Enfraquecida, Dilma fica ainda mais refém do capital
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- Gabriel Brito e Valéria Nader, da Redação
- 20/08/2013
Nesta segunda parte da entrevista com o sociólogo do trabalho Ricardo Antunes (cuja primeira parte pode ser lida clicando em ‘Descontentamento monumental faz emergir era de rebeliões no Brasil’), a análise se centra mais nas movimentações partidárias que se seguiram às manifestações populares espalhadas pelo país. No centro do debate, o PT e o governo, que se encontra instável e com popularidade ameaçadíssima pela queda da aprovação popular.
De toda forma, Antunes assinala que os levantes ainda não proporcionaram novas lideranças populares, o que permite ao partido de Lula recuperar o terreno perdido, até pelo fato de tais revoltas terem deslegitimado todos os partidos do poder, incluídos os da oposição de direita, contestada em seus estados e municípios também.
“É evidente que entramos numa era de incertezas. Mas se numa época dessa não se encontra alternativa de outro tipo, a incerteza pode se prolongar. Por isso que as tendências críticas do governo Dilma são de grande dimensão, o que não pode, por ora, significar que sejam irreversíveis no sentido eleitoral”.
Quanto ao chamado de Lula para uma “refundação do PT”, Antunes se questiona como seria possível, uma vez que o próprio ex-presidente personifica a trajetória e as transformações fisiológicas da legenda. No entanto, diante da falta de uma canalização do movimento de massas rumo a uma nova política, o cenário de revoltas populares sem reflexos renovadores nas urnas também se desenha no Brasil, a exemplo de diversos países europeus.
Correio da Cidadania: Como tem enxergado o atual governo nesta recente conjuntura? Seria exagerado pensar que estamos diante de um vazio de poder, com uma presidente refém de sua base no Congresso, especialmente do PMDB, afastada do PT e também sem o respaldo da base popular do partido?
Ricardo Antunes: O momento é de dificuldade e mesmo de relativa crise. Vale lembrar: duas ou três semanas antes de as rebeliões começarem em São Paulo, Rio, Minas, Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul, o PT, na comemoração de seu aniversário, festejava o “novo país”. Quando ocorrem essas manifestações, multiformes, polissêmicas, em alguns casos policlassistas, o governo é pego de modo completamente despreparado. Nos dias mais intensos de crise, não tinha a menor ideia do que fazer. O despreparo era de tal ordem que, depois dos levantes, as respostas foram propostas de plebiscito, para discutir com a população se o voto era distrital ou não etc. Para ver a dimensão do descompasso.
O parlamento brasileiro, ao mesmo tempo, se assustou, mas já se recompõe, seguindo seu curso à margem do que pensa a população. Em plena era das revoltas, na questão de direitos humanos, o Congresso votou e encaminhou o projeto, nefasto, popularmente chamado de “cura gay. Depois recuou. Podemos lembrar ainda que, há cerca de 30 dias, o PMDB fez um banquete, com dinheiro público, regado a camarão e champanhe, para avaliar a participação do partido no primeiro semestre! Quer dizer, não é a tragédia, é a farsa.
É evidente que essas manifestações atingiram duramente o projeto de governo do PT e atingiram duramente o governo Dilma. A cada nova pesquisa, a cada dia, a queda era ainda mais intensa. Claro que tal queda não é obrigatoriamente irreversível. Pode ter reversão, como estamos vendo nas novas pesquisas, porque nesse país a memória é rapidamente apagada, sem falar que há uma carência enorme de alternativas. Mas, ao mesmo tempo em que as quedas podem ser revertidas, podem ser até mesmo irreversíveis. Isto porque as manifestações afetaram também a oposição tradicional. Ninguém pode dizer que o PSDB ou DEM saíram beneficiados. O levante também é contra eles. As manifestações têm um sentido anti-política tradicional, anti-partidos políticos, aflorando um sentimento popular generalizado de que a “política não é o nosso campo” e “não é o campo de ação das classes populares”. Entre aspas, claro. Isso cria o cenário de incertezas.
