Correio da Cidadania

A morte de uma utopia

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 Origens

 

 

Nos anos de Fulgencio Batista, Havana era uma festa só. Iluminada por uma sucessão de gloriosos cabarés, luxuosos casinos, hotéis e boates, a noite continuava pela manhã seguinte, naquele refúgio de magnatas, artistas de Hollywood e turistas norte-americanos, atraídos por um paraíso onde tudo era tão fácil quanto suas 12 mil prostitutas. E ainda ficava logo ali, há poucas horas da Flórida.

 

A boa vontade do corrupto presidente Batista garantia lucros substanciais aos investimentos de multinacionais e da Máfia. Os chefões mafiosos valorizavam tanto sua operação em Havana que haviam nomeado o respeitado capo Santo Traficante, para seu representante permanente, sob a supervisão do número 2 da organização, o famoso Meyer Lanski.

 

Como Graham Greene definiu: ”Havana era uma cidade extraordinária, onde cada vício era permitido, cada negócio era possível”.

 

Por sua vez, boa parte das pessoas da classe média cubana participava dessa euforia sem fim, viam-se como cidadãos dos EUA que, por artes do destino, nasceram em Cuba. Claro, pensavam a realidade local sob o ponto de vista estadunidense.

 

Enquanto esse centro de férias e diversão dignos dos EUA e da Europa vivia um carnaval de 365 dias, o grosso da população sobrevivia em condições indignas de um ser humano.

 

Nos tempos de Batista, quando a maioria dos habitantes trabalhava no campo, por volta de 60% dos camponeses moravam em barracos com teto de palha e piso de terra, sem banheiros ou água corrente, sendo que 90% não tinham eletricidade e apenas uma ou duas salas para a família inteira. Somente 11% dos camponeses consumiam leite; 4%, carne; 2%, ovos; 43% eram analfabetos e 44% nunca tinham entrado numa escola. A assistência médica inexistia ou era precária em quase todo o país.

 

Baseada na monocultura do açúcar e na produção de rum e charutos, a economia sob o regime Batista sofreu altos e baixos. Mas para os trabalhadores a vida sempre esteve em baixa. Conforme informou o Departamento de Comércio dos Estados Unidos: “no campo, o número de desocupados aumentava a cada safra açucareira e chegava a passar de 20%, isto é, entre 400 e 500 mil pessoas”. A renda anual do trabalhador, com emprego em alguns meses, não passava dos 300 dólares.

 

Segundo estudos do Conselho Nacional de Economia dos EUA entre 1956 e 1957, o desemprego chagava a 35% da população ativa, sendo que havia 650mil desempregados nos momentos piores, dos quais 450 mil eram desempregados permanentemente (31,8%). Entre os 1,4 milhão da população ativa do país, cerca de 62% recebiam salário inferior a 72 pesos.

 

O total da remuneração do trabalho, que chega a 224,99 milhões de pesos em 1952, caiu nos anos do governo Batista, somando apenas 141,8 milhões em 1958. Esta fase, áurea para os empreendimentos norte-americanos, desastrosa para os trabalhadores cubanos, começou em 10 de março de 1952, com o golpe militar que levou à presidência o ditador Fulgêncio Batista.

 

Dezessete dias depois os EUA o reconheceram oficialmente. A Casa Branca preferiu ouvir gente como seu embaixador em Havana, que enviou um memorando a seus superiores dizendo: “as declarações do general Batista a respeito do capital privado foram excelentes. Foram muito bem recebidas e eu sabia, sem dúvida alguma, que o mundo dos negócios é dos mais entusiastas partidários do novo regime”.

 

E, porque valia muito a pena, os empresários investiram no regime Batista quase o dobro do que fizeram no regime anterior, por sinal, democrático.

 

Frutos dessa amizade foram o acordo militar EUA-Cuba e a criação pela ditadura, a pedido de Washington, do Bureau de Repressão das Atividades Comunistas, em novembro de 1955, para “reprimir todas as atividades subversivas que pudessem afetar os EUA”.

