Correio da Cidadania

Jarbas, o Catão de Pindorama

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A já polêmica entrevista do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) às páginas amarelas da revista Veja da semana passada revela muito além da "mediocridade" da política brasileira. Jarbas atira para todos os lados, mas bate mais forte em seus correligionários, especialmente José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL). Diz com todas as letras que o PMDB "é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem um norte" e acusa seus companheiros de corruptos: "boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção".

 

A melhor parte da entrevista, porém, não é o arrazoado moralista do experiente político pernambucano que almeja ser vice na chapa de José Serra (PSDB) em 2010, mas a singela resposta para a pergunta que não queria calar após tanta crítica ao seu próprio partido: por que raios Jarbas Vasconcelos permanece no PMDB?

 

"Se eu sair daqui irei para onde? É melhor ficar como dissidente, lutando por uma reforma política para fazer um partido novo, ao lado das poucas pessoas sérias que ainda existem hoje na política", afirmou o candidato a novo Catão da República brasileira.

 

Da resposta do ex-governador pernambucano é possível concluir que ele se sente mais à vontade convivendo ao lado dos corruptos que denuncia do que longe de tais companhias. É evidente que a resposta não explica a permanência de Jarbas no PMDB, até porque o nobre senador poderia inclusive optar pela desfiliação simples, abrindo mão das benesses partidárias por algum tempo, até descobrir uma legenda melhor ou fundar um novo partido. Fernando Gabeira, quando se desencantou com o PT, fez isto até retornar ao PV.

 

Ora, o tom das críticas de Jarbas combinam bastante com a pregação neo-udenista da vereadora Heloísa Helena e este colunista ficou curioso para saber que tipo de restrição o senador pernambucano teria em relação ao PSOL.

 

Sim, a entrevista deu o que falar. Jarbas conseguiu criar um fato político, mas mostrou algumas fragilidades em sua, digamos assim, argumentação. A principal delas é a sua permanência no antro de corruptos que denunciou. Talvez não demore muito para o senador deixar a legenda e resta saber se ele conseguirá, fora do PMDB, manter acesa a chama da sua luta pela reedificação da moral e dos bons costumes nacionais. O povo brasileiro, comovido, torce para que Jarbas Vasconcelos continue firme na luta...

 

Luiz Antonio Magalhães é editor-adjunto do Observatório da Imprensa, onde este texto foi originalmente publicado.

 

Blog do autor: http://www.blogentrelinhas.blogspot.com/

 

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Comentários   

0 #3 LUIZ EÇA 25-02-2009 14:42
Desqualificar o autor de uma denúncia é uma forma sediça e gasta de contestá-la. Afinal, o que o colunista acha ? O PMDB é ou não corrupto ? Lamentável a forma rasteira de atacar Heloisa Helena, chamandoi-a de neo-udenista...
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0 #2 Wendell Setubal 22-02-2009 09:51
Quando o PT, então na oposição, denunciava a corrupção, Janio Quadros chamou-o de "UDN de macacão", tentando desqualificar a luta anticorrupção, que desmascara, também, o capitalismo brasileiro. Hoje no poder, o PT tem epígonos como Luiz Antonio Magalhães para justificar suas alianças. Sim, porque é com esse PMDB que aí está que o petismo pretende vencer as eleições de 2010. Por isso, trata-se de defender os aliados, desqualificando os adversários pela direita e pela esquerda, casos de Jarbas e Heloísa. O lugar-comum afirma que de grão em grão a galinha enche o papo. De degradação em degradação, o petismo quer vencer a eleição, posando de "esquerda".
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0 #1 E daí...?Tico 21-02-2009 14:39
Tristemente tenho de fazer essa constatação, e daí ??? Nada vai mudar, ninguem se comove mais com a corrupção, seja em q escala for, seja em q nivel for. A não ser é claro se "certos interesses" forem atingidos, Senão, TA TUDO DOMINADO
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