O governo Dilma está, então, sendo puxado pelo empresariado, que diz ao governo “vem para cá”. Está pressionado pelas bases populares, solapando e mostrando que o projeto Lula-Dilma não tem, substantivamente, nenhum elemento a ser comemorado. Mesmo o Lula, que aparentemente perdeu menos, dentro dos quadros dominantes (excluindo a Marina), precisa tomar cuidados. Lula perdeu menos, mas também ficou de 6 de junho até meados de agosto, completamente mudo e calado e retornou à cena numa atividade do ABC. Por quê? Porque percebeu que sobravam respingos, ou enxurradas, para todos os lados, inclusive o dele. Ele voltou só depois de muitas semanas. E eis que ressurge. Esperou as pesquisas apontarem uma queda brutal da Dilma e voltou. Ele tem um nível de queda de popularidade inferior ao da Dilma, mas, assim como a criatura herdou o cacife político do criador, o criador poderá herdar o fracasso político da criatura.
Numa campanha eleitoral, como no ano que vem, de Copa do Mundo, se o cenário da Copa das Confederações voltar, a campanha eleitoral vai perguntar: “mas, afinal, quem trouxe para o Brasil a Copa das Confederações, a Copa do Mundo, as Olimpíadas, dizendo que esse país caminhava para o paraíso, quase uma Suíça tropical? Foi o Lula?”. Isso vai ter consequências. Quer pela direita, quer pela esquerda, sendo muito diferente oposição de direita (pois uma parte importante desta apoia o governo e é parte dele) e a oposição de esquerda, que tem muitas dificuldades em buscar um novo caminho.
Ele vai levar chacoalhada de todo lado, numa eventual campanha. Por ora, acho sua candidatura uma hipótese pouco plausível, mas, como estamos ainda a um ano das eleições, só vamos ter um quadro mais preciso a esse respeito quando estivermos mais perto da época da campanha eleitoral.
Correio da Cidadania: E o que acha das movimentações recentes de Lula, dando recados claros quanto à necessidade de ‘profunda reformulação’ no partido e até mesmo convocando grupos e movimentos atrelados ao PT para saírem às ruas e ‘enfrentarem a direita’?
Ricardo Antunes: Sim, é claro. Mas o que podemos imaginar do Lula pedindo uma retomada do PT quando ele é o dono, o chefe e o rei do PT? Quando ele trata o partido como o seu partido? Ele disse várias vezes que só seria candidato, nas eleições anteriores, se ele definisse com quem se aliar, sem aceitar imposições.
É evidente que o Lula tenta dar sinais. Ele é um político da Ordem, mas muito qualificado. Vale lembrar que, lembrando Saramago e Thomas Mann, ele é uma espécie de homem duplicado – literariamente falando. Ele é uma espécie de camaleão político. Ele vai numa manifestação dos catadores de lixo, chama um trabalhador de lado e lembra sua origem operária. Se vai ao encontro dos banqueiros, dirá que eles ganharam dinheiro em seu governo como “nunca antes na história deste país”.
Assim, o Lula também sabe que a crise atingiu duramente o PT. Se a crise do mensalão atingiu de forma devastadora a cúpula do PT, a crise atual atinge duramente o projeto político do PT no poder. O que não significa necessariamente (pois essa palavra não existe em política) que tal projeto será revertido.
Se formos olhar os levantes e revoltas no cenário europeu e do Oriente Médio, vemos diferenças relevantes. No Oriente Médio, na Tunísia, Egito e Iraque, os governos foram varridos do poder, ainda que o Egito mostre que eles são varridos e voltam de outras formas. Essas manifestações de massa tiveram clara, direta e forte incidência política na substituição do poder. Por isso foram verdadeiras revoluções democráticas, digamos assim, marcadas por um sentido forte e radical. Se olharmos, entretanto, a Europa ocidental, com exceção da Grécia, temos as rebeliões da periferia da Inglaterra, que se esparramaram por várias cidades e pelo Reino Unido, o Occupy Wall Street, os Indignados da Espanha, que foram manifestações de massa muito importantes, mas não tiveram incidência direta nos processos eleitorais.