 

Nessas decisões, o governo norte-americano tampou os ouvidos para as advertências do então embaixador em Havana, em 1955: “Cuba está sob o jugo de um ditador sem piedade”, em relatório confidencial ao Departamento de Estado.

 

Ao assumir a presidência, Batista já foi mostrando sua avidez, aumentando o salário presidencial de 26 mil para 144 mil dólares (o presidente Truman ganhava 100 mil).

 

Falando sobre o governo do ditador, depois da sua queda,  o presidente Kennedy foi incisivo e revelador: “penso que não existe um país no mundo, incluindo os países sob domínio colonial, onde a colonização econômica, a humilhação e a exploração foram piores do que as que aconteceram em Cuba, devido à política do meu país, durante o regime de Batista”.

 

De fato, a ditadura de Batista suprimiu todas as liberdades individuais, perseguiu a oposição e assassinou 20 mil cubanos em 7 anos. Proporcionalmente à população do país (então com 8 milhões de habitantes), foi mais do que todos os norte-americanos mortos nas duas guerras mundiais. Os jornalistas Jules Dubois e Herbert L. Matthews denunciaram que a cada bomba que explodia, os militares retiravam dos cárceres dois presos políticos e os executavam sumariamente.

 

A guerrilha liderada por Fidel Castro ganhou logo as manchetes e os “hearts and minds” de todo o mundo. Enquanto  as barbaridades do regime Batista também se tornaram conhecidas e odiadas.

 

Até mesmo a opinião estadunidense foi conquistada. E Tio Sam, sentindo que a ditadura já estava fazendo água, abandonou a barca furada de Fulgencio Batista quando a revolução começava a mostrar sua força.

 

As primeiras conquistas

 

Chegando ao poder em 1959, a revolução não perdeu tempo em cumprir sua agenda nacionalista e radical.

 

As relações dos EUA começaram mal, com a decretação da reforma agrária, ainda em 1959, que atingiu 28.328 hectares, dos quais 90% eram de propriedade norte-americana.

 

Os atritos tiveram sequência ano seguinte, quando Cuba nacionalizou as refinarias Texaco, Esso (americanas) e Shell (anglo-holandesa) por se recusarem a refinar uma grande quantidade de petróleo importado da Rússia. E, um mês depois, nacionalizou também as empresas industriais e comerciais dos EUA.

 

O presidente Eisenhower foi além dos protestos: reduziu em 700 mil toneladas a quota de importação do açúcar cubano, do qual Washington era o principal importador. Pouco depois, cortou totalmente essas importações.

 

As relações entre os dois países chegam ao ponto mais baixo em abril de 1961, três meses depois da eleição do presidente John Kennedy com a malograda invasão da Baía dos Porcos por rebeldes anticastristas, armados, treinados e financiados pela CIA.

 

Nesse mesmo ano, Washington rompeu suas relações diplomáticas com o governo socialista de Havana.

 

Mas o que mais pesou negativamente nos destinos da revolução socialista foi o embargo de todos os negócios dos EUA com Cuba, sucedido por pressões bem sucedidas do governo norte-americano para que os países do continente e alguns da Europa também rompessem com Cuba e embargassem o comércio com a ilha socializada. Na verdade, os objetivos de Fidel Castro e seu grupo eram mais amplos.

 

Ele pretendia mudanças profundas na sociedade, com a criação de um novo “homem cubano”, consciente da sua condição nacional e do seu lugar na sociedade. Novos valores seriam implantados. Em lugar do consumismo, da competividade interna e da busca pelo enriquecimento, prevaleceriam a solidariedade, a igualdade e o senso de responsabilidade por Cuba e seus problemas.

 

Isso implicava na renúncia do “sonho americano”, acalentado por vastos extratos das classes médias, especialmente de Havana, onde muitos, contagiados pelo consumismo, viviam além dos seus meios. Eles não estavam a fim de encarar essa nova realidade, onde teriam de se conformar com salários menores, mais trabalho e a privação dos seus radiosos sonhos de consumo.

