Correio da Cidadania

Tempos difíceis para a oposição

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Notícias nos portais dão conta da preocupação do governador José Serra (PSDB) com a situação de seu aliado Gilberto Kassab (DEM), prefeito de São Paulo. Serra não estaria exatamente preocupado com a possibilidade de cassação de Kassab, mas com os efeitos para a sua própria imagem no cenário pré-eleitoral, uma vez que o grande avalista de Kassab foi ele mesmo, José Serra.

 

Está correta a preocupação do governador. Olhando friamente o cenário, o DEM vai entrar na campanha eleitoral com um passivo de imagem enorme, tanto pelo episódio envolvendo José Roberto Arruda, único governador do partido, e os mensaleiros democratas, como também pela rápida e violenta queda na popularidade de Gilberto Kassab em São Paulo, antes mesmo do episódio da cassação.

 

A situação periclitante do DEM, principal aliado do PSDB, pode levar à formação de uma chapa em que os democratas apenas apóiem o tucanato, sem, no entanto, indicar o vice, mesmo que Aécio Neves decline da vaga de vice na chapa. Serra teria como companheiro alguém do PPS ou até do próprio PSDB, mas não um democrata, para não "sujar" a chapa.

 

O problema todo é que a imagem de alinhamento do PSDB com o DEM é muito forte e provavelmente será explorada na propaganda eleitoral de Dilma Rousssef ou de Ciro Gomes, se ele de fato concorrer à presidência da República, e não ao governo de São Paulo. Assim, a chance de Serra (ou qualquer outro candidato do PSDB) ser afetado pelos problemas do DEM é bastante alta.

 

Corretamente, Serra tem tentado se preservar no noticiário, deixando de falar sobre temas políticos para não expor as fragilidades. Em um mês, porém, se ele de fato se decidir pela presidência, terá largado o governo do estado e estará na rua, sem fazer campanha oficialmente, porque ainda será proibido, mas trabalhando no convencimento dos eleitores. Este colunista está muito curioso para saber qual vai ser a estratégia do PSDB desta vez. A questão "moral" não pegou em 2006 e em 2002 ninguém defendeu o governo do partido e o legado de Fernando Henrique Cardoso.

 

Alguns colunistas têm escrito sobre Serra adotar a postura de "pós-Lula", tal e qual Aécio vinha propondo, mas é difícil imaginar um "Serrinha paz e amor" desfilando na avenida sem responder à "desconstrução" de sua imagem, que certamente será feita pelo PT ou PSB.

 

A falta de discurso é muito mais grave para a oposição, na humilde opinião deste colunista, do que propriamente a ausência de Serra no cenário neste momento, como acreditam alguns tucanos mais ansiosos. Em uma campanha, é preciso ter bem claro o que se vai dizer, qual é a mensagem. E isto parece estar fora de discussão no PSDB...

 

Luiz Antonio Magalhães é jornalista e Editor Executivo do Observatório da Imprensa.

 

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Comentários   

0 #3 O) que mem preocupa...Raymundo Araujo Filho 27-02-2010 09:30
Prezado Julio Reis

O que me preocupa mais no memento, não exatamente "esta oposição sem propostas". Ao contrário, são duas coisas: 1) A absorção como Macro Políticas e Diretrizes a maioria das propostas desta "oposição sem propostas" quando estavam no Poder, 2) As propostas dda "situação com propostas", refiro-me ao PMDB , que acaba de escalar Delfin Neto, Jobin e outros próceres da direita deste país, para formularem o rograma para apresentarem à coalização que tentará eleger Dilma. Chega a ar frio na barriga, quando penso "para quem os sinos se dobrarão"...
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0 #2 JÚLIO REIS 25-02-2010 15:30
Concordo "ipsis literis" com o autor do artigo.
Aliás, o que estamos assistindo é o desmoronar de uma estrutura política, alicerçada na conveniente benesse de estar ao lado dos grandes grupos economicos.
Já não era sem tempo podermos ver o desmilinguir desta estrutura que nos humilhou, escravizou e empobreceu durante anos.
Tenho hoje orgulho de ser brasileiro e, mesmo sabendo dos problemas deste atual governo, sinto que meu país cresceu, que as pessoas estão felizes e querem continuar assim.
Se há falta de proposições é porque as que temos nos atende.
Assistamos o desenrolar dos fatos e os crescentes estertores desta oposição sem propostas.
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0 #1 A verdadeira OposiçãoRaymundo Araujo Filho 25-02-2010 06:09
Embora eu concorde com o texto e análises do artigo do Luiz AQntônio Magalhães, só discordo do sentido geral, classifivcando o PSDB como OPOSIÇÃO ao Lullo Petismo. Esta assertiva é correta, no que diz respeito apenas à disputa pelo domínio do Aparelho0 de Estao, além de outras lantejoulas e periferias próprias do estilo de cada um, e das concessões (esmolas) necessários para dar continuidade a macro entrega das riquzas do país, e a sua consolidação como país exprotador de matérias primas e valhacouto de transaçoes espúrias de toda a sorte.

Tempos difíceis passamos nós, a verdadeira oposição ao que está aí, por nos recursarmos a entrar na farra adesita, mantendo a compostura e largos horizontes para o Povo Brasileiro e Latino Americano.

Alçar esta direitada à condição de Oposição Real, sem denotar que se refere APENAS à uma disputa de jogo marcado, como as máquinas de vídeo poquer, onde a Banca (esta mora lá fora) sempre ganha.

Oposição somos Nós!
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