Correio da Cidadania

Como será o futuro do Brasil com Serra ou Dilma?

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O futuro do Brasil, num eventual governo Serra será, a meu ver, uma verdadeira catástrofe. O que os tucanos já fizeram de ruim para o país, seja no governo FHC (tendo Serra com um dos seus ministros), seja nos já 16 anos de governo em São Paulo (aqui o Serra entra direto), são coisas a serem qualificadas, com muita generosidade, como Crime de Lesa Pátria. São tão nocivas quanto as mazelas praticadas pelos militares dos tempos da ditadura. Se alguém ainda não leu, aproveite para se informar bem lendo O Brasil Privatizado – Editora Fundação Perseu Abramo -, do saudoso jornalista Aloysio Biondi. Essa pequena obra não é uma teoria. São documentos oficiais que revelam o grau do crime praticado contra o povo brasileiro. Assim, conhecer seu conteúdo é se capacitar para entender melhor o que vem sendo a política econômica e social dos últimos tempos.

 

Os paulistas podem avaliar a política educacional tucana desde os tempos de Covas (rebaixando seu padrão, a ponto de se tornar uma das mais ineficientes do Brasil, criando gerações de semi-alfabetizados, uma traição à nossa infância e juventude), podem rever e entender o que foi e está sendo feito com a privatização e exploração das estradas estaduais e seus pedágios de larápios, com os contratos para a construção do Rodoanel, com as obras das novas linhas do Metrô já acidentadas e não investigadas, com a precarização das antigas linhas metroviárias, aliada à sua progressiva privatização, por exemplo. Analisem a calamitosa situação da maioria dos hospitais estaduais, bem como da cidade de São Paulo, de Serra e seu aliado Kassab. Com Serra, a meu ver, será o avanço irremediável para o abismo.

 

E num eventual – neste momento, quase certo – governo Dilma, o que nos espera? De acordo com as informações que nos chegam, tudo deverá continuar como vem sendo feito há oito anos: com um elevado superávit primário e pagamento dos serviços da agiotagem da Dívida Pública - que abocanha mais de um terço do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro; tolerância com o desmatamento e devastação da Amazônia, com a grilagem oficializada das terras devolutas em favor dos latifundiários; enormes empréstimos do BNDES ao agronegócio a juros baixíssimos e muitas vezes a fundo perdido; permissão para vendas de terras brasileiras para empresas estrangeiras; e, segundo suas próprias declarações públicas, será intolerante ante as mobilizações dos Sem Terra. Haverá muito dinheiro do mesmo BNDES para as faraônicas obras visando a Copa em 2014 e as Olim-piadas em 2016. Sem dúvidas, manterá o engavetamento da Reforma Agrária, favorecerá a privatização progressiva da Petrobrás, dará continuidade às concessões da exploração por grandes empresas estrangeiras das bacias petrolíferas e do pré-sal.

 

Para os trabalhadores em geral, mais um desafio: dar-se-á continuidade às Reformas da Constituição que vêm eliminando modestas conquistas da Assembléia Constituinte de 1988, com novos ataques aos direitos previdenciários – a exemplo do que ocorre na Europa e em outros países do mundo capitalista – e com uma provável reforma trabalhista, levando a cabo as promessas de Lula de "flexibilizar" todos os direitos conquistados pelos trabalhadores... Bem, a lista é enorme. Para compensar, vai continuar a política de migalhas para os mais pobres, sem, porém, mexer nas estruturas que geram a pobreza e a miséria. E com isto, continua-se a enganar os incautos, ao mesmo tempo em que se fornecem munições para seus seguidores fazerem o discurso demagógico de "grandes avanços sociais e econômicos para os mais pobres".

 

Diante dos mais que prováveis ataques aos direitos dos trabalhadores, deve ficar a seguinte pergunta: como ficarão os que defendem, hoje, voto crítico na Dilma? Permanecerão de braços cruzados como fazem hoje com Lula? Onde estarão as Centrais Sindicais "democráticas e combativas", como a CUT, a CGT, a CTB? Onde estará a UNE que já marcou época na história política do Brasil? Continuarão a ocupar espaços no governo, endossando suas ações antidemocráticas, agindo para impedir a mobilização popular num eventual e necessário enfrentamento com os poderes públicos, a exemplo do povo europeu? Ficarão com os trabalhadores, a quem dizem defender, ou continuarão aliados das políticas neoliberais? E os que não são lulistas nem petistas, mas que trabalham pela eleição de Dilma, numa espécie de repeteco do voto útil (ou inútil), como ficarão? Estarão reunindo forças de resistência para impedir novos assaltos contra a justiça?

 

Se os leitores imaginam que essas coisas não acontecerão, porque estarão elegendo o melhor ou o "menos ruim", procurem conhecer também as declarações de Delfim Netto, dois dias antes do primeiro turno eleitoral (não se esqueçam que Delfim Netto é o principal consultor de Lula, fora do governo, sobre questões econômicas e seu eleitor, assim como eleitor declarado de Dilma), para o jornal Valor, em 01/10/10. Além de ser necessário entender que os cerca de R$ 100 milhões da campanha são arrecadados junto às grandes empresas dos diversos ramos. Com quem Dilma estará de fato? E os que a elegerão?

 

Para os que defendem políticas compensatórias, como a grande ação do atual governo – e por isto também defendem Dilma –, lembro que o PT e as antigas esquerdas sempre defenderam chegar ao poder para praticar a justiça social, para começar mudanças visando mexer com as estruturas injustas deste país. Lembrem-se de que o povo votou em Lula pelas mudanças, que não aconteceram. O problema é que o conjunto da população trabalhadora é despolitizada, não tem memória política. Por tal razão, muito facilmente se deixa envolver por ações secundárias, não distinguindo esmolas de justiça. O mesmo não se pode dizer de inúmeros com trajetória política e com alguns cursos universitários, pois destes se esperava discernimento, o que não vem acontecendo, infelizmente.