 

Em vez das mudanças difíceis que Fidel lhes propunha, preferiram mudar-se para os EUA onde poderiam cultivar seus valores, lutar por suas ambições individuais, recuperar a vida privilegiada a que estavam acostumados, até mesmo enriquecer.

 

Instalaram-se na Flórida, facilmente acessível pela sua proximidade a Cuba. Lá formaram associações para conspirarem e agirem contra a nova ordem cubana.

 

Contavam com o apoio ianque, pois estava claro que os EUA haviam declarado guerra de morte à ilha revolucionária, que não somente lesara suas empresas, como também parecia estar se aproximando da inimiga União Soviética.

 

Além de tentar destruir a economia cubana, fechando o mundo às transações com o regime de Havana, o governo dos EUA ainda estimulou atentados dos exilados para desestabilizar a produção e a transição do país para o socialismo.

 

De fato, impotente para resistir sozinho à agressividade do seu poderoso vizinho, a nação mais forte do mundo, o governo cubano aliou-se à União Soviética. No entanto, só em 1977, em discurso em Berlim Oriental, Fidel Castro proclamou-se comunista.

 

Na Guerra Fria que travava com os EUA pela hegemonia global, o governo de Moscou aproveitou a chance de ter um aliado no quintal de Tio Sam. Prestou ajuda substancial à economia cubana, principalmente garantindo a importação anual do açúcar cubano a preços bem acima do mercado. O que garantiu a economia de Cuba e seus programas sociais.

 

Fidel, reputado pela inteligência norte-americana como o pilar do novo regime, sofreu dezenas, talvez centenas de atentados articulados pela CIA (o número de 634, conforme informação do serviço secreto cubano, parece exagerado).

 

A NBC NEWS de 2 de dezembro selecionou alguns das mais criativas armações contra o líder cubano:

 

– Charutos envenenados colocados na caixa dos Havanas de Fidel;

 

– A CIA pediu ajuda ao chefão das Máfia de Chicago, Sam Giancana, e a Santo Traficante, ex-gerente da Cosa Nostra em Havana. De acordo com o relatório do comitê Church do Senado, foram oferecidos 150 mil dólares (1,2 milhão em dinheiro de hoje) para quem matasse o líder cubano;

 

– Marita Lorenz, ex-amante de Fidel Castro, contou à revista Vanity Fair, em 1993, que a CIA lhe fornecera duas pílulas de toxinas de botulismo, capazes de matar em 30 segundos, para serem colocadas num daiquiri do chefe revolucionário;

 

– O comitê Chrurch também revelou que um “alto oficial cubano” recebeu da CIA uma agulha hipodérmica para injetar veneno em Fidel. Era uma agulha tão fina que não seria sentida pela vítima;

 

– Para desmoralizar Castro, o serviço secreto de Tio Sam planejou espalhar no estúdio de rádio onde ele iria discursar um produto químico que o faria falar de forma absolutamente incoerente. Como se estivesse sob ação do LSD;

 

– Em 1960 (antes do rompimento de relações), a ideia era contaminar os calções de banho de Fidel com um fungo que produziria uma doença de pele, crônica e debilitante;

 

– Explorar a paixão de Castro por pesca submarina foi outro engenhoso plano dos oficiais da inteligência ianque. Planejaram esconder explosivo dentro de uma grande concha, pintando-a de cores variadas para atrair a atenção do comunista e fazê-lo pegar a concha.

 

Estas e muitas outras tentativas não deram em nada.

 

Nuances históricas

 

O que causou danos reais foram os ataques armados que partiram não só de partidários de Batista, mas também de setores da revolução que se sentiam traídos pela comunização do regime. Nos primeiros anos do governo, cerca de 300 organizações contrarrevolucionárias espalharam-se por todas as províncias da nação, envolvendo milhares de homens armados. Segundo Castro, vencer a oposição armada “nos custou mais vidas do que a guerra contra Batista”.

