tenta pautar manifestações públicas e trazer as suas versões dos fatos. Os atos do presidente da República, na realidade, atentaram contra a Constituição Federal e o livre exercício do Poder Legislativo e do Poder Judiciário. Esses são os fatos.

Isso estava estampado em faixas, que a mídia tinha de mostrar para manter minimamente em pé a farsa da imparcialidade. E de forma cretina fazia um rápido registro de que aquelas manifestações eram inconstitucionais.

Mas quem não sabe que os fascistas e os ditadores sempre querem governar sem parlamento e judiciário, como se fossem reis e assim já fizeram? Faz parte do ‘modus operandi’ fascista governar com esses poderes sob o seu jugo, com a corda no pescoço, sem qualquer tipo de debate, sem democracia. A ordem é essa e pronto!

O mais incrível é que o atual parlamento foi eleito na onda do próprio presidente, pois o PSL, seu nono partido numa carreira de 28 anos de parlamento, saiu de um deputado federal, ele mesmo, para 52 deputados, a segunda maior bancada da Câmara dos Deputados. Ele é contra o parlamento dos seus próprios correligionários, assanhadamente apoiados pelo histórico centrão, um parlamento que nada tem de esquerda! O presidente da República é um cara de pau, um verdadeiro fanfarrão.

Concentrado em dois quarteirões, esse ato de autoajuda na ensolarada orla da praia de Copacabana foi um verdadeiro fracasso, com cinco equipados carros de som, um guindaste. As pessoas se espalhavam só para posar para a filmagem do helicóptero da mídia oficial.

Na Paulista, o ato seguiu o mesmo roteiro, concentrando-se no MASP e na FIESP, dispersando-se pelo resto da avenida para a filmagem de helicóptero. O mesmo não se viu na grande Marcha da Maconha de São Paulo, no dia 1º de junho de 2019, pois seria difícil mostrar que fomos maiores que todo esse fascismo, no qual a criminalização da maconha é parte histórica da política racista de Estado.

ANDRÉ BARROS é advogado da Marcha da Maconha, mestre em Ciências Penais, vice-presidente da Comissão de Direitos Sociais e Interlocução Sociopopular da Ordem dos Advogados do Brasil e membro do Instituto dos Advogados Brasileiros.

Fonte: Smoke Buddies.

 

0
0
0
s2sdefault