6 anos de Brumadinho: “O luto da gente só vai ter fim quando a Justiça for feita”
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- Raphael Sanz, da Redação
- 31/01/2025
Foto: Ato em 2024 que demarcou os 5 anos de Brumadinho. Tânia Rego/Agência Brasil
No último sábado, 25 de janeiro de 2025, o Brasil recordou os seis anos do desastre de Brumadinho, em Minas Gerais, ocasionado por um dos maiores crimes ambientais de nossa história. Foi nessa data, em 2019, que o pequeno município mineiro próximo a Belo Horizonte viu 272 vidas serem levadas embora, enxurrada de lama abaixo, após o rompimento da barragem de rejeitos da Mina Córrego do Feijão, controlada pela Vale S.A. Foram 12 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério de ferro derramados sobre 400 km da calha do Rio Paraopeba até chegar à represa de Três Marias. Desde então, conforme denúncias das vítimas, reina a impunidade e o descaso dos poderes públicos para com os atingidos.
"O luto da gente só vai ter fim quando a Justiça for feita. É um luto de todo o Brasil por se tratar de uma tragédia que poderia ter sido evitada. Quatro anos antes, Mariana (MG) foi a sirene de Brumadinho que ninguém ouviu”, afirma Helena Taliberti, economista paulistana que perdeu os dois filhos, Camila e Luiz, a nora Fernanda grávida do neto Lorenzo, além do ex-marido e esposa (pai e madrasta dos filhos). Sua fala faz referência à denúncia de moradores de que a Vale não soou a sirene de emergência da mina na ocasião do rompimento da barragem, o que teria potencializado o número de vítimas fatais.
Ela lembra que o crime ambiental de Mariana (MG) pegou três estados, uma vez que agora se está descobrindo que os peixes em Abrolhos, na Bahia, estão contaminados com rejeitos de minérios de ferro do Rio Doce despejados no mar. “Esse é um luto pelo Brasil, pelo nosso meio ambiente, pelos nossos rios, pelas nossas águas, e poderia ter sido evitado se tivessem sido éticos com a vida. O que se perdeu em Brumadinho foram vidas de trabalhadores, de pessoas que saíram para trabalhar, ou que estavam na comunidade. Meus filhos eram turistas. Todas essas vítimas precisam ser honradas. As mortes delas não podem ter sido em vão. Os responsáveis pela tragédia precisam ser julgados. Não dá para passar em branco como ocorreu com Mariana (MG), que se tivesse sido devidamente levada a sério pela Justiça e pelas autoridades, com certeza Brumadinho não teria acontecido”, completou.
Dentre as 272 vítimas, os parentes de Helena Taliberti eram uma exceção: não eram moradores da cidade nem trabalhavam para a Vale. Oriundos da cidade de São Paulo, estavam de visita num momento em que a vida sorria para toda a família. “Eu era feliz e sabia”, foi a frase com a qual Helena começou seu depoimento.
“Meus filhos foram crianças maravilhosas. Sempre foram super-companheiros, unidos, eles dois eram muito amigos e muito próximos. Viajávamos juntos sempre que dava, passávamos férias juntos. Nosso dia a dia, como em toda família, tinha suas brigas, mas os problemas eram resolvidos com muita confiança, tranquilidade e amor. Nós quatro tínhamos um relacionamento muito bom. Me casei com meu marido Vágner quando eles já eram maiorzinhos, Camila tinha 10 anos e Luiz tinha 8, então veja que fomos por muitos anos uma família muito feliz”, recorda Helena Taliberti, sonoramente emocionada – a entrevista foi feita por telefone.
Foto: Vágner, Helena, Camila e Luiz Taliberti. Créditos: Divulgação Jangada Consultoria de Comunicação
“Acordávamos com a esperança de encontrar um corpo”
O final de semana foi agitado para a entrevistada. Na sexta-feira (24) ocorreu uma manifestação em Belo Horizonte em frente a Assembleia Legislativa de MG em que atingidos denunciaram a impunidade e a espera pela reparação que nunca chega. No sábado ela foi a Brumadinho participar de atividade que demarcou os 6 anos do desastre e exigiu que a Política Nacional das Populações Atingidas por Barragens (PNAB), em vigor desde 2023, seja respeitada. No domingo (26) voltou para São Paulo, onde participou de novo protesto na Avenida Paulista que, entre outras coisas, fez soar o toque da sirene que não soou em Brumadinho 6 anos antes, às 12h28, horário exato do rompimento da barragem. Houve ainda a coleta de assinaturas para o Manifesto “Basta de Impunidade: Justiça por Brumadinho”.
