Correio da Cidadania

Big Olim... piadas Brasil (II)

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Quando escrevi o primeiro artigo sobre as futuras Olimpíadas na cidade do Rio tinha em mente chamar a atenção dos leitores desta coluna sobre a demagogia que toma conta da politicalha em nosso país. Sabia que teria reações contrárias e favoráveis e isto é natural e saudável. Nunca desejei ser unânime, nem mesmo dentro de minha casa. E não o sou, felizmente, sinal de que as pessoas pensam e reagem. Porém, sinto a necessidade de retomar o assunto para dirimir algumas dúvidas e esclarecer enganos.

 

Entre as reações negativas que o Correio recebeu, uma dá a entender que tenho escrito em nome da "Pastoral da Terra". Isto é um equívoco. Sempre fui anunciado como membro da Pastoral Operária. Ainda assim, meus artigos são de minha inteira responsabilidade. Eles podem ou não coincidir com as opiniões dos companheiros e companheiras da Pastoral.

 

Outros comentários deram a entender que estaria acusando nossos atletas de dopados. Usei a seguinte frase: "Em troca, alguns esportistas – dopados ou não – conquistarão medalhas...". Não disse nenhuma heresia. Escrevi consciente de que o universo olímpico vem sendo marcado pelo uso constante de drogas estimulantes e altamente prejudiciais aos próprios atletas. São centenas e centenas de casos constatados antes, durante e depois do diversos jogos nacionais, regionais e internacionais. Para tristeza nossa, os jornais de esporte acabam de revelar que até mesmo nossa queridíssima Daiane tem usado dessa prática. E ela o confirma.

 

O caderno esportivo do Diário de São Paulo (31/10/09 – pág. 10) revela que somente neste ano já são 26 os esportistas brasileiros flagrados em uso do "doping", sendo 15 do atletismo, 04 ciclistas, uma nadadora, um triatleta, dois halterofilistas paraolímpicos.... O caderno do Estadão do mesmo dia traz, inclusive, fotos de cinco atletas envolvidos no maior escândalo brasileiro deste ano. Até o maior tenista norte-americano dos últimos anos admitiu tal prática.

 

Quanto à auto-estima de nosso povo, considero que é muito superficial ter auto-estima por causa de jogos amadores (profissionalizados), onde os verdadeiros ganhadores são os exploradores do povo. As demais considerações já ficaram por conta dos demais comentaristas, feitos com muita propriedade, aliás.

 

Feitos os devidos esclarecimentos, volto ao principal dos dois artigos: a demagogia populista e eleitoreira do evento, em prejuízo da qualidade de vida de todo um povo. Também sou esportista e estarei torcendo pelo êxito dos nossos melhores atletas. Mas não sou obtuso e procuro ver as coisas em separado das minhas paixões políticas e, no caso, esportivas. A vida do povo acima dos interesses dos lucros das grandes empreiteiras, do grande comércio, acima do populismo e dos interesses mesquinhos dos nossos governantes. A VIDA EM PRIMEIRO LUGAR.

 

Escrevi também que já estavam previstos R$ 28,8 bilhões do dinheiro público para o evento. No dia seguinte, essa previsão já tinha pulado para cerca de 45 bilhões. Duas semanas após, empreiteiras já revelavam publicamente o crescimento dos seus lucros em função de contratos a serem assinados. Outras estimativas apontam para as proximidades dos R$ 100 bilhões.

 

Entretanto, não tem havido dinheiro para as políticas públicas voltadas para os setores essenciais. Que o povo seja feliz a vida inteira, tendo trabalho permanente, salários condizentes com as necessidades de toda a família; que todos venhamos a ser felizes por não nos faltar atendimento preventivo e curativo da saúde; que nossa infância e juventude tenham educação e lazer de boa qualidade; que a reforma agrária se concretize neste país continental; que o meio-ambiente seja preservado, principalmente para as próximas gerações.

 

Mas para isto é preciso que se aplique dinheiro dos orçamentos legalmente a eles destinados. Não precisamos ser alegres apenas durante os meses da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos. Ambos passageiros e que em suas já centenárias histórias não têm provocado as mudanças estruturais por onde passaram, mudanças estruturais que o mundo todo está precisando.

 

Como podem perceber os comentaristas, não sou e nunca fui deprimido. Entendo que auto-estima é algo muito superior às farisaicas "disputas esportivas" capitalizadas. Nosso povo não é coitadinho. Mais de 70 milhões, segundo o IBGE, estão abaixo da linha da pobreza e não precisam de esmolas nem de piedade. Clamam, isto sim, por justiça! E tais eventos não trarão nem um pouco de justiça. Muito ao contrário. A Copa do Mundo de 1970 tinha por ‘canto das sereias’: "Este é um país que vai pra frente...".

 

Se isto é ser patriota, "vixe Maria", como rebaixaram nossa pátria!

 

Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.

 

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Comentários   

0 #3 Olimpíadas de ObrasRaymundo Araujo Filho 06-11-2009 17:59
Gostaria de ressaltar alguns fatos recentes, para corroborar o artigo do Waldemar.

H´qa uma verdadeira epidemia de doppings nos atetlas de ponta do Brasil, em várias modalidades. Alguns dolosos e outros culposos.

O caso da daiane dos Santos, uma de nossas mai8s importantes atletas, é emblemático. Como não estava competindo, foi medicada com substância proibida, mas com alta persistência no organiosmo. Ora! Se eu se fosse receitar um antibiótico para uma vaca (felizmente eu uso homeopatia no tratamento de animais), eu teria de saber que o Leite conterá os rwsíduos por cerca de 30 dias, e não apenas os 5-7 indicados nas bulas.

Então. seria óbvio que o médico da atleta, deveria a medicar, com este Princípio da Precaução bastante esticado.

No mais este episódio a casa da mãe joana que é a direção dos cartolas de nosso atletismo. A nossa mais impoortabnte atetla ´3e vítima de uma má receita, e poderá sofrer sérias sanções, que a prejudicará, e a todos, certamente.

O outero episódio foi o do embarque dos estudantes no Rio (em frente nao maraca), para as Olimpíadas Estudantis, no Paraná. Ficaram 24 horas à espera do ònibus, em uma trapalhada cujo reponsável foi o COB, independente da falha da empresa contratada. O pior é ver como são deslocados os estudantes, de ônibus em longa jornada (16h), para chegarem e ....competirem. Porque não se mobilizou um transpoirte aéreo, mesmo da FAB, ou o Sucatão presidencial, para dar algum conforto para os futuros atletas olímpicos do Brasil? Será que o desastre que quase matou a Hipólitoe entrevou sua treinadora, enquanto a diretoira do flamengo estava na boa vida em Parisa?

Assim, a priorização de orçamentos para as obras faraônicas e ladroagem correlata, toma conta dos dirigentes e políticos, enquanto o principal, isto é, os atletas, estão à mingua.
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0 #2 críticaJulio Cesar Reis 06-11-2009 07:45
Rossi.
Lembre-se de Cazuza; o tempo não para.
70 foi uma coisa num contexto estrutural, intelectual, cultural dentre outros.
Para a realização de teu sonho de plena felicidade devem ser feitas novas conquistas, projeções e \"correções\" das imperfeições por ti apontadas, neste novo momento.
No mais parabéns pela lucidez.
Grande abraço.
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0 #1 a faláciamarina de lurdes machado 06-11-2009 06:35
Concordo plenamente com você. Se existem os "Deuses do Futebol" conforme proclama nosso guru de plantão Galvão Bueno, que eles tenham misericórdia de nós!
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