Correio da Cidadania

Todos de olho na crise

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Tucanos, democratas, petistas, peemedebistas das várias alas da agremiação, líderes dos partidos de gravitam em torno da oposição e do governo e até mesmo a turma do PSOL, que de certa forma torce para chegar logo a crise final do sistema capitalista, estão todos neste momento naquela velha posição de deixar tudo como está para ver como é que fica.

 

E é mesmo o melhor a fazer. A crise que abalou os mercados financeiros na semana passada e que deu uma trégua no início desta semana ainda é uma grande incógnita até para banqueiros experientes, para gente que conhece de perto as artimanhas do grande cassino global que de certa maneira financia a economia mundial. Portanto, esta ainda é uma crise que demanda um certo tempo para ser corretamente avaliada.


O que está em curso, para usar uma analogia de fácil compreensão, pode realmente ser apenas um resfriado, embora já há quem diagnostique um começo de pneumonia. Como o doente é o irmão gigante do Norte, ainda que a coisa se limite a um espirro, alguma conseqüência vai haver no resto do mundo, tamanha a força gravitacional, digamos assim, da economia norte-americana. Se for uma pneumonia, evidentemente as conseqüências vão ser muito duras, não para o Brasil em particular, mas para a economia de todos os países do planeta.

No Brasil, até agora a crise não provocou impacto político (econômico, sim, mas ainda restrito aos mercados de capitais) exatamente porque os debates da hora são sobre o alcance dos problemas na economia americana. Ou, para ser mais claro, está em curso um grande esforço, de todos os lados, de tentar compreender o que vem pela frente. Só com um quadro mais claro do cenário futuro os protagonistas poderão fazer suas apostas.

 

Evidentemente, se tudo não passar de um espirro, o maior beneficiado será o presidente Lula, que até aqui vem sendo sustentado pelo crescimento bastante consistente e pelo quarto ano consecutivo, da economia nacional. Uma crise de verdade, das bravas, pode fazer o povão mudar de humor com bastante rapidez. Mas é preciso também atentar para um complicador: quanto tempo levaria para que os efeitos do "contágio" da crise chegassem ao Brasil?

 

De todos esses fatores depende o grau de disputa política daqui para frente, já com vistas às eleições de 2008. Interessante notar que o cenário mudou rápido e a palavra-chave já não é mais crise aérea, mas sim crise externa. O futuro dirá se a sorte continua ao lado do presidente Lula.

 

 

Luiz Antônio Magalhães é editor de política do DCI e editor-assistente do Observatório da Imprensa (www.observatoriodaimprensa.com.br).

 

Blog do autor: www.blogentrelinhas.blogspot.com

 

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