Foi num dos intervalos dessa agitada agenda que ela deu seu depoimento e contou que Luiz tinha 31 anos e Camila 33 naquela data. Também contou que a nora Fernanda, outra vítima fatal, estava grávida do seu primeiro neto que se chamaria Lorenzo, mas que sequer teve a oportunidade de nascer nesse mundo. A família se reuniu ali para passar o feriado de 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo. Luiz e Fernanda moravam na Austrália e, devido à iminência do nascimento de Lorenzo, que os obrigaria mais adiante a permanecer no país da Oceania por algum tempo, vieram passar o mês no Brasil, chegando em janeiro com volta marcada para o mês de fevereiro. O bebê nasceria poucos meses depois do retorno.
Orgulhosa, a mãe Helena conta que Luiz era arquiteto e tinha acabado de receber uma promoção na agência em que trabalhava. Ele tinha muita vontade de conhecer Nhotim, próxima a Brumadinho, e por isso a viagem foi marcada. Por conta do feriado paulistano, a Camila conseguiu uma folga para passar um final de semana com o irmão, a cunhada e o futuro sobrinho. A eles se somaram o pai biológico e a madrasta de Luiz e Camila Taliberti. “Morreram todos. A família toda. Eu nem sei te dizer como eu fiquei. No começo a gente não acredita”, diz Helena, introduzindo o relato da agonia que passou naqueles dias.
“No primeiro dia (25/01/2019) eu li uma notificação no meu celular de um portal de notícias, mostrei para o meu marido e não demos muita bola. Como era feriado, nós estávamos passeando na rua, junto com uma afilhada nossa que morava fora do Brasil e estava aqui conosco. Pensei: ‘não deve ser nada’. Jamais iria imaginar. Também não conhecia aquela região e pensava que estivessem em Nhotim. Não tinha a menor ideia do que era barragem e mina perto de cidade. O tempo foi passando e então a gente começou a mandar mensagens para eles e nada. Não respondiam. Mandei para a Fernanda, para o meu ex-marido e nada. Ninguém respondia. Quando chegamos em casa no final da tarde foi que vimos o tamanho do ‘problema’ – e digo ‘problema’ porque àquela altura ainda não estávamos entendendo direito o que estava acontecendo”.
Foi aí que um primo do seu marido, que é mineiro e policial civil, telefonou e informou que quem tinha pessoas desaparecidas estava sendo chamado para ir para Belo Horizonte e Brumadinho a fim de cadastrar os entes queridos numa lista de desaparecidos, para que fosse procurados. Ela conta que chegou em BH no sábado e precisou fazer 7 cadastros ao todo até que seus filhos e parentes constassem nas listas de desaparecidos apenas na segunda-feira seguinte.
Foto: Helena Taliberti. Créditos: Divulgação Jangada Consultoria de Comunicação
“Você sempre vai pensar que eles podem estar sem internet, que a torre de celular pode ter caído, ou devem estar perdidos na mata… você vai supor trocentas outras coisas menos que eles morreram. Só tivemos a confirmação na segunda-feira (28/01/2019) de que eles estavam na Pousada Nova Instância, que tinha sido levada pela lama. De sexta até segunda ficamos sem notícias. Ninguém sabia do que estava acontecendo. Ninguém tinha a menor ideia do que estava acontecendo. A não ser pela mídia, mas como não conhecíamos o lugar, ficava mais difícil de entender o que poderia acontecer. No meio tempo, meu marido se juntou com o pai da Fernanda e um outro sobrinho para procurar nos hospitais que estavam recebendo sobreviventes, nos postos de saúde da região, e nada. E aí vocês podem imaginar que eu perdi o meu chão. Meu marido e eu ficamos sem rumo. Meus filhos estavam numa fase da vida maravilhosa. Camila era advogada especializada em Direito Digital, estava superbem, escrevendo artigos, fazendo planos de cursar um mestrado e seguir a vida. Estava apaixonada. Luiz estava muito bem na Austrália, tinha acabado de ser nomeado diretor do escritório de arquitetura em que trabalhava, tinha sido premiado lá por dois anos seguidos, ia ser pai… Ele estava eufórico com a vida. Estava tudo lindo. E, de repente, não tem mais nada”, lamenta.
Os irmãos foram encontrados logo a seguir, Luiz na terça (29) e Camila na quinta (31). “A barragem estourou, mas não era uma barragem de água. Era uma barragem de minérios. Um minério que por onde passou simplesmente aniquilou e destruiu tudo. Imagine uma avalanche desse tamanho caindo sobre a cabeça deles. Eles morreram triturados. Foram encontrados em segmentos. Pouquíssimos corpos foram achados inteiros”, relata Helena.