 

Diz o jornalista Steve Wasserman, em Truthdig de 2 de novembro, que a luta nas montanhas Escambray foi especialmente difícil, exigindo que Castro enviasse 40 mil soldados e alocasse um batalhão em cada zona, cobrindo cada casa, para poder derrotar seus inimigos.

 

Logo após a vitória, foram levados ao “paredón” centenas de pessoas, a maioria sicários de Batista, réus de barbaridades cometidas contra civis. Eles foram processados por tribunais especiais, de forma em desacordo com procedimentos legais internacionais. Criticado na imprensa internacional, Castro alegou que “a justiça revolucionária não é baseada em preceitos legais, mas na convicção moral”.

 

Depois de garantida a segurança do regime, as condenações à morte foram em número muito menor e seguiram procedimentos regulamentados por leis que, infelizmente, pouco respeitavam os direitos dos réus.

 

Em 1 e 2 de dezembro, os jornais brasileiros publicaram estatísticas que atribuíam mais de 9 mil mortos pelo regime de Cuba. São números duvidosos, pois foram formulados por uma

ONG, a Cuban Archive, cujos diretores são exilados cubanos nos EUA, por isso mesmo, vale presumir que não vejam Castro com bons olhos. O que lança dúvidas sobre a exatidão dos seus dados.

 

O mesmo não se pode dizer de organizações como a Anistia Internacional e o Human Rights Watch, que são reconhecidamente imparciais e sérias.

 

Elas condenam o regime fidelista, não só pelas execuções sumárias, mas também por suas violações dos direitos humanos e políticas restritivas de direitos, tais como de informação, expressão de opiniões, julgamento justo e reuniões.

 

Diz José Miguel Vivanco, diretor do Human Rights Watch nas Américas: “a lei draconiana de Castro e as duras punições impostas aos dissidentes manteve seu sistema repressivo firmemente enraizado no poder por décadas”.

 

Para Fidel esse pouco respeito aos direitos humanos seria necessário para que seus princípios pudessem sobreviver em Cuba, ameaçada perpetuamente pelo poder imenso dos EUA, a poucas horas de suas fronteiras.

 

Em cartas a partidários, ele sustenta que, as revoluções, por implicarem em mudanças profundas, inaceitáveis por muitas forças internas e pela sua própria essência, não podem sobreviver sem descartar métodos violentos.

 

Leia o que ele diz sobre a ação de Robespierre, principal responsável pelo chamado Terror na França, durante a revolução francesa: “a revolução estava em perigo, as fronteiras cercadas por inimigos por toda a parte, traidores prontos para cravar um punhal nas costas de alguns (líderes); observadores passivos bloqueavam o caminho – era preciso ser áspero, inflexível, duro – era melhor ir longe demais do que não ir suficientemente longe, porque tudo poderia ser perdido. Os poucos meses do Terror foram necessários para acabar com um terror que já durava séculos. Em Cuba, nós precisamos de mais Robespierres”.

 

Fidel seguiu essa receita e se muitos foram sacrificados por se oporem ao caminho da Revolução, um número infinitamente maior beneficiou-se do fim do terror de uma vida miserável que já durava séculos. Que sacrificou muitos milhões de camponeses cubanos desde os tempos da colônia.

 

Esses secularmente oprimidos cubanos tiveram muito a ganhar com a revolução de Fidel Castro.

 

Dificuldades atuais

 

Hoje, apesar de a maioria da população viver em condições modestas e poucos contarem com bens como automóveis, computadores, celulares e viagens de turismo, ninguém vive em condições de pobreza extrema.

 

Todos tem acesso a um sistema de saúde modelar. Nos governos anteriores ao revolucionário, a mortalidade infantil era de 60 em cada mil nascimentos – agora mal chega a 4,2.