 

Peço licença para recordar, a título de reflexão comparativa, palavras de Jesus diante dos poderosos de sua época: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que pagais o dízimo da hortelã, do funcho e do cominho, enquanto descuidais o que há de mais grave na lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade, é isto que era preciso fazer, sem omitir aquilo" (Mt. 23, 23). Políticas de socorro imediato a quem está morrendo de fome são, portanto, necessárias e justas. Mas não bastam. Serão eficientes e duradouras se vierem acompanhadas das reformas que permitam introduzir a justiça. Justiça, misericórdia, fidelidade são valores universais, não somente cristãos. Sem tais mudanças, ficam as políticas demagógicas legitimadoras de um sistema injusto e sanguinário.

 

Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.

 

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Comentários   

0 #5 CHININ 02-11-2010 09:05
Que pena! Para quem tem uma história de luta e compromisso com uma sociedade mais justa é bastante incoerente pregar o voto nulo. Que triste!
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0 #4 COM O ALVARÁ DE LULLA E CIA.HERODOTO CARNEIRO 02-11-2010 05:19
OS CRIMES DE LESA PÁTRIA TIVERAM O ALVARÁ DO COMPANHEIRO LULLA E AMIGOS.

QUEM NÃO SE LEMBRA DA PRIVATIZAÇÃO DAS TELE COMUNICAÇÕES ?

QUEM COMEU DAS FATIAS DO BOLO DISTRIBUIDAS POR FHC ?

QUANTO A UNE, ESTA FINANCIA A FANFARRA DE MUITOS DIRIGENTES DE MOVIMENTOS SOCIAIS ATRAVÉS DO COMÉRCIO DE CARTEIRINHAS ESTUDANTIS...

A FARSA E O CIRCO FORAM MONTADOS.

HERODOTO.
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0 #3 Grandes mulheres...(todas?)Raymundo Araujo Filho 30-10-2010 19:30
É patente a diferença de patamares e a contradição dialética entre o artigo do Waldemar e o comentário do Francisco.

Um, o Waldemar Rossi, usando uma passagem bíblica, afinal não comprovadamente histórica, mas aceita como ditame por grande parte da população, nos remete para uma reflexão real, referenciada na realidade e sem nenhuma postura idealista ou dogmática.

Já, o Francisco, usando de um argumento aparentemente materialista e factual, não é mais do que uma profissão de Fé idealista, sem base e sem fundamento histórico, pois generaliza o que não é universal, como quer fazer crer com esta história que "todas as mulheres são grandes", em uma exaltação a "grande mãe", que me parece muito próximo ao que fazia a propaganda nazi fascista, para enternecer corações , enquanto praticavam o HORROR.

A seguir, algumaas mulheres que desdizem esta pequena bobagem demagógica, postada pelo Francisco.

Imelda Marcos, Indhira Ghandi, Margreth Tachther, Roseana Sarney, Weslian Roriz, Aparecida Panisset, Yeda Cruzius (credo!),entre tantas outras, para ficar só nessas.

p.s. - Minha ex sogra também era o cão chupando manga....
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0 #2 PT-DilmaLuiz 30-10-2010 13:12
Eu não esperava milagres do governo Lula, mas houve grandes melhorias para a população, sem dúvida alguma. Querer que o governo em 8 anos mude todas as injustiças sociais que já vem desde o descobrimento do Brasil é utopia. O PT no governo federal com o Lula presidente foi uma evolução do Brasil como nação, e eu espero que outros partidos focados em diminuir ainda mais as diferenças sociais, dando dignidade a todos os brasileiros ganhem força, e partidos como o PSDB faça apenas parte de uma triste parte da história do Brasil. Dia 31 meu voto é Dilma 13!
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0 #1 A força da mulher brasileira ,em casa e Francisco 29-10-2010 08:42
A FORÇA DA MULHER BRASILEIRA,EM CASA E NA PRESIDÊNCIA

LEMBRE-SE QUE AO SEU LADO VOCÊ TEM O AMPARO DE UMA GRANDE MULHER QUE O FEZ ASCENDER NA SOCIEDADE E SAIR DA BASE DA PIRÂMIDE SOCIAL E ASSIM PASSOU A CONHECER O SIGNIFICADO DE UM SALDO BANCÁRIO,UMA VIDA MAIS CONFORTÁVEL.

MUITOS SÃO OS MARMANJOS QUE AO LADO DESSAS GLORIOSAS MULHERES PASSARAM A INFLUENCIAR NO MEIO SOCIAL,PASSARAM A TER POUCO TEMPO PARA O TRABALHO E HOJE,AS AUXILIAM NO GERENCIAMENTO DO PATRIMÔNIO CONSTRUÍDO POR ELAS.

TAÍ,PENSE NISSO!DEIXE DE SER PRECONCEITUOSO E NO DIA 31 DE OUTUBRO,NESTE DOMINGO PRÓXIMO,VOTE TAMBÉM NUMA GRANDE MULHER - DILMA 13 PARA DAR CONTINUIDADE AOS PROJETOS ECONOMICOS E SOCIAIS DO PRESIDENTE LULA.

SE AO SEU LADO VOCÊ TEM UMA GRANDE MULHER,ESCOLHA UMA OUTRA GRANDE MULHER PARA O BRASIL CONTINUAR MUDANDO!

VOTE DILMA PRESIDENTE!!!
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