Mas a família ainda teve de ficar em Brumadinho por mais 22 dias. A nora Fernanda demorou muito tempo para ser encontrada. “Todo esse tempo ficávamos na expectativa de que o IML ligaria para falar que tinha encontrado o corpo da Fernanda. Foram dias muito difíceis de se viver. Acordávamos com a esperança de encontrar um corpo. Como assim? Encontrar um corpo? Queremos justiça para essas 272 vítimas e para a quantidade imensa de pessoas atingidas como familiares, comunidades que viviam do rio e da agricultura próxima do rio. Todos perderam tudo. A devastação ambiental foi monstruosa também. É a maior tragédia socioambiental do Brasil – do ponto de vista ambiental Mariana (MG) foi maior, mas do ponto de vista social e econômico, Brumadinho foi muito devastador”.
Depois de passar por tamanha barbárie, Helena encontrou forças no carinho que recebeu do marido, dos amigos de Luiz e Camila e das outras vítimas de Brumadinho. Incentivada por eles, criou o Instituto Luiz e Camila Taliberti, que tem como objetivo lutar por Justiça e denunciar a impunidade para quem, como ela, não vive em Minas Gerais. A entidade é associada da Avabrum, a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos de Brumadinho, e ajudou a organizar algumas das atividades do último final de semana.
“A proximidade dos amigos e amigas deles para nós é uma força poderosíssima. Nos faz ter a dimensão de que por onde Luiz e Camila passaram deixaram amor”, diz a mãe com a voz embargada. “Eles de fato criaram laços fortíssimos com os amigos deles, que estão perto de nós todos os dias desde então. Vão em casa, ligam, eles estão sempre muito próximo. E isso para nós é como se o Luiz e a Camila estivesse aqui perto. Nossa força vem daí”, concluiu.
Destruição e impunidade
Se Helena Taliberti tem um perfil diferente da maioria das vítimas, a vida pacata e feliz antes do crime ambiental é algo que ela terá em comum com os moradores da região. Três dessas pessoas gravaram seus depoimentos na sexta-feira (24) durante a manifestação em Belo Horizonte organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que os compartilhou com a reportagem.
“Antes do crime da Vale em Brumadinho a nossa comunidade nem sonhava que existia mineração. Sequer sonhávamos que seríamos atingidos pela mineração. Não entendíamos nada do assunto, a não ser pelo que passava na televisão sobre Mariana (MG). A vida em comunidade é muito boa. A gente vivia da pesca, da produção dos quintais produtivos, tínhamos criadores de gado que fazem queijo e doces. Era uma comunidade da qual não precisávamos sair, pois também recebíamos muito turismo e os visitantes compravam tudo o que a gente produzia. Nessa época não tínhamos políticas públicas na comunidade, mas também não sentíamos falta porque todos viviam muito bem, tinham condições para sair quando preciso ou desejado e éramos donos de toda aquela natureza exuberante. Tantos lugares lindos”, relata Eliana Marques Barros. Ela é pescadora, moradora de Cachoeira do Choro – área rural de Curvelo (MG) – e faz parte da Comissão de Atingidos de Cachoeira do Choro e Encontro das Águas.
Foto: Eliana Marques Barros. Créditos: Vera Lima/Ag.EficazPress
Valdercina, pescadora e líder da Comissão de Atingidos do Baixo Paraopeba, também afirma que tinha uma “vida maravilhosa” antes do crime ambiental da Vale. O colapso da barragem “acabou com a minha vida e a do meu marido. Ele hoje é uma pessoa aposentada por invalidez e tentou o suicídio”, afirma.
Ela conta que recebia visitas de familiares todos os finais de semana no cantinho do Rio Paraopeba onde vivia. “A gente curtia muito indo nadar e pescar, mas hoje minhas crianças, meus netos e minha família me abandonaram e eu moro sozinha no meio do nada, na roça, abandonada ao lado daquela água que não posso mais usar, pescar e nem trazer meus netos para conviver comigo. Entrei em depressão e estou lutando para sair dela, o que não é fácil. Mas espero pela Justiça e por uma reparação justa, uma vez que nós pescadores não fomos reconhecidos como atingidos”, denunciou.
Foto: Valdercina. Créditos: Vera Lima/Ag.EficazPress
“Sou atingida da bacia do Paraopeba, região de Citrolândia, e vim aqui contar o nosso drama. Hoje em dia estamos sofrendo com doenças de pele, diarreia, dor de cabeça, no estômago. Nossas crianças que antes eram saudáveis agora fazem tratamento respiratório com bombinhas. Minha sogra, que era uma pessoa forte, hoje está com 54 anos e muito mal de saúde. Está numa cadeira de rodas, com depressão profunda e a verba que estamos recebendo não dá conta das suas necessidades”, denunciou Alessandra.
