Manter o povo desinformado é preciso!
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- Waldemar Rossi
- 15/05/2008
Há mais de cinco séculos que a elite vem mantendo o povo trabalhador sem um bom serviço de educação pública. E há muitos é negado qualquer meio de escolaridade, gerando um alto índice de analfabetismo. Sem uma educação formal que o ajude a refletir e a ter conhecimento dos fatos como eles são, sem ter conhecimento dos problemas a partir de suas causas estruturais, o povo trabalhador se sente incapaz de decidir sobre seu próprio destino. Torna-se joguete nas mãos dos seus opressores e exploradores. Não por menos, já se vão mais de 120 anos que o povo "vota" escolhendo seus governantes. Melhor dizendo, vota escolhendo seus exploradores.
Se o ensino público já era precário antes de 1964, tornou-se ainda mais rebaixado com a implantação da ditadura militar. A política dos militares cassou aqueles profissionais do ensino que conseguiram escapar da mediocridade e passaram a fornecer um grau de ensino libertador, ensino que permite e estimula o acesso à pesquisa, à reflexão e que, portanto, estimula também à busca das soluções para os problemas estruturais.
Com a chegada do "tucanato" ao governo do estado de São Paulo, pela eleição de Mário Covas, deu-se um novo assalto ao já precário sistema educacional paulista. Professores foram demitidos, escolas fechadas, matérias eliminadas e salários rebaixados. Com isto, depois de 14 anos de governo do PSDB, a escolaridade do estado de São Paulo se tornou uma das piores de todo o Brasil, segundo dados oficiais. Alunos de 3ª série secundária têm dificuldade em ler e interpretar corretamente qualquer artigo de jornal.
E os "tucanos" tinham lá suas razões – embora criminosas – para fazer o que estão fazendo: pretendiam ficar no poder político por mais de 20 anos seguidos e, com isso, garantir a imposição da política neoliberal à nação brasileira. Para conseguir tal proeza, o rebaixamento do conhecimento popular era fundamental, assim como contar com os serviços da mídia, enganadora e vendedora das ilusões capitalistas, essa que enxovalha nossos lares com as drogas tipo Faustão, BBB, novelas e outros circos, tipo o dramalhão da infeliz Isabella.
Foi assim que tanto FHC no âmbito federal quanto Covas e Alckmin no estadual conseguiram vender gatos por lebres, ao desencadear o maior assalto ao patrimônio público, via privatização (privataria) das empresas públicas.
Mas, para isso, os tucanos (como agora os governos petistas) contaram também com o enfraquecimento do movimento popular, sobretudo do movimento sindical, cujas direções das centrais mais tradicionais foram cooptadas pelo capital e passaram a defender os interesses da exploração.
Não faz muito tempo, o governador paulista José Serra, também "tucano", veio a público informar que pretende privatizar nada menos que 18 empresas públicas do estado. Entre elas, empresas estratégicas como Metrô, SABESP, CESP, Nossa Caixa/Nosso Banco... Como previu a resistência dos trabalhadores organizados a esse seu desmando criminoso, Serra se antecipou e encomendou a perseguição aos militantes e lideranças sindicais mais combativos dessas empresas. No ano de 2007, orientou a demissão de dezenas de funcionários do Metrô, todos eles atuantes no movimento sindical e que se opuseram à sua privatização. No início deste ano, repetiu a dose com a demissão de centenas de trabalhadores da SABESP, com o discurso esfarrapado de que eram trabalhadores não concursados. Entretanto, não os substituiu por outros, tornando os serviços da SABESP mais precários que o habitual.
Na última semana, começou o ataque à organização sindical da Nossa Caixa, ao demitir um dos seus mais experientes funcionários, dirigente sindical e ardente defensor da Nossa Caixa como banco do povo e não como mais um banco a serviço da espoliação capitalista. Demitiu o Didi (Dirceu Travesso), seu funcionário há trinta anos e dirigente nacional da Conlutas.
Tornados precários progressivamente esses serviços públicos, Serra pretende dizer ao povo que o capital privado é mais competente que o Estado para administrá-los. E o povo, desorganizado, desinformado e manipulado pela mídia, acabará por engolir mais uma pílula de sua morte lenta e dolorosa.
Tais fatos nos revelam o quanto é urgente desenvolver um trabalho educativo junto à juventude para que ela deixe de ser massa de manobra de políticos inescrupulosos e traidores da nação brasileira.
Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.
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Comentários
Eu nunca morei na Europa,nunca fui lá,leio muito a respeito,meus avós são italianos,amigos meus bem próximos,sim moraram na Europa,Estados Unidos...
Quero dizer o seguinte,educação é uma coisa, informação é outra censo crítico e outra ainda...
Vou explicar,a Europa é bem escolarizada,mas a população em geral,tem pouco senso critico,não questiona,é pasteurizada e alienada de modo geral.É a globalização da sociedade, que apenas lhe é dada a opção de consumir e engordar a conta dos “donos do mundo”.
Trocando em miúdos e parafraseando com o título,informada dos principais problemas e das principais intenções dos exploradores, em geral,poucos povos são,ou...
Desde os tempos feudais, passando pelas criação dos Estados absolutos até os dias de hoje, quem tem o poder governa para manter seus interesses e perpetuar a exploração do povo. Os governantes, em qualquer esfera, não têm interesse em educar o povo porque com cidadãos concientes de seus direitos e deveres eles não conseguirão perpetuar-se no poder. Um povo com educação digna não deixarará levar-se por presentinhos, programas de tv manipuladores e políticas públicas enganadoras. Não podemos esperar que o Estado dê educação para o nosso povo, nós temos que fazer nossa parte. Devemos ajudar àqueles que o estão excluídos, sem informação e sem educação. Qualquer ajuda que se dê a quem não tem nada é de grande ajuda.
1-Trabalhador não tem direito de reclamar, nem de protestar;
2-Cultura e conhecimento existe para uma minoria;
3-O Brasil é, e sempre deverá ser, um país de todos os ricos;
4-Dinheiro público não existe para o povo e sim para as negociatas;
5-Sem pobres e ignorantes o capital não \"prospera\";
6-O Estado não deve proteger ninguém;
7-A sonegação fiscal deve ser mantida a qualquer custo;
8-Taxas e impostos devem ser aumentados, conforme as necessidades do Estado;
8-Ensino público só na teoria, só privado e de baixa qualidade;
9-Saúde pública só na teoria, tudo deve ser repassado ao controle privado, desde que seja para amigos;
10-Moradia não é problema do Estado;
11-Transporte: doar todas a rodovias a grupos de amigos para cobrarem pedágios, quanto mais caros melhor;
12-Etc.,etc,....sei que esqueci alguma coisa.....
Assim deve ser contruído um país moderno, liberal, de acordo com o Consenso de Washington.
E salve-se quem puder...
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