Correio da Cidadania

País perde até US$ 12 trilhões sem Petrobrás operadora única do pré-sal

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A afirmação é do vice-presidente da AEPET, Fernando Siqueira, que está licenciado do cargo, durante audiência pública promovida pelo deputado estadual Paulo Ramos (PSOL-RJ) na manhã desta terça-feira (23).

 

 

De acordo com Siqueira, somente em royalties o Brasil deixaria de arrecadar US$ 1,8 trilhão. Isto porque as fraudes na medição do petróleo extraído e nos custos de produção costumam ficar entre 30% e 50% do que é produzido, algo que não acontecerá se a Petrobrás continuar no controle. “O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a quem caberia a função de fiscalizar, já se mostrou omisso”, resumiu, acrescentando que a Petrobrás como operadora única garante também o domínio da tecnologia e incentiva a inovação, que garantiu prêmios e recordes à Companhia.

 

No mesmo evento, o diretor da AEPET Ronaldo Tedesco, também licenciado, destacou que é estratégico para o Brasil que o governo dite o ritmo da produção de petróleo, algo que somente a Petrobrás iria cumprir. Tedesco, que é conselheiro fiscal da Petros eleito pelos participantes, mostrou-se preocupado com as mudanças na governança da Companhia.

 

“Aparentemente, o presidente Bendine adotará estrutura semelhante à do BB, empresa que também presidiu. Se confirmado, o plano do novo gestor da Petrobrás estará a serviço do setor financeiro”, ponderou Tedesco, para quem segmentos importantes da Companhia, como Transpetro, Fronape e outros, estariam em risco de privatização.

 

Neste sentido, vale destacar a observação do anfitrião, deputado Paulo Ramos, para quem o Comperj “é o retorno da Petrobrás ao setor petroquímico”. Este retorno, segundo Ramos, estaria ameaçado com eventuais mudanças de planos e cortes em investimentos estratégicos.

 

O deputado enfatizou também a necessidade de angariar apoio popular. “Como conquistar a opinião pública? Este é o grande desafio”, disse, sugerindo uma panfletagem nas portas das Organizações Globo.

 

Estupro

 

Por sua vez, o ex-deputado federal Ricardo Maranhão (PSB-RJ), classificou como “desastrosa” a possibilidade de aprovação de algum dos três projetos de lei em tramitação no Congresso, todos eles prevendo a exclusão da Petrobrás como operadora única do pré-sal. “É um estupro à democracia o fato de ter sido aprovado regime de urgência para o projeto do senador José Serra (PSDB)”, um dos três citados com ameaça à Petrobrás.

 

Maranhão, que é conselheiro da AEPET, conclamou as correntes políticas progressistas a se unirem por uma causa que é suprapartidária: a defesa da soberania e da economia nacionais. Esta ação se daria em duas frentes prioritárias: a inclusão de pessoas competentes e patriotas para depor na Comissão de Minas e Energia e pelo fim do regime de urgência em tema tão delicado para o Brasil.

 

Já Francisco Soriano de Souza Nunes, também conselheiro da AEPET, sublinhou o que para ele são os verdadeiros objetivos da operação Lava Jato: a entrega do pré-sal e da engenharia nacional. “O inimigo é o mesmo que quer o petróleo da Venezuela. É preciso ser nacionalista e internacionalista ao mesmo tempo para defender nossos recursos naturais”, ponderou.

 

 

Por Rogério Lessa, da AEPET.

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