Foto: Alessandra, atingida pela Vale. Créditos: Vera Lima/Ag.EficazPress
“Quando veio o rompimento, veio também a questão da água potável porque nosso poço ficava na beira do rio e nunca conseguimos lidar com isso. A partir de março começamos a receber uma água muito suja, fétida, e o medo tomou conta da população. Afinal, não sabíamos com o que estávamos lidando e quais eram os riscos. Logo em seguida a comunidade foi proibida de usar o rio. Não podia mais pescar, tomar banho, nadar e nem mesmo molhar as plantas. Nossos quintais começaram a morrer. As sementes crioulas que plantávamos também começaram a ser perdidas. A Vale nos negou água – e para as poucas pessoas que a empresa deu água, logo cortou o fornecimento. Quando a Vale entra no território e começa a fazer a divisão do nosso povo, parecia um cenário de guerra. E com o passar do tempo vimos o empobrecimento tomar conta da comunidade. O auge desse processo foi na pandemia, quando o turismo deixou de existir”, conclui Eliana Marques Barros.
O sofrimento dessas famílias só começou 6 anos atrás e vem se estendendo infinitamente desde então. As famílias não entendem como que os processos sobre o caso não andam, e acreditam que só serão reparadas de fato quando os culpados forem punidos, uma vez que podiam prever o desmoronamento da barragem. “A gente tem dificuldade de entender por quê, até hoje, se fala tanto que é um processo muito complexo. Eles mataram e têm que ser julgados e condenados”, declarou Maria Regina da Silva, integrante da Avabrum e mãe da vítima Priscila Ellen Silva, para reportagem do Brasil de Fato. À mesma matéria, o advogado Danilo Chammas afirma que existem “provas contundentes” sobre quadros da Vale terem ciência prévia da gravidade da situação daquela barragem.
Os processos criminais estão na Justiça Federal e, com uma demora ensurdecedora, estão prestes concluir a etapa que prevê as respostas dos réus em relação às acusações. Em março do ano passado, quando o maior crime socioambiental da história do Brasil acabava de completar 5 anos, o TRF-6 concedia um habeas corpus Fábio Schvartsman, ex-presidente da Vale, retirando seu nome da lista de réus do processo num momento em que a Avabrum pressionava pelo desfecho dos processos criminais. Antes da decisão ele respondia por homicídio qualificado e por uma série de crimes ambientais relativos ao episódio, mas o tribunal seguiu o entendimento do Ministério Público Federal e não viu indícios de autoria dos crimes por parte do executivo.
“Acho que Brumadinho é um marco de busca por Justiça. E a Justiça brasileira é nossa única esperança de que a honra e a memória dos nossos filhos sejam levadas em consideração e tudo o que aconteceu não seja em vão. Como brasileira desejo que os órgãos de fiscalização e de Justiça façam os seus papeis, que é proteger os brasileiros. Estamos numa nação em que não somos seguros. Como é que você vai passar um final de semana numa pousada linda, num lugar maravilhoso no meio da Mata Atlântica e de repente acaba tudo? Morre todo mundo? Como assim? É uma barbárie!”, protesta Helena Taliberti. Antes de concluir seu depoimento, ela fez um pedido à reportagem.
“Queria que você escrevesse uma frase no texto. É uma frase que usamos muito no Instituto e que reflete muito o nosso trabalho e busca por Justiça. É assim: Tentaram nos enterrar, não sabiam que éramos sementes. Sementes de amor e de justiça”.
Lista dos réus nos processos sobre Brumadinho
• Silmar Magalhães Silva (diretor da Vale);
• Lúcio Flavio Gallon Cavalli (diretor da Vale);
• Joaquim Pedro de Toledo (gerente executivo da Vale);
• Alexandre de Paula Campanha (gerente executivo da Vale);
• Renzo Albieri Guimarães Carvalho (gerente da Vale);
• Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Araújo (gerente da Vale);
• César Augusto Paulino Grandchamp (geólogo especialista da Vale);
• Cristina Heloíza da Silva Malheiros (engenheira da Vale);
• Washington Pirete da Silva (engenheiro especialista da VALE);
• Felipe Figueiredo Rocha (engenheiro da VALE);
• Chris-Peter Meier (gerente da Tüv Süd no Brasil; na Alemanha, gestor);
• Arsênio Negro Junior (consultor técnico da Tüv Süd);
• André Jum Yassuda (consultor técnico da Tüv Süd);
• Makoto Namba (coordenador da Tüv Süd);
• Marsílio Oliveira Cecílio Júnior (especialista da Tüv Süd).
Raphael Sanz é jornalista e editor do Correio da Cidadania
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