Correio da Cidadania

Quem usa escudos humanos na guerra de Gaza?

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Breaking the Silence | The IDF's use of Palestinians as human shields can't  be reduced to a few isolated incidents, nor is it about a commander acting  on a whim.… | Instagram
Instagram Breaking the silence

“O exército de Israel não atira em civis”, pelo menos é o que asseguram seus chefes. “Não é nossa culpa que o Hamas os use como escudos”. Essa acusação jamais foi provada. Os líderes israelenses preferem seguir a lição do estridente Joseph Goebbels: “a mentira repetida mil vezes se torna verdade”.

E assim é. Todo o aparato de comunicação dos governos sionistas, ecoado pela mídia e pelos políticos dos EUA e liderados, por anos e anos, convenceu centenas de milhões de habitantes do planeta de que os grupos inimigos de Israel obrigavam seus próprios conterrâneos civis a virarem escudos para proteção dos milicianos.

Isso é negado pelos defensores das causas palestinas. Na verdade, existem fatos comprovando que escudos humanos existem, sim. Só que os responsáveis pelo uso de civis inocentes como escudos não é o Hamas ou congêneres, é o próprio exército israelense.

O Breaking The Silence – ONG israelense formada por veteranos de guerras para desmascarar violências e outros abusos praticados pelos militares sionistas – ouviu dezenas de comandantes e soldados que contaram a história toda.

Por sua vez, o jornal Haaretz realizou uma investigação do assunto, cuja conclusão é igual à do Breaking The Silence: O exército de Israel vem sistematicamente usando civis palestinos como escudos humanos durante a guerra de Gaza.

Os relatórios das duas ONGs chegaram a essa conclusão porque foram ouvir soldados de diferentes unidades militares e regiões, que deram as mesmas opiniões sobre os fatos aqui destacados.

A coisa funciona desse modo. Inicialmente, soldados israelenses detêm palestinos (não terroristas), especialmente velhos e menores de idade, os quais, em seguida, são vestidos com uniformes militares. Colocam uma câmera no peito dessas vítimas, e amarram suas mãos com fitas de plástico, atrás das costas.

E aí são obrigados a penetrar em tuneis ou casas semidestruídas. Antes lhes era informado: “Faça uma missão e você está livre.” O que nem sempre acontecia. Às vezes, o palestino era obrigado a ficar na unidade militar 24 horas e até dois dias ou mesmo uma semana.

Caso haja guerreiros do Hamas escondidos, não perderão tempo em atirar para matar aqueles supostos militares judeus. Se houver explosivos no caminho, só atingirão os civis palestinos, sendo os soldados israelenses protegidos pelos corpos dos inocentes.

Essas cruéis operações são, em geral, conhecidas e mesmo conduzidas por comandantes de campo. No entanto, disse um dos soldados informantes, até o General Halevi, chefe do estado-maior das forças armadas, está por dentro, assim como o comandante do Sul, o general Yarom Fikelmam, conforme fontes. E, segundo o relatório da investigação do Haaretz (13/8/2024), a maioria dos oficiais de alto nível já ouviu falar dessas barbaridades.

Nenhum deles tomou qualquer iniciativa para dar um basta nesta ação que provavelmente os princípios judaicos rejeitam. Trata-se, sem dúvida, de uma tática eficiente para enfrentar e eliminar inimigos sem perder vidas, a não ser as dos “colaboradores” palestinos. Mas isso não conta, afinal como ensinou o general Gallant, Chefe do Estado-Maior das Forças israelenses, “´palestinos são animais”. Assim sendo, não é pecado, nem crime forçar animais a fazerem o perigoso trabalho dos soldados.

Alguns soldados rasos tiveram a coragem de protestar. Um deles testemunhou ao Breaking The Silence. Ponderou a seu comandante que estavam possivelmente condenando à morte pessoas que nenhum mal lhes fizera.

O enfático comandante lhe respondeu: você não concorda que as vidas dos seus amigos são muito mais importantes do que as vidas desses caras? E não é melhor que seus amigos vivam e não sejam explodidos por um engenho mortífero e que sejam esses caras os explodidos?

Em outros depoimentos, soldados de diversos batalhões contaram que essa frase “Nossas vidas são mais importantes do que as deles” era repetida por superiores e colegas em variadas situações.

Na verdade, até as vidas dos cachorros eram mais importantes. Os militares israelenses os usavam para diversos fins.

Nos raids, para averiguar a possível presença de inimigos, os cães eram instigados a entrar em túneis abrigos, hospitais e casas de palestinos. Os animais eram ainda açulados para atacar, assustar e morder palestinos detidos nas prisões de Israel ou no fim dos raids, mesmo sem serem suspeitos.

Muitos desses palestinos que sofreram mordidas, algumas graves, contaram suas agruras à equipe do site Euro-Med Monitor.

Disse Al-Tanani, atacado em 14 de maio por um cão do exército de Israel, que invadiu seu lar em 14 de maio tendo uma câmera amarrada nas costas”. Em uma questão de segundos, atacou meu corpo, mordendo meus ombros e procurando atingir meus ossos com suas presas. E ele me arrastou para fora. Enquanto eu gritava fortemente, soldados riam e não me ofereceram socorro. (EURO-MED MONITOR 27/6/24)”.

Um militar informou ao Haaretz que, como estavam morrendo muitos cães, o comandante resolveu substitui-los pelos escudos humanos palestinos.

Não custavam nada e havia abundância desse produto no mercado. O uso de escudos humanos é proibido pelo Protocolo 1 das Convenções de Genebra e é considerado um crime de guerra, assim como uma violação das leis humanitária.

O exército de Israel informou que fará uma investigação a respeito. Providências serão tomadas. Acredite se quiser.

