Um ano da Chacina do Cabula
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- Correio da Cidadania
- 29/02/2016
Há um ano, em 6 de fevereiro, policiais da Rondesp executaram 12 jovens na Vila Moisés, no Cabula, Salvador (BA). A Justiça Global enviou diversos informes para a ONU e OEA relatando não apenas a chacina e seus desdobramentos, mas as ameaças frequentes sofridas por familiares das vítimas e integrantes da “Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto”.
Em março de 2015, em parceria com outras organizações e movimentos, a Justiça Global conseguiu uma audiência na comissão de Direitos Humanos da OEA sobre o extermínio de negros no Brasil. Nela, o coordenador da Reaja, Hamilton Borges, tratou do caso do Cabula e de outros, o que levou a comissão a requerer diversos dados sobre letalidade policial no país ao governo federal.
Acompanhamos também com atenção os recursos impetrados pelo Ministério Público da Bahia e Defensoria Pública para anular a controvertida sentença da juíza substituta Marivalda Almeida Moutinho, que em 24 de julho de 2015, sem a instauração do devido processo legal, absolveu em tempo recorde os nove militares acusados de homicídio triplamente qualificado dos 12 jovens e da tentativa de assassinato de outros seis. Passados seis meses, o Tribunal de Justiça da Bahia não se manifestou sobre os recursos.
A Chacina de Cabula está sob análise da Procuradoria Geral da República, que avalia uma possível federalização do caso, com apoio da Justiça Global. A Justiça Global se solidariza com os familiares das vítimas da Chacina do Cabula e mantém seu compromisso com a Campanha Reaja de continuar na busca por justiça nos casos de execuções e no enfrentamento ao racismo.
Fonte: Justiça Global.