 

A expectativa de vida, que antes era de 60 anos para os homens e 65 para mulheres, aumentou em cerca de 15 anos. Em 2012 essa expectativa de vida era maior do que a dos EUA. Dado que demonstra alta qualidade de vida, com bons níveis de saúde e de alimentação.

 

Em 1958, o país tinha um médico a cada mil habitantes. Hoje são 7,7. Eles cuidam não só de pacientes no país, como também de outros países, inclusive no Brasil e na Venezuela (lá existem 25 mil médicos cubanos).

 

Em 2010, o governo de Havana enviou 1.200 médicos para enfrentar a cólera no Haiti, depois de um terremoto devastador, enquanto o Ocidente hesitava. Cuba também liderou os esforços internacionais no combate ao vírus Ebola, que se espalhava pela África Ocidental.

 

A discriminação no trabalho feminino, típica dos países latino-americanos, acabou em Cuba. Atualmente, as mulheres representam cerca de 65% da população empregada em funções técnicas.

 

Antes de Fidel, 44% da população do campo nunca estudara numa escola, agora não há analfabetos em Cuba (dado da UNESCO).

 

Os Objetivos  de Desenvolvimento do Milênio, definidos pela ONU em 2000, ficaram muito perto de serem atingidos, já em 2015.

 

Nada disso importa para os exilados que festejaram a morte de Fidel Castro, cantando e dançando, num verdadeiro carnaval que lembrava as noites coloridas de Havana.

 

Alguns se sentiam vingados das perseguições e violências que sofreram por terem se revoltado pela adesão castrista ao comunismo, depois de participarem das lutas heroicas da Sierra Maestra.

 

A imensa maioria celebrava a felicidade de curtir a morte do líder da revolução que lhes tirara os casinos, os carros de luxo, os bons negócios, a vida privilegiada ou as chances de um dia chegar lá naquele país que fora seu.

 

Enquanto cubanos em Miami cantavam e dançavam, em Havana outros cubanos estavam de luto.

 

Centenas de milhares deles, talvez um milhão, formavam gigantescas filas, esperando sua vez de dar adeus a Fidel Castro.

 

Enquanto os exilados perderam, eles tiveram muito a ganhar com a revolução, simbolizada por seu líder.

 

O sonho acabou?

 

Mas as reformas que possibilitaram esses benefícios correriam sérios riscos não fosse o apoio econômico soviético. Com a queda da União Soviética, esse apoio acabou e Cuba entrou num duro período de crise.

 

Foi quando, no início do século 21, o regime chavista da Venezuela prestou uma colaboração fundamental, vendendo 100 mil toneladas de petróleo por ano – metade de todo o consumo cubano – a preços muito inferiores aos do mercado.

 

Mesmo assim era visível a incapacidade do regime socialista, especialmente pelo embargo norte-americano, conseguir vencer os desafios dos tempos modernos.

 

O governo de Havana sentiu a necessidade de uma abertura à iniciativa privada. Muitas áreas de terra de propriedade estatal foram entregues aos camponeses para que as explorassem em benefício próprio.

 

Essa mesma política foi expandida, permitindo (e mesmo apoiando) a criação de pequenas empresas privadas, industriais e comerciais.

 

Em 2006, quando doença grave obrigou o chefe do governo a renunciar, já parecia fatal uma transformação da economia cubana, para muitos algo semelhante ao que acontece na China.

Fidel Castro já tinha visualizado o fim da sua utopia, no seu discurso de despedida ao citar versos de Calderon de la Barca: “La vida es sueño e los sueños, sueños son.”

 

Ele morre aos 90 anos e com ele morre seu sonho de uma Cuba socializada e desenvolvida.

Afinal era um sonho. E sonhos costumam divergir da realidade.

 

 

Leia também:

 

 

Por que Cuba ainda incomoda tanto?

 

 

1989: quatro lições de guerra-paz no continente

 

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Meu amigo Fidel

 

 

 

Luiz Eça é jornalista.

Website: Olhar o Mundo.

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