Nem a direita corrupta e reacionária, nem o ajuste e a corrupção do governo Dilma
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- 17/03/2015
As manifestações deste domingo contra o governo Dilma estão reunindo centenas de milhares, embora seus números estejam sendo possivelmente inflados pelos grandes oligopólios da mídia, especialmente pela Rede Globo. Sem dúvida, a direita mais tradicional, com a participação de algumas das suas expressões mais reacionárias (daqueles que propõem a volta dos militares mesmo), estão se apropriando de uma indignação contra o governo que cresce no país e aponta saídas reacionárias que se voltam contra direitos democráticos e sociais.
De outro lado, a irresponsabilidade do governo Dilma em insistir com um duríssimo ajuste das contas públicas, com corte de direitos trabalhistas, educativos e previdenciários, em baixar tarifaços sobre a população, em colocar ministros reacionários em pastas-chave do governo —isto somado aos anos em que os governos do PT foram protagonistas dos negócios escusos entre estado e empresas — tudo esse pacote está na raiz do fortalecimento da direita tradicional e da confusão que reina em setores da população, que rechaçam o governo e a corrupção e participam de manifestações que não levantam nenhuma bandeira progressiva de defesa de direitos.
Não aceitaremos e não deixaremos de denunciar qualquer tentativa de atacar direitos democráticos e propor saídas reacionárias. São saídas hipócritas, pois poupam boa parte dos corruptos do Congresso Nacional, que agora flertam com a oposição de direita e apoiam os protestos. Hipócritas porque se calam diante do tucanato corrupto e arrochador em estados como São Paulo, Paraná e outros.
Para defender a democracia contra os setores antidemocráticos que saem das tocas o caminho é o oposto ao da defesa acrítica do governo. O caminho para defender e conquistar uma democracia superior neste país é uma verdadeira reforma política com participação popular, que comece pelo fim do financiamento privado das campanhas — financiamento que corrompeu governo e Congresso.
Mas não deixamos de denunciar os ataques e ajustes neoliberais do governo federal. Nosso lugar não é nem ao lado de manifestações que tenham cunho reacionário, mas nem tão pouco estaremos ao lado do governo que ataca direitos da classe trabalhadora e que vai querer empurrar esta política econômica goela abaixo das trabalhadoras e trabalhadores, enquanto pede o apoio delas e deles e da juventude contra a direita tradicional.
Nós apoiamos as justas greves e lutas sociais por salários, emprego, moradia, água, educação. Estamos ao lado das reivindicações da classe trabalhadora, da juventude, das mulheres, negros e negras, LGBT e indígenas, que continuarão vendo seus direitos ameaçados tanto pelo avanço da direta tradicional como pelo ajuste do governo federal e pelas propostas desse Congresso Nacional, de maioria conservadora e corrupta.
Por isso, junto com nosso partido, disputaremos as ruas como oposição de esquerda ao governo e ao Congresso corrompidos, ao lado das trabalhadoras e trabalhadores sem teto na luta pela moradia e, no dia 26, estaremos ao lado de estudantes e trabalhadores na defesa da educação pública.
Lutaremos para construir com PSOL, a esquerda socialista e os movimentos sociais independentes uma outra visão e outra saída para o país, que levantem bem alto:
Abaixo os ajustes e o tarifaço! Fora todos os corruptos do governo e do Congresso! Nenhum direito a menos! Reformas populares já!
Executiva Nacional da Insurgência (PSOL)
15 de março de 2015