Em Portugal, Espanha, França e Inglaterra temos visto eleitoralmente, quase repetidamente, um movimento pendular. Sai o conservador tradicional, entra a oposição, que se tornou neoconservadora. Sai a oposição neoconservadora, entram os conservadores tradicionais. Uma espécie de bipartidarização, que é quase uma bipartidarização de um sistema, provocativamente falando, de partido único. Porque são dois partidos que se digladiam para aplicar, essencialmente, a mesma política. Excluindo, aqui, o fato de que, de um lado, existe um verniz e, de outro lado, não existe. Mas por baixo do verniz está a madeira bruta, a lenha, que é a mesma.
Correio da Cidadania: Desse modo, não podemos esperar grandes novidades em 2014, eleitoralmente falando?
Ricardo Antunes: Que consequências as manifestações populares terão no processo eleitoral brasileiro é difícil dizer. Olhando os cenários eleitorais dos países ocidentais, poderíamos dizer que têm tido, no geral, pouca incidência. É difícil que sejam gestadas – esse é o desafio, a nossa dificuldade – novas lideranças populares. A Marina rompeu com o PT e naturalmente ganha nesse quadro todo. Junto do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ela é a única política que sai ganhando. Porque o Campos é, entre aspas, um político aparentemente de “tipo novo”. É a ideia que quer vender. O “discreto” charme do político do Nordeste. E a Marina ganha porque lidera um movimento partidário que recusa o nome partido. Ela sabe que essa denominação está desgastada, motivo pelo qual criou um partido que não tem o nome de partido, além de ter saído em tensão com o governo Lula. Portanto, não é associada diretamente ao seu governo, e sim à oposição, por ter rompido.
Mas olhando o nível de acordos, alianças e a programática da Marina, temos o discurso verde dentro da Ordem. E a Ordem está sendo duramente questionada nessas manifestações. Está sendo ainda mais agudamente questionada nas periferias, nos movimentos dos assalariados urbanos e da juventude estudantil mais organizada, que faz a crítica pela esquerda.
Mas também surgiu a crítica pela direita, conservadora, presente em vários setores das camadas médias. Há uma tentativa de movimentos proto-nazistas e mesmo fascistas, ainda que sejam pequenos. E, portanto, exercem uma oposição claramente à direita. Lembramos da cena daquele jovem, filho de empresário de transportes, quebrando a porta da prefeitura de São Paulo, dando a ideia de jovem raivoso contra a prefeitura do PT. Esse é o quadro que temos. No plano eleitoral, é difícil uma avaliação que não seja muito preliminar mesmo.
O grande esforço seria como avançar para que os setores populares, presentes nas manifestações, canalizassem e buscassem um outro modo de fazer política. E esse outro modo seria uma política radical. No sentido profundo do termo, de tocar nas raízes, tocando profundamente nas questões vitais, de modo a mostrar como o atual padrão de acumulação capitalista existente no país é profundamente destrutivo para as forças populares. Daí que vêm o abandono completo da vida nas cidades, o incentivo ao transporte privado e a destruição do transporte coletivo, o incentivo à educação privada etc., etc.
Dois governos Lula e também um governo Dilma foram mestres em diminuir tributos da indústria de automóveis, entupindo as cidades de carros, enquanto as malhas de ônibus, trens e metros são precárias, frágeis e mesmo inexistentes em várias cidades. Lembro de uma matéria publicada nestes dias assinalando que só 0,6% das cidades brasileiras têm metrô: 0,6%! O único transporte coletivo que funciona razoavelmente. E só existe em pouquíssimas cidades.