Quem usa escudos humanos na guerra de Gaza?

ONG de veteranos de guerra de Israel comprova que país faz aquilo que costuma imputar a seus inimigos.

Luiz Eça


“O exército de Israel não atira em civis”, pelo menos é o que asseguram seus chefes. “Não é nossa culpa que o Hamas os use como escudos”. Essa acusação jamais foi provada.
Os líderes israelenses preferem seguir a lição do estridente Joseph Goebbels: “a mentira repetida mil vezes se torna verdade”.

E assim é. Todo o aparato de comunicação dos governos sionistas, ecoado pela mídia e pelos políticos dos EUA e liderados, por anos e anos, convenceu centenas de milhões de habitantes do planeta de que os grupos inimigos de Israel obrigavam seus próprios conterrâneos civis a virarem escudos para proteção dos milicianos.

Isso é negado pelos defensores das causas palestinas. Na verdade, existem fatos comprovando que escudos humanos existem, sim. Só que os responsáveis pelo uso de civis inocentes como escudos não é o Hamas ou congêneres, é o próprio exército israelense.

O Breaking The Silence – ONG israelense formada por veteranos de guerras para desmascarar violências e outros abusos praticados pelos militares sionistas – ouviu dezenas de comandantes e soldados que contaram a história toda.

Por sua vez, o jornal Haaretz realizou uma investigação do assunto, cuja conclusão é igual à do Breaking The Silence: O exército de Israel vem sistematicamente usando civis palestinos como escudos humanos durante a guerra de Gaza.

Os relatórios das duas ONGs chegaram a essa conclusão porque foram ouvir soldados de diferentes unidades militares e regiões, que deram as mesmas opiniões sobre os fatos aqui destacados.

A coisa funciona desse modo. Inicialmente, soldados israelenses detêm palestinos (não terroristas), especialmente velhos e menores de idade, os quais, em seguida, são vestidos com uniformes militares. Colocam uma câmera no peito dessas vítimas, e amarram suas mãos com fitas de plástico, atrás das costas.

E aí são obrigados a penetrar em tuneis ou casas semidestruídas. Antes lhes era informado: “Faça uma missão e você está livre.” O que nem sempre acontecia. Às vezes, o palestino era obrigado a ficar na unidade militar 24 horas e até dois dias ou mesmo uma semana.

Caso haja guerreiros do Hamas escondidos, não perderão tempo em atirar para matar aqueles supostos militares judeus. Se houver explosivos no caminho, só atingirão os civis palestinos, sendo os soldados israelenses protegidos pelos corpos dos inocentes.

Essas cruéis operações são, em geral, conhecidas e mesmo conduzidas por comandantes de campo. No entanto, disse um dos soldados informantes, até o General Halevi, chefe do estado-maior das forças armadas, está por dentro, assim como o comandante do Sul, o general Yarom Fikelmam, conforme fontes. E, segundo o relatório da investigação do Haaretz (13/8/2024), a maioria dos oficiais de alto nível já ouviu falar dessas barbaridades.

Nenhum deles tomou qualquer iniciativa para dar um basta nesta ação que provavelmente os princípios judaicos rejeitam. Trata-se, sem dúvida, de uma tática eficiente para enfrentar e eliminar inimigos sem perder vidas, a não ser as dos “colaboradores” palestinos. Mas isso não conta, afinal como ensinou o general Gallant, Chefe do Estado-Maior das Forças israelenses, “´palestinos são animais”. Assim sendo, não é pecado, nem crime forçar animais a fazerem o perigoso trabalho dos soldados.

Alguns soldados rasos tiveram a coragem de protestar. Um deles testemunhou ao Breaking The Silence. Ponderou a seu comandante que estavam possivelmente condenando à morte pessoas que nenhum mal lhes fizera.

O enfático comandante lhe respondeu: você não concorda que as vidas dos seus amigos são muito mais importantes do que as vidas desses caras? E não é melhor que seus amigos vivam e não sejam explodidos por um engenho mortífero e que sejam esses caras os explodidos?

Em outros depoimentos, soldados de diversos batalhões contaram que essa frase “Nossas vidas são mais importantes do que as deles” era repetida por superiores e colegas em variadas situações.

Na verdade, até as vidas dos cachorros eram mais importantes. Os militares israelenses os usavam para diversos fins.

Nos raids, para averiguar a possível presença de inimigos, os cães eram instigados a entrar em túneis abrigos, hospitais e casas de palestinos. Os animais eram ainda açulados para atacar, assustar e morder palestinos detidos nas prisões de Israel ou no fim dos raids, mesmo sem serem suspeitos.

Muitos desses palestinos que sofreram mordidas, algumas graves, contaram suas agruras à equipe do site Euro-Med Monitor.

Disse Al-Tanani, atacado em 14 de maio por um cão do exército de Israel, que invadiu seu lar em 14 de maio tendo uma câmera amarrada nas costas”. Em uma questão de segundos, atacou meu corpo, mordendo meus ombros e procurando atingir meus ossos com suas presas. E ele me arrastou para fora. Enquanto eu gritava fortemente, soldados riam e não me ofereceram socorro. (EURO-MED MONITOR 27/6/24)”.

Um militar informou ao Haaretz que, como estavam morrendo muitos cães, o comandante resolveu substitui-los pelos escudos humanos palestinos.

Não custavam nada e havia abundância desse produto no mercado. O uso de escudos humanos é proibido pelo Protocolo 1 das Convenções de Genebra e é considerado um crime de guerra, assim como uma violação das leis humanitária.

O exército de Israel informou que fará uma investigação a respeito. Providências serão tomadas. Acredite se quiser.

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Luiz Eça

Começou sua vida profissional como jornalista e redator de propaganda. Escreve sobre política internacional.

Luiz Eça
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