Correio da Cidadania: O PT, por sua vez, tem sido objeto de uma série de balanços históricos, com distintos vieses, após uma década no poder central do país. Como você enxerga o partido hoje, ao que parece, uma força descendente, mas ainda disputando o cenário político na dianteira?
Ricardo Antunes: O PT nasceu como partido com distensões. Quem lembra do PT em 1980 e ao longo da década de 80 sabe. Um partido de muitas tendências e grupamentos, que defendiam e aceitavam – não todos, mas muitos setores – a liderança de Lula, que era um verdadeiro tertius... Comia o pau nos congressos do partido, no final ele chegava e fazia aquela costura toda, como um tertius político.
Agora, evidentemente, a esquerda foi bastante dizimada no PT. Alguns setores de esquerda do partido aceitam o domínio lulista e não o confrontam, salvo exceções. Claro que há ainda muitos setores populares filiados ao PT, mas que não tem força na cúpula do PT, que se tornou um partido tradicional. Respondendo à pergunta “é possível reinventar o PT?”: quando o Lula propõe tal renovação, já é sinal de empreitada fadada ao insucesso. Se tem alguém que expressa tipicamente a trajetória do PT é o Lula. Nasceu como liderança autêntica, foi a mais importante liderança sindical do país, pouco a pouco foi exercitando a figura do “homem duplicado”, até chegar ao político tradicional, que convive em qualquer espaço: com o Bush e o Obama, com Fidel e setores da esquerda latino-americana, com Aznar, com Uribe, com qualquer um. Sem ser, propriamente, de nenhum desses setores. É o espetacular político da conciliação.
E o PT é isso. Nasceu como partido de massas, independente e autônomo, com vontade de ser diferente. Pouco a pouco foi subindo degraus do poder e da institucionalidade e converteu-se naquilo que Marx chamou, no século 19, de “partido da ordem”. É uma espécie de PMDB do século 21. Cabe tudo. E na sua concepção de governo todos entram, desde que tragam alguns votos, seja no parlamento, seja no voto popular. Tem contatos com a igreja católica e com os neopentecostais. Com os movimentos LGBT, mas se aproxima e quer apoio também de religiosos homofóbicos. Com setores da classe trabalhadora e do empresariado.
Isso é o núcleo dominante do PT. Faço exceção a muitos militantes de base do partido, que criaram o partido, lutaram por ele e ainda veem chance de mudá-lo. Eu também gostaria de ver essa possibilidade de mudança. Mas como analista, não a vejo. O tempo dirá se tal análise faz sentido ou se ainda é possível – como dizem alguns de seus militantes - o PT se reconverter, reinventar-se num partido radical, de massas, anticapitalista e arraigado na classe trabalhadora, tal como ele ensaiava profundamente quando de sua concepção.
Correio da Cidadania: Como viu a ausência de Dilma da recente reunião do PT, teria algum significado mais simbólico ou seria um sinal de uma governante acuada? Como você imagina que caminhará o governo Dilma daqui até o fim do mandato?
Ricardo Antunes: A Dilma e o PT vivem um momento difícil. E se o projeto de governo do PT no plano federal, assim como o projeto de governo do PSDB no plano estadual ou o projeto de governo do PT na prefeitura de SP, ou o projeto de governo estadual e municipal do PMDB no Rio de Janeiro, todos, estão sendo colocados em xeque, a relação entre Dilma e PT tende a ficar difícil. Porque o PT e alguns de seus núcleos têm uma carta-coringa na mão, que é puxar o Lula, acreditando que tal carta seja forte ainda. Pode ser uma carta-coringa meio surrada, uma carta-coringa tão manuseada e usada que o coringa sumiu e ninguém identifica mais que carta é essa. Pode ser, mas podemos fazer pequenas conjecturas, não mais que isso.
O governo Dilma também vive um momento difícil. Ela em tese teria a possibilidade de ser em alguma medida um escoadouro da voz das ruas, mas isso implicaria em romper com o grande capital, financeiro, industrial, do agronegócio, do setor de serviços e também das grandes mineradoras, ou seja, toda a base que sustentou o projeto Lula-Dilma. Portanto, não vejo a menor possibilidade dessa alternativa. Dilma seguirá sendo uma feitora do grande capital, tentando equilibrar-se com apoio popular. Não será nada fácil, até porque ela não é o Lula.
Restaria, então, ao seu governo, tentar recosturar uma aliança policlassista, de grande fôlego, entre o capital e o trabalho, como o governo Lula fez no segundo mandato, remunerando o grande capital como “nunca na história do país”. E Lula tem razão quando fala, com eloquência, que nunca os ricos ganharam dinheiro como em seu governo. Essa é a tragédia que com o Lula vira vitória. Mas ele tem razão. Porque as classes burguesas ganharam muito e a ponta mais pauperizada da classe trabalhadora brasileira – a periferia da periferia, digamos assim, que depende do Bolsa-família – também vê o Lula como alguém diferente dos anteriores. Essa mesma periferia da periferia, que recebe Bolsa-família – hoje em torno de 70 milhões de pessoas, ou seja, muita gente –, vai se encontrar, em 2014, numa campanha eleitoral em que, de um lado, tem a Dilma e, de outro, o Aécio. Sabendo que a insensibilidade social tucana é ilimitada, vai tapar o nariz e votar na Dilma. Do mesmo jeito que fez em 2006, tapando o nariz e votando no Lula no meio da crise do mensalão, por saber que o governo Alckmin seria uma tragédia social ainda pior.
Assim, o governo Dilma não tem respostas para as lutas populares – ensaiou, mas não as encontrou, porque não pode ter tais respostas. Porque, ao seguir os clamores das manifestações populares, se ela for defender transporte, saúde e educação públicos, vai ter que ferir os interesses das grandes empresas de transporte, das grandes empresas dos pedágios (transnacionais), dos grandes setores privatistas da saúde e da educação privatizadas do Brasil, da indústria automobilística etc. Teria de enfrentar ainda os interesses do capital financeiro, sem fazer concessão nenhuma. Sendo que, naquela segunda-feira, na qual ela lançou 5 pontos primordiais, em forma de pacto com a população, vimos, em primeiro lugar, o “superávit primário preservado”. Ou seja, vamos garantir o dinheiro pra remunerar os bancos e todos aqueles que ganham com o endividamento público.
Portanto, é evidente que entramos numa era de incertezas. Mas, se numa época dessa, não se encontra alternativa de outro tipo, a incerteza pode se prolongar. Por isso que as tendências críticas do governo Dilma são de grande dimensão, o que não pode, por ora, significar que sejam irreversíveis no sentido eleitoral. As eleições vão colocar um cenário já posto hoje. Mesmo que a Marina pudesse batê-la, ou o Campos pudesse ser uma surpresa, é evidente que são partes do mesmo. São mais do mesmo.
O desafio de uma política distinta é encontrar alternativas distintas contra o mesmo, contra a mesmice dominante. E nós ainda não temos essa alternativa. Porque esses movimentos, a tomar pelo seu polo mais positivo (como o Passe Livre, Periferia Ativa, MTST e outros movimentos populares), em todas as suas manifestações sobre questões muito concretas e reais, não desembocaram e sinalizaram ainda uma alternativa política de outro tipo, uma nova modalidade de política radical, extra-institucional, profundamente contrária à atual. E esse é o desafio mais premente da luta social e política no Brasil de nossos dias.
Leia também a primeira parte da entrevista com Ricardo Antunes.
‘Descontentamento monumental faz emergir era de rebeliões no Brasil’
Valéria Nader, jornalista e economista, é editora do Correio da Cidadania; Gabriel Brito é